Sydeno Savadintzki é o funcionário mais velho e mais antigo em atividade da Palmasola S/A, empresa de madeiras de Palma Sola. Na última sexta-feira, comemorou seu 89º aniversário. Como ele mesmo diz, tempo de agradecer e comemorar ao lado da família e dos companheiros de serviço, já que fazem 47 anos que está na empresa.
Nasceu no dia 6 de março de 1931, em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Desde criança, tinha interesse em mecânica e manutenção, seu pai possuía uma serraria e foi lá onde aprendeu e passou sua adolescência. Acordava por volta das 4h da manhã e já ia para a serraria, levava consigo apenas os cadernos para às 7h30 poder ir à escola, retornando à tarde para novamente ajudar seu pai. Ele destaca que aprendeu a profissão de mecânico por conta própria, pois sempre procurou fazer melhorias nas máquinas e equipamentos, em todos os locais onde trabalhou. Muitas vezes questionado e contrariado pelos donos dos estabelecimentos, já que era um menino, mas diz ele que era teimoso e apostava nas suas ideias.
Veio para Palma Sola em 1961, para realizar alguns serviços com um amigo, e nisso, gostou da região. Começou a trabalhar na serraria dos Link, onde permaneceu até 1973. Um dia prestou auxílio e fez um conserto na Palmasola S/A, a pedido do sócio proprietário Gentil Crestani (em memória). Gentil gostou do seu serviço e o propôs um trabalho na empresa. Sydeno conta que o senhor Claudino Crestani, também falecido, lhe ofereceu dois terrenos e uma casa, para que o mesmo pudesse morar, e que podia pagá-la em 10 anos.
Segundo o gerente do R.H da Palmasola S/A, Gabriel Kuhn, Sydeno trabalha na oficina da empresa desde o primeiro dia de serviço, sendo o melhor funcionário do barracão. “Ele faz de tudo, solda, monta, desmonta, lubrifica e enquanto os mais novos fazem um pingo de solda, ele já fez um passe bem maior de aplicação”, conta Gabriel destacando que além de trabalhar muito bem, Sydeno é um exemplo de pessoa. “Todos tem ele como inspiração. Os jovens muitas vezes são meio dinâmicos aqui dentro, trabalham um ano ou dois e já saem, e ele não, já está há 47 anos. Quanto mais velho e experiente, mais qualidade trás no serviço”, continua.
Dentre os 47 anos de firma, Sydeno se machucou apenas uma vez, onde torceu um dos dedos e precisou se afastar do serviço. Segundo Gabriel, ele não quis ficar de repouso, e praticamente todos os dias do atestado estava na empresa para conferir como ia o serviço. “Ele sempre se cuidou muito bem e nunca gostou de ficar sem trabalhar, nem quando tinha uma folga, quis ficar em casa. Por mais que faça o trabalho pesado da oficina, sempre teve sua saúde em primeiro lugar”, esclarece o gerente. Conforme Sydeno, aqueles dias foram uma eternidade. “Disseram que em 30 dias eu voltava e só me liberaram três meses depois. Eu não via a hora de voltar, o melhor é trabalhar e não ficar em casa”, conta. Além de bom funcionário é experiente quando se trata de jogar bocha. “No final de semana não pode faltar, é sagrado”, diz Sydeno.
Sydeno casou em 1969, aos seus 38 anos de idade, com dona Nair (88 anos), onde tiveram duas filhas, e no último sábado completou mais um ano de casado, agora sendo 51 anos. “Já fiz de tudo na minha vida, até namoro ainda, e mesmo meio velho continuo com a saúde boa e todos os meus exames em dia”, conta Sydeno complementando que desde o primeiro dia na firma sempre foi muito bem tratado. “Pra mim todos daqui são companheiros, e não tenho briga com ninguém, às vezes eu xingo um pouco essa piazada, pois são meio atirados, antigamente era diferente, mas aos poucos a gente vai ensinando. Eu falo a eles que devem se comportar e trabalhar sério, primeiro devem observar e depois perguntar”, destaca Sydeno.
Na sexta-feira Sydeno foi homenageado na empresa, e todos seus companheiros de serviço se reuniram para parabenizá-lo e agradecê-lo, pois desde sempre tem sido um bom amigo com todos. “Agradeço a todos meus companheiros e aos chefes, desde o dia em que entrei fui muito bem tratado. Que possamos trabalhar todos juntos, pois ainda quero trabalhar muito nessa empresa”, agradece com boas risadas.