Malharia suspende atividades por 30 dias
Focus Confecções foi uma das facções de Flor da Serra do Sul que precisou suspender as atividades em decorrência da crise ocasionada pelo Covid-19
27/05/2020 14h09 - Atualizado em 27/05/2020 às 14h09
Segundo um levantamento realizado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas empresas) no início deste mês, pelo menos 600 mil micro e pequenas empresas fecharam as portas e nove milhões de funcionários foram demitidos em razão dos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus. Na região, muitas empresas precisaram mudar o fluxo de serviço para não fechar, e isso não foi diferente para a Focus Confecções, facção de Flor da Serra do Sul.
A empresa é comandada pelo sulflorense Cleomar Valkoviski, um dos milhões de empresários que modificaram o fluxo de atendimento e adotaram medidas desagradáveis para enfrentar a crise criada pela pandemia. Cleomar precisou adotar medidas propostas pelo governo do Paraná e acatar a suspensão contratual de todos os funcionários – que consiste na interrupção da prestação de serviço, bem como da contraprestação, ou seja, ocorre a paralisação da obrigação principal do trabalhador (prestar o serviço) e também a do empregador (pagar o salário). Mas, obrigações acessórias de ambas as partes permanecem. Neste período o governo garantirá o pagamento de um salário mínimo por funcionário.
“Tenho 23 funcionários e todos receberão o salário do governo. Essa suspensão durará 30 dias, tempo em que torcemos para que o serviço volte a movimentar e eu possa abrir as portas. Não tenho matéria prima para trabalhar. O nosso trabalho é a terceirização da costura e nossos parceiros não estão mandando o tecido”, esclarece o empresário ressaltado há um mês estava a todo vapor produzindo jalecos e máscaras de TNT. “A dificuldade em receber matéria prima começou há poucos dias, nos últimos dias está faltando até TNT no mercado, e com isso, precisamos suspender as atividades.
“Janeiro e fevereiro foram meses bons, estava otimista com o mercado e havia muito serviço. No fim de fevereiro e começo de março é que começou a faltar material, estávamos trabalhando como facção para uma empresa de São Paulo e duas de Cascavel. Mas foi aí que a demanda começou a diminuir. Paramos de receber a matéria prima das empresas e a opção para manter os funcionários trabalhando foi produzir jalecos e máscaras de TNT para a região. Por um período curto conseguimos manter a empresa, mas agora não teve mais condições e precisamos pegar esse subsídio do governo”, explica Cleomar.
Ainda conforme ele, o acordo feito com o governo pode ser prolongado para mais 30 dias. “No momento a suspensão das atividades é por 30 dias. Torço que a economia volte a girar, já estamos no limite. Precisamos voltar a trabalhar”, finaliza.