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19/12/2020 às 10h02min - Atualizada em 19/12/2020 às 10h02min

Anchieta passeando pelo mundo

Durante três dias, os atores e figurantes, ao lado da direção, realizaram filmagens em quatro pontos diferentes do município

Da redação
Na última semana, o município de Anchieta foi cenário das gravações do longa-metragem "Barão Hirsch – O Judeu de Quatro Irmãos", que tem previsão de estreia para 2022 e contará a história da migração judaica no Brasil, por meio do maior filantropo de todos os tempos, o banqueiro Maurice Von Hirsch, ou Barão, considerado o Moisés das Américas, responsável por salvar milhares de judeus oriundos de todo o leste europeu no século passado. As gravações passaram por quatro pontos diferentes, entre eles: a Cavanha Vale do Sol, a Pedreira Francischini e o Monte Moriah.
O longa tem direção do gaúcho Osnei de Lima, do premiado filme "Tributo a Tim Lopes" e "O Casamento de Jacutinga". Segundo ele, as quatro cenas gravadas no município não darão mais de três minutos do filme, que terá quase três horas de duração. “Esse é um sonho e uma história que venho construindo há 15 anos e que agora se torna realidade. Iremos contar a história do povo que mais sofreu, que nunca teve a sua terra, o seu lugar para morar. O povo que sempre foi massacrado, expulso de onde morava, até o holocausto”, comenta.
O personagem principal é interpretado pelo ator Reinaldo Gonzaga. Giuseppe Oristanio, Narjara Turetta, Anselmo Vasconcelos e a apresentadora Daniela Albuquerque, em sua primeira participação cinematográfica, são alguns dos nomes que estão no elenco. Boa parte das filmagens está sendo realizada em Erechim e na cidade de Quatro Irmãos, no Rio Grande do Sul, conhecida como a capital brasileira dos judeus. O conjunto de montanhas e vales encontrados em Anchieta foram o cenário para a história de Abraão e Isaque, em torno de 3700 anos A.C.
 
Influência do município
Numa coletiva de imprensa, realizada na semana passada em Anchieta, o produtor Olnei declarou que a produção é totalmente independente, não dispondo de qualquer recurso público ou lei de incentivo. “Este filme deve custar R$ 980 mil, um custo de 10 a 15% de um filme com estas proporções. Muita gente veio por um cache simbólico, a equipe inteira está trabalhando com recursos muito escassos. Mas tudo está sendo feito por amor à arte, não há dinheiro público, apenas recursos privados”, esclarece.
Com a presença de pelo menos 40 pessoas, a coletiva resplandeceu a história dos produtores Olnei e Neri de Paula, de Xanxerê, e contou sobre a influência do município neste projeto. Conforme Olnei, o convite para rodar algumas cenas no município foi realizado pelo presidente da Associação de Turismo, Albeneir Dinomênico. “Estive no município há pelo menos dois meses, onde produzi um trabalho para a Frizanco”, relembra.
Com diversos figurantes inclusos no projeto, as cenas no município foram dirigidas por dois anchietenses [Anderson e Adão], escolhidos por meio de fotografias autorais. Ambos destacaram que essa produção levará o nome de Anchieta ainda mais longe. Na oportunidade, Didomênico destacou que muitas empresas anchietenses apoiaram o evento, através da Associação de Turismo, que entende que fazer cinema é educar e incentivar a arte e cultura.
 
Quem foi Barão Hisrsch?
Maurice (1831-1896) patrocinou um amplo leque de iniciativas filantrópicas responsáveis pela construção de comunidades e escolas judaicas a partir do século 19, em locais tão distintos como Brasil, Israel, Estados Unidos, Turquia, Argentina e Canadá. Uma trajetória impressionante que lhe valeu o epíteto de “o Barão da Tzedacá”. A mão de Hirsch deixou marcas indeléveis na história da comunidade judaica brasileira. Fundou em 1891, na capital britânica, a Jewish Colonization Association, conhecida pela sigla JCA, envolvida na emigração de judeus da Europa oriental, para viver no Rio Grande do Sul no começo do século passado.
“Sua morte foi lamentada em todas as sinagogas do mundo judaico, das estepes da Rússia aos rios do Rio Grande”, escreveu Jean-Philippe Schreiber, professor da Universidade Livre de Bruxelas. Prosseguiu o texto: “Ele, cujo nome era conhecido por todos os judeus, onde quer que estivessem; ele, cujo sobrenome era sinônimo de generosidade e compaixão, o sinal anunciador de uma dignidade enfim recuperada”. Barão foi o quinto homem mais rico da Europa, sendo casado com Clara de Hirsch, de 1855 a 1896, mãe de seu único filho. Possuía uma fortuna de US$ 600 bilhões, que, ainda vivo, doou para a comunidade judaica.
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