19/03/2021 às 08h22min - Atualizada em 19/03/2021 às 08h22min

O artesanato como forma de tratamento e doação

Presidente da APAE de Anchieta, Ivone Teresinha Sampaio, presta serviço voluntário à comunidade através do artesanato

Da redação
Muitos abandonam seus sonhos e desejos de infância para seguir carreiras diferentes quando adultos, seja pela necessidade de uma renda garantida mensalmente ou até mesmo pela pressão familiar. Com a nossa entrevistada não aconteceu diferente, porém o retorno aos seu primeiro amor foi o tratamento para a uma fase difícil da sua vida, onde encarou a depressão.
Nascida em Erechim-RS, Ivone Teresinha Sampaio, 53 anos, mudou-se com sua família para Anchieta ainda pequena, com um ano de idade. Vendo sua mãe trabalhar como costureira cresceu dentro dela o amor pelo artesanato que futuramente se tornaria o remédio para enfrentar a depressão. Mãe de três filhos e professora aposentada, trabalha como voluntária em vários projetos e como presidente da APAE.
Sua interação com o artesanato começou na adolescência através de crochê, bordado e ponto cruz. Para poder seguir carreira como professora, abdicou de sua primeira paixão. Foram 33 anos lecionando Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, sendo 10 anos nas séries iniciais e 23 anos para o ensino médio e séries finais do ensino fundamental. Já na fase adulta foi diagnosticada com depressão, fazendo-se necessário o uso de medicamentos controlados. Mesmo assim, não sentia que a medicação era suficiente para conter a doença, foi aí que resolveu recorrer a cursos de pintura, ao qual se dedicou exclusivamente por um longo período. Hoje fazem 10 anos que já faz uso de medicamentos e diz que seu remédio se tornou o artesanato.
Dali em diante fez vários cursos de artesanato, incluindo vagonite, ponto cruz, crochê, bordado, e até de culinária que possibilitou a ela participar como voluntária da APAE e começar a fazer cursos para aprimorar o conhecimento para o café colonial da Associação.
Começou através do voluntariado e este ano completa cinco anos na presidência da APAE em Anchieta. “É um trabalho que você dedica totalmente ao voluntariado. Colabora com doações, ajuda em trabalhos, atrás de projetos e de emendas parlamentares”, nos esclarece Ivone. Aposentada há 3 anos como professora, passa maior parte do tempo no sítio fazendo aquilo, que além de lhe fazer bem, ajuda tantas outras pessoas, que é o artesanato.
Com a pandemia ainda presente em nossa sociedade, algumas formas para arrecadação de fundos precisaram ser revistas. Como a janta dos associados em parceria ao Sicoob e o Café colonial, considerado tradição, não poderão ser realizados, como também não foi possível no ano de 2020. Sendo assim as voluntariadas, que em grande maioria são pessoas da terceira idade, colaboram através de doações, fazendo pães, bolachas, grostoli, para vender e adquirir fundos. “Grande parte do meu artesanato é direcionado à APAE”, no ano passado esteve presente no projeto de confecção para doação, realizado pelo CRAS.
Os produtos são confeccionados através de encomendados e algumas peças podem ser encontradas a pronta entrega, forma utilizada para a divulgação dos itens. Os trabalhos estão sendo realizados na casa de cada voluntária, assim evitando o risco de contaminação pelo coronavírus.
“Para esse ano não faremos nada que possa gerar aglomeração de pessoas, mas estamos contando com a participação e doação da população. Pretendemos fazer rifas e seguir com os trabalhos de artesanato. Queremos retomar as produções de pães e bolachas. Hoje existe nos comércios do município os ‘cofres solidários’, que auxiliam na arrecadação de fundos”.
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