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As obras de recuperação e ampliação da BR-163 trecho que liga São Miguel do Oeste até Dionísio Cerqueira, no trevo de Idamar, estão paradas há quase um ano. Segundo o presidente da Comissão dos Atingidos pelas Obras na Rodovia, e vereador de Guaraciaba, Pedro Trevisol, a justificativa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é a de que a empresa responsável pela obra, Sul Catarinense, está sob recuperação judicial, e o Dnit precisa esperar o tempo legal de encerramento do contrato, para aí então retomar as obras.
“Acontece que a empresa abriu concordata e o governo também parece não ter recursos. Mas não vamos deixar de cobrar por melhorias. Vamos exigir principalmente a indenização e que o quanto antes o Dnit conclua essas obras, pois é um direito da população”, afirmou Pedro Trevisol.
O presidente da Comissão dos Atingidos pelas Obras, ainda informou que recentemente a comissão solicitou em conversa com representantes do Ministério Público Federal a intervenção da entidade, para que haja garantia de segurança e trafegabilidade. O trecho da rodovia que passa por São Miguel do Oeste, Guaraciaba, São José do Cedro, Guarujá do Sul até chegar em Dionísio Cerqueira tem 62 quilômetros.
“Recentemente foi feita uma operação de manutenção, o que não resolveu muita coisa, pois a obra e ampliação original continuam sofrendo com o desgaste do tempo”, lamentou Pedro.
Relembre
A obra previa: Extensão: 62,1 km. Valor: R$ 110 milhões. Empresa contratada: Sul Catarinense. Prazo contratual de execução: 2 anos. (Obra iniciou em maio de 2013). Restauração de 62,1 km de pavimento, sendo 23 km de terceira faixa. Plantio de 442.000m² de grama. Construção de quatro viadutos.
Informações do Dnit: Segundo o Analista em Infraestrutura de Transportes Chefe de Serviço do Dnit de Chapecó, Diego Fernando da Silva, havia uma previsão de que a Sul Catarinense concluísse algumas intervenções na obra de recuperação da BR-163. “O Dnit está adotando as medidas administrativas necessárias à retomada das obras, porém, a empresa se encontra em recuperação judicial, o que em meu ver vem limitando uma retomada mais efetiva do ritmo dos trabalhos”, declarou o representante do Dnit.
Diego informa ainda que não foram solucionadas todas as questões das desapropriações. São aproximadamente 550 processos na totalidade, dos quais apenas 90 foram concluídos. O valor gasto até o último mutirão, realizado em setembro, foi de aproximadamente R$ 14 milhões. “A questão da liberação de recursos para a desapropriação depende de uma série de fatores, entre eles o planejamento dos mutirões, o qual envolve o Dnit e a Justiça Federal, bem como a disponibilidade de recursos”, concluiu.
Empresa Sul Catarinense: Foi noticiado pelas rádios locais de São José do Cedro, de que no dia 21, a empresa Sul Catarinense desocupou suas instalações no município, sendo elas parte administrativa e um galpão as margens da via periférica.
A medida faz parte de liminar concedida pelo juiz da Comarca de São José do Cedro, Luiz Carlos Cittadin da Silva, onde consta a ação de despejo por denúncia solicitada por imobiliária, cujos proprietários tentaram várias negociações com a direção da empresa.
A equipe do Jornal Sentinela buscou informações com a empresa Sul Catarinense, que preferiu não se pronunciar.