27/05/2022 às 09h22min - Atualizada em 27/05/2022 às 09h22min

Até 3 de maio os brasileiros pagaram mais de R$ 1 trilhão de impostos

Aconteceu o Feirão do Imposto. O evento busca chamar atenção para a alta carga tributária para pelos brasileiros

Anchieta
Da redação
Sentinela
Entre os dias 22 e 28, aconteceu em todo o Brasil o Feirão do Imposto. Esta é uma das principais ações do Conaje (Confederação Nacional de Jovens Empresários), com objetivo de conscientizar as pessoas sobre a alta carga tributária. A ação foi realizada em vários municípios, promovida pelos Núcleos de Jovens Empreendedores.
“É uma forma de protesto contra isso, pra não deixar esquecer, pois no nosso dia a dia vamos pagando e pagando e achamos que é normal. Pelo menos não é normal pagarmos tantos impostos e os mesmos não serem revertidos da forma correta”, afirma Andressa Ludwig, empresária e integrante do Núcleo de Jovens Empreendedores de Anchieta (NJE) e coordenadora da pasta.
O Brasil é um dos países onde as pessoas mais pagam impostos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, até o dia 29 de maio o brasileiro trabalhou apenas para pagar impostos, taxas e contribuições. Segundo cálculo do Impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), até o dia 3 de maio, os brasileiros já tinham pago mais de R$ 1 trilhão de impostos.
“Nós pagamos todos estes impostos, mas na hora de ir para uma universidade precisamos pagar, para ir ao médico e ter um atendimento especializado ou com urgência temos que pagar, nossas rodovias estão deterioradas e nos locais onde estão realmente boas temos que pagar pedágio. Então o Feirão do Imposto vem pra chamar atenção para essas situações”, explica Laura Pansera, coordenadora do NJE Anchieta.
“Hoje na linha de supermercado um dos produtos que mais tem imposto agregado é o sabão em pó, são mais de 40% de impostos. Na gasolina são 61,95% de impostos. No vestuário, ramo onde a Andressa trabalha, chega a ser 32%. Desde o corte de cabelo, a gente paga imposto por isso”, destaca Laura.
 
Em Anchieta
NJE Anchieta realizou no município um trabalho intenso, seja por divulgação do feirão no Instagram ou dentro das empresas. “Surgiu a necessidade, dentre os nossos nucleados, de mostrar aos colaboradores o quanto eles geram de imposto real dentro da organização, pois eles não custam para o empregador apenas o salário mensal”, ressalta Andressa.
Os nucleados também decoraram suas vitrines com dados sobre a situação tributária do país e o tributo pago sobre determinados produtos. Laura e Andressa explicam que este ano o principal foco do Feirão é o site Reclamar Não Paga Imposto (https://reclamarnaopagaimposto.com.br/). Trata-se de um questionário onde empresários e o público em geral podem expressar opiniões sobre impostos pagos. “Nosso objetivo é reunir todas essas reclamações, indignações e insatisfação e lavar até representantes do governo do estado”, esclarece Andressa.
 
Feirão do Imposto
Criado em 2002, o projeto foi uma iniciativa do Núcleo de Jovens Empreendedores de Joinville/SC. Devido a relevância do projeto a Conaje passou a comandar o Feirão do Imposto visando ampliar seu alcance.
Uma das conquistas do Feirão é a obrigatoriedade de colocar a porcentagem de imposto pago sobre o produto nos cupons fiscais.
Até o ano de 2015 a Conaje realizava, além do Feirão do Imposto, o Dia de Liberdade de Impostos. Os projetos foram unificados com o objetivo de concentrar esforços numa única ação com o mesmo foco, escolhendo o mês de maio para realização da ação, devido ao Dia Nacional do Respeito ao Contribuinte.
A cada edição, o Feirão do Imposto tem um tema como foco principal, além de ter na sua essência a disseminação da informação tributária de forma simplificada à população, trazendo luz a alta carga tributária que contribuintes e empresas pagam, permitindo que sejam mais exigentes quanto ao retorno dos impostos pagos.
 
Conheça alguns dos impostos pagos por pessoas físicas e jurídicas
 
Impostos municipais
FPM – o Fundo de Participação dos Municípios;
ITBI – Imposto de Transmissão de Bens Imóveis;
IPTU – O Imposto Predial e Territorial Urbano;
ISS – Imposto Sobre Serviços (ISS).
 
Impostos estaduais
ICMS – Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação;
IPVA – Imposto sobre a propriedade de veículos automotores;
ITCMD – Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos.
 
Impostos federais
II – Imposto sobre Importação;
IE – Imposto sobre Exportação;
IPI – Imposto Sobre Produtos Industrializados;
IOF – Imposto sobre Operações Financeiras;
IR – Imposto de Renda;
ITR – Imposto Territorial Rural.
 
 
 
 
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