20/06/2022 às 16h15min - Atualizada em 20/06/2022 às 16h15min
Chuva prolongada causa perda de até 80% na lavoura
As chuvas das últimas semanas, junto da geada, deixaram prejuízo nas plantações de milho e feijão
Palma Sola
Da redação
Divulgação As chuvas que caíram na região nas últimas semanas deixaram prejuízo nas plantações. A maior parte do prejuízo foi na produção de milho e feijão. As culturas também foram afetadas pela geada. Na região os municípios mais afetados foram Palma Sola, Guarujá do Sul e São José do Cedro.
“No feijão, os maiores danos ocorreram em razão da chuva. O feijão estava quase pronto para colher, quem plantou a cultura mais tarde enfrentou a chuva durante a floração. A geada afetou mais o milho e o feijão que estava atrasado. O que a chuva não conseguiu levar a geada dos últimos dias levou. É uma situação complicada. Eram poucos os produtores que ainda estavam com as culturas na lavoura, então quem plantou o milho e feijão em janeiro e estava com as culturas na lavoura teve maiores percas”, explica o engenheiro agrônomo Jaquerson Perondi, responsável por muitos laudos de seguro encaminhados nos últimos dias.
No município de Palma Sola, por exemplo, o produtor Genair Link plantou 50 hectares de feijão. A estimativa era colher em torno de 45 sacas por hectare. “Com a chuva e a geada, a previsão e que colha no máximo 10 sacas, a porcentagem de perda fica em torno de 80%. Nas lavouras que avaliei em São José do Cedro e Guarujá do Sul, as perdas no feijão ficam entre 80% e 85%. A estimativa de produção ficava em torno de 45 e 50 sacas por hectare. Quem colher 10 sacas por hectare ainda vai sair no lucro. Onde a chuva e a geada não afetaram tanto, podem ser colhidas até 20 sacas”, relata Jaque.
No milho, foi a geada que mais prejudicou. Lavouras que iriam produzir até 140 sacas por hectare, perderam 80% da produção.
Seguro agrícola Quando o produtor contrata o seguro agrícola ou faz um financiamento no banco – o seguro é contratado automaticamente – e a lavoura é afetada por intempéries, sejam a falta ou excesso de chuva, vento, geada, entre outros, há a cobertura das percas. “O produtor vai até a instituição financeira onde contratou o seguro e faz um comunicado de perda, abre um sinistro e o próprio banco ou cooperativa direciona um perito. Em relação a cobertura do seguro, varia muito do valor do produto e como foi o contrato”, explica Jaque.
Segundo ele, as seguradoras irão analisar as informações que o perito repassar. São feitos cálculos considerando a estimativa de produção, quantas sacas o produtor irá de fato colher, o valor do produto (milho, feijão, soja) no dia em que o perito fez a perícia. “Dificilmente o seguro cobre todo o prejuízo do produtor, mas nos casos de perda total da lavoura, ele se livra da dívida com o banco. Claro que isso ocorre se estiver tudo certo. O produtor deve plantar dentro do zoneamento, ter todas as notas fiscais de comprovação de uso dos insumos e aplicações na lavoura. Se o produtor fizer tudo certo e não obter nenhuma receita dessa lavoura, a chance de ele não pagar a dívida é grande. É difícil ocorrer 100% de perda, um pouco o agricultor sempre vai colher. Na maioria dos casos o seguro ameniza um pouco o prejuízo, mas não o suficiente, pois a produção representa a renda do ano todo e o produtor não terá receita para sobreviver ao longo do ano”, finaliza Jaque.
O papel do município Os municípios fazem um levantamento anual das perdas, mas isso não interfere no valor do seguro, nem determina as perdas individuais de cada produtor, já que elas são estimadas por peritos contratados pelas instituições bancárias.
Os municípios podem decretar situação de emergência em caso de estiagem prolongada ou infestação por pragas, como a cigarrinha, e desse modo conseguir algum recurso para ajudar os produtores.
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