14/05/2024 às 00h00min - Atualizada em 14/05/2024 às 00h00min

Vai passar...

Voluntários do município estiveram em Encatado-RS. Eles contam como foi a passagem pelo estado, trazendo relatos de dificuldades, cooperação e esperança

Palma Sola
Da Redação
Divulgação
Palmassolenses se organizam e vão até o Rio Grande do Sul para ajudar os gaúchos atingidos pelo maior desastre climático da história do estado. O grupo de 18 pessoas saiu de Palma Sola na sexta-feira, dia 10, com um caminhão furgão, um motorhome e mais três veículos, rumo à cidade de Encantado-RS, com o objetivo de preparar refeições para as vítimas das enchentes, entregar doações e auxiliar na limpeza das casas.
Além do grupo que se organizou através do convite dos integrantes do Jeep Club Palma Sola, o empresário Luiz Henrique Crestani, através da Luke Group, mobilizou 25 caminhões carregados de donativos de toda a região; os caminhões levaram mais de 400 toneladas de donativos a diversas cidades do Rio Grande do Sul. Ainda na semana passada, a prefeitura municipal, Lions Clube, ACEPA/CDL, demais empresas e entidades se mobilizaram para ajudar através da campanha SOS Rio Grande do Sul, também com alguns milhares de quilos de donativos.
 
Relatos de quem esteve no RS
O grupo estava organizado para servir as refeições e limpar as casas. Foram montadas três frentes de trabalho, uma para o fornecimento de marmitas, aos munícipes que estavam realizando a limpeza das residências atingidas. Outras duas ficaram com a distribuição de donativos (kits de limpeza, água, cestas básicas, cobertores, roupas, calçados e itens de higiene pessoal) e ajudaram a remover a terra de dentro das casas.
“De uma casa de 60 metros quadrados, chegamos a tirar mais de 10 metros cúbicos de terra”, relata Daniel Delevatti, diretor de Defesa Civil de Palma Sola, que também acompanhou o grupo que foi a Encantado. 
Sobre as condições das cidades, o grupo relata que com a ocorrência de diversos deslizamentos, solo e árvores foram parar dentro dos rios e as casas e lotes estavam repletos de barro. “A maioria dos atingidos perdeu tudo o que havia dentro das casas, ao percorrer a cidade víamos incontáveis aglomerados de móveis empilhados em frente às residências, muita gente perdeu tudo, havia casas de cabeça para baixo, locais em que a água cobriu completamente às residências e locais que não sobrou absolutamente nada”, conta Daniel.
Sobre o que foi mais marcante, o grupo informa que é difícil expressar, conforme eles, não existe modo de descrever o tamanho dos danos causados e a tristeza no semblante das pessoas: “Somente indo lá pra saber”, afirmou o grupo.
Durante o sábado o grupo conseguiu cumprir com o planejamento inicial, porém no domingo, por conta das chuvas, e o risco de um novo alagamento, foi necessário ajudar a realocar as famílias. “Ao invés de ajudar a reconstruir, ajudamos eles a fugirem de uma nova enchente”, esse é o relato do jipeiro Tiago Bianqueto, que esteve na cidade de Encantado.
“Estou com 71 anos e nunca vi nada parecido. Lá em Encantado precisa mais de 500 carretas só para carregar e levar embora as árvores e galhos espalhados pela cidade. Dá dó de ver aquele pessoal, muita gente sem ter nem casa pra voltar. Graças a Deus tem muita gente fazendo doações e ajudando, mas vai precisar muito mais” afirmou o aposentado e ainda motorista, Alderi Vissotto.
Com a volta da chuva forte no domingo o grupo a levar pessoas, doações e até mesmo carros, para lugares mais altos, fora da zona de risco. “É algo muito forte, a população fica perdida, sem saber o que fazer. O pessoal que está ali já chega mandando o povo sair da casa, pegar o que puder e ir. É muito triste”, reforça.
Na volta para Palma Sola, o grupo saiu pelo interior da cidade de Encantado, no acesso de Nova Bréscia – demais acessos já começavam a alagar. No trecho de cerca de 40 quilômetros de estrada de chão, o grupo passou por Relvado e Putinga. Pouco tempo depois que o grupo passou, a estrada foi fechada, vários trechos estavam em risco de desmoronamento.
Apesar das dificuldades, sempre há esperança. Quem esteve no Rio Grande do Sul, também traz relatos de solidariedade, de cooperação e principalmente, de esperança. A água vai baixar e será possível recomeçar.
Há uma forte movimentação dos três estados do Sul e do Brasil em prol do RS nesses momentos de necessidade. “Tinha muitas pessoas como nós, que estavam ajudando. Muitos voluntários trabalham na distribuição de alimentos e água”, informa o vice-prefeito, Marcio Sansigolo. Além do trabalho dos voluntários, pessoas de todo o país estão encaminhando doações, seja de alimentos, água, roupas, cobertores ou dinheiro. 
É possível continuar ajudando o Rio Grande do Sul, entidades em Palma Sola e em toda a região continuam arrecadando donativos preferencialmente kits fechados para limpeza, higiene pessoal, cestas básicas fechadas, além de água potável, cobertores e roupas de cama. Em Palma Sola, os donativos podem ser entregues na prefeitura municipal e ACEPA/CDL. Os itens serão enviados através da AMEOSC – Associação dos Municípios do Extremo Oeste de Santa Catarina.
“Queremos agradecer aos munícipes de Palma Sola, que encaminharam donativos, que forneceram seus caminhões para o transporte, aos que receberam e separaram os donativos, e todos que dedicaram seu tempo para ajudar o próximo”, agradece Daniel Delevatti, em nome do grupo de voluntários.
 
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