A Câmara Municipal de Campo Erê realizou o lançamento oficial do Programa Parlamento Jovem. Esse projeto, que tem como objetivo promover a formação cidadã de crianças e adolescentes através da vivência política, foi instituído por lei no município em 2014, mas não havia sido implementado. Neste ano, o projeto recebeu novo impulso com o apoio da Escola do Legislativo, da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC).
De acordo com a Presidente da Câmara, Suziane Teske (PT), popularmente conhecida como Suzi, a ideia do Parlamento Jovem surgiu durante o período em que seu pai, Leonir Teske, presidiu a Câmara em 2014, ocasião em que a lei foi aprovada. Ela esclarece que trazer essa proposta de volta sempre foi um sonho pessoal: “Durante 10 anos, essa lei ficou arquivada. Agora, com muito trabalho e apoio dos demais vereadores, estamos colocando-a em prática, com as atualizações necessárias para se adequar às novas legislações”, afirma.
O programa será dividido em duas frentes: a Câmara Mirim, destinada a crianças de 9 a 12 anos, e o Parlamento Jovem, direcionado a adolescentes de 13 a 16 anos. Nesta primeira fase, será implantado o Parlamento Jovem, com a participação das escolas estaduais do município. Serão eleitos nove vereadores titulares e nove suplentes, com vagas distribuídas conforme o número de alunos nas escolas: quatro para a EEB Raul Pompeia, três para a EEB Emílio Garrastazu Médici e duas para o Cedup Campo Erê.
A eleição será realizada por voto direto entre os estudantes do 8º ano ao 3º ano do ensino médio. As escolas já receberam o projeto e constituíram comissões internas para coordenar o processo eleitoral. A servidora Laura Trevisan atua como elo entre a Câmara e as unidades escolares. Os estudantes eleitos terão sessões mensais, onde poderão apresentar projetos, indicações, moções e até propor audiências públicas, sempre seguindo o regimento interno da Câmara Municipal.
A proposta foi bem acolhida nas escolas. Na EEB Emílio Garrastazu Médici, a adesão ao projeto foi imediata. A assessora de direção da escola, Neusa Pulga, relatou que a proposta foi apresentada em uma reunião na Câmara de Vereadores, onde, segundo ela, devem participar cerca de 241 alunos, dos 8º e 9º anos, e dos 1º e 2º anos do Ensino Médio.
Neusa avalia que o projeto tem alto potencial formativo: “Esta iniciativa visa desenvolver a liderança e o interesse pela política em benefício da comunidade na qual o estudante está inserido. Além disso, proporcionará maiores conhecimentos aos estudantes que participarem do Parlamento Jovem”, destacou.
Neusa acredita no impacto positivo do programa para o protagonismo juvenil. Acrescenta que há muitos alunos interessados em participar, e que, além de auxiliar a política local, o programa contribuirá para o desenvolvimento dos estudantes de Campo Erê.
Para a assessora, a participação da escola no Parlamento Jovem pode abrir portas para outras iniciativas de educação política: “É possível que, após essa experiência, surjam lideranças políticas oriundas da nossa escola, que no futuro possam se eleger e contribuir para uma política que realmente faça o bem para a comunidade na qual está inserida”, concluiu.
A Presidente da Câmara reforça que o projeto será contínuo, com eleições e atividades ocorrendo anualmente: “Queremos que os jovens tenham voz e vez, apresentando suas demandas e sua visão de futuro para Campo Erê”, afirmou Suzi. A expectativa é formar cidadãos mais conscientes e incentivar novas lideranças políticas, comprometidas com a ética, o respeito e a seriedade.