A Creche Municipal Doce Infância, localizada na rua Antônio Duarte da Rosa, em Guarujá do Sul, foi entregue à comunidade ainda na gestão anterior, em julho de 2023, porém as atividades só iniciaram no início do ano letivo de 2024. Moderna e construída em modelo modular, a unidade atende crianças de quatro meses a dois anos, com cinco salas de aula. Contudo, pouco tempo após o início das atividades, a nova gestão, liderada pela prefeita Eliane Fanton (PL) e o vice Celso Taube (MDB), identificou uma série de falhas estruturais na edificação.
Segundo o secretário de educação, Jeferson Rosa Soares, e a diretora, Marcia Detke, os problemas começaram a ser notados logo nos primeiros dias de funcionamento sob a nova gestão. Entre os principais pontos críticos está o sistema de captação de água da chuva, cujas cisternas permanecem vazias, apesar de estarem conectadas às calhas da estrutura. O motivo do não preenchimento está sendo apurado em diálogo com a empresa responsável.
“Não se sabe ainda se a água está infiltrando no solo ou sendo desviada para outro local. Isso está sendo verificado”, relatou o secretário. A cisterna, instalada abaixo do nível do telhado, deveria receber a água por gravidade, o que não está ocorrendo.
Outro problema identificado foi a presença de infiltrações nas paredes internas da creche. Algumas delas já foram trocadas: “Desde o início do ano notamos infiltrações. As paredes estufaram e, em alguns casos, foi preciso substituí-las. A origem pode estar tanto nas paredes, por contato com o solo úmido, quanto no sistema de tubulação instalado nas canaletas”, explicou Marcia. A cobertura plana do prédio também favorece o acúmulo de umidade.
Além disso, partes do piso vinílico estão estufando, o que gera risco de tropeços para crianças pequenas que estão aprendendo a caminhar. Também foi verificada a má instalação do piso tátil, que se encontra descolando em alguns pontos.
O muro dos fundos da creche foi outro ponto que chamou atenção da comunidade. Segundo o secretário, o local passou por vistoria da empresa responsável, que garantiu, por meio de laudo técnico, que não há risco de desabamento. Uma reunião foi realizada com a presença da construtora, técnicos e vereadores, para discutir os problemas detectados.
A obra custou em torno de R$ 3 milhões aos cofres públicos e foi executada pela empresa Metalpox Indústria e Comércio de Móveis Ltda., de Xanxerê-SC. Todos os valores foram pagos durante a execução da obra, conforme previsão contratual. Apesar disso, a atual gestão conseguiu acionar a empresa, que vem realizando os reparos necessários após notificações da Secretaria Municipal de Educação.
Outro ponto levantado por Marcia foi a falta de espaço adequado para recreação das crianças. Apesar da estrutura ampla, a creche não conta com áreas verdes e nem espaços abertos suficientes: “Tem uma área de areia construída, mas ela fica quase toda sombreada. As crianças praticamente não têm onde brincar”, afirmou. Além disso, não há cercas ou portões adequados na parte superior da estrutura, o que exige atenção redobrada dos profissionais durante o intervalo.
Mesmo com uma estrutura nova e elementos sustentáveis, como geração própria de energia e reaproveitamento de água da chuva, a Creche Doce Infância ainda enfrenta desafios para oferecer às crianças um ambiente plenamente seguro e funcional. A expectativa da direção e da Secretaria de Educação é de que as correções sejam finalizadas em breve e que a unidade possa, enfim, atender à comunidade com a qualidade esperada.