Antes do pasto BRS-Capiaçu a família de Vanderlei Pies alimentava 17 vacas em 23 hectares, atualmente são mais de 60 animais Palma Sola Atualmente, vários pequenos produtores de leite estão desistindo da atividade. Os principais motivos para isso são a falta de mão de obra e, principalmente, os altos custos de produção de alimentação das vacas de leite. Em entrevista ao jornal Sentinela, Irinete e Vanderlei Pies falam sobre o período difícil e alternativas para baixar os custos de produção. Irinete e Vanderlei moram no distrito de Cerro Azul, município de Palma Sola. Estão na atividade leiteira há 10 anos e possuem cerca de 60 animais, entre vacas leiteiras e bezerras de corte. Há alguns anos, Vanderlei começou a investir em pastagens, pois comprar o grão de milho e fazer silagem estava muito caro, praticamente inviabilizando o aumento da produção de leite. Ele plantou o pasto BRS-Capiaçu e após vários testes observou que ele serve, inclusive, para silagem. “Minha produção de leite não é enorme, mas com o Capiaçu consigo volume de alimento. Uma vez a gente tinha que descartar os bezerros, hoje, com o pasto consigo fazer um confinamento e engordar esses animais. Esta é mais uma fonte de renda para pagar minhas contas, pois os investimentos na propriedade são grandes e a margem de lucro do leite é pequena, já que os insumos aumentaram”, explica o agricultor. Em 2019, quando adquiriu o BRS-Capiaçu, Vanderlei e sua esposa alimentavam 17 vacas e dois bezerros. Agora, plantando na mesma área de terra – 23 hectares –, eles alimentam 27 vacas de leite, 20 terneiros e 13 novilhas. “Posso dizer que alimento todos os animais e tenho pasto sobrando”, afirma. Ele explica que a silagem de milho possui mais proteína, em torno de 9%. A silagem feita de BRS-Capiaçu tem 6,21% de proteína – quando cortado verde, a porcentagem de proteína aumenta. “Acredito que não saímos perdendo, por conta da quantidade de produção por hectare. Um hectare de milho produz em torno de 13 carretões; de Capiaçu o mesmo hectare chega a 28 carretões. Tenho um grande volume de pasto. Nós pequenos produtores queremos encher a barriga da vaca. É diferente de quem trabalha com free stall, que tem que produzir cada vez mais, a gente tem que baixar os custos de produção para ter maior renda”, ressalta o agricultor. Quando descobriu o BRS-Capiaçu, Vanderlei estava muito focado: “Eu procurei e estudei sobre o pasto. Hoje pessoas que desacreditavam que daria certo veem o nosso volume de produção e nos procuram para conseguir mudas do Capiaçu”. Além disso, o BRS-Capiaçu se tornou uma outra fonte de renda, já que a família comercializa mudas de pastagem. Segundo Vanderlei, elas são vendidas no preço simbólico de R$ 0,20. Ele já vendeu para produtores de municípios vizinhos e para os estados do Rio Grande do Sul e Paraná. Uma das maiores vendas foi em dezembro, onde ele faturou R$ 5,2 mil. Alguns dos parceiros de Vanderlei e sua família na produção do BRS-Capiaçu foram a Epagri, a Secretaria de Agricultura de Palma Sola, a Cooper Palma Sola e a Prado Inoculantes. “Tenho um agradecimento especial para meu primo Sidinei Bracht, que arrumou as primeiras mudas da pastagem. Mas agradeço a todos por estarem sempre me apoiando e acreditando no trabalho de um pequeno produtor, pois somos nós, os pequenos produtores rurais que fazem os municípios pequenos crescerem. A gente não quer abandonar a produção e ir para a cidade, por isso é muito importante ter quem nos apoie”, finaliza o agricultor. O principal objetivo de Vanderlei é deixar a propriedade organizada, para que os filhos deem sequência ao trabalho realizado. “Meu sonho é que eles assumam a propriedade, porque aqui temos qualidade de vida. O Capiaçu veio para nós como uma forma de baratear a produção, pois é um pasto de baixo custo. No futuro o Capiaçu pode ser um meio dos nossos filhos se manterem na agricultura, porque é mais rentável e isso traz mais qualidade de vida”, conclui Irinete. https://sentineladooeste.com.br/inicio https://www.instagram.com/jornalsentinela/ https://www.facebook.com/sentineladooeste/