Laticínios BRQ enfrenta desafio na busca de mão de obra qualificada

BRQ em Guarujá do Sul enfrenta escassez de mão de obra qualificada para diversas vagas, um desafio complexo agravado pelo crescimento acelerado do mercado e suas demandas

Ruthe Kezia - Guarujá do Sul
09/08/2025 10h00 - Atualizado há 3 dias
Laticínios BRQ enfrenta desafio na busca de mão de obra qualificada
Airton Mendes, gerente da BRQ, destaca o valor do desenvolvimento profissional na empresa: "Quando a pessoa enxerga que ela pode crescer se desenvolver, melhorar de vida, isso é um facilitador com certeza". (Foto: Arthur Nunes)

Airton Mendes, gerente da BRQ em Guarujá do Sul, lida todos os dias com uma realidade que tem deixado de ser só um número no papel: vagas abertas, máquinas prontas, mas poucos nomes dispostos a ocupá-las. “Não é que as pessoas não querem trabalhar. É que as empresas estão crescendo, e a população não cresce junto”.

A BRQ tem mais de 12 anos de história, e sua planta em Guarujá do Sul é hoje a que mais produz entre as quatro do grupo. Mesmo assim, o cenário está longe de ser confortável. São dez vagas abertas, desde auxiliar de produção a técnico de manutenção, e o preenchimento, especialmente dos cargos que exigem formação, leva tempo. Tempo que muitas vezes falta quando a demanda aumenta.

Há cinco anos, tínhamos mais homens do que mulheres aqui. Hoje é o contrário. E não é uma decisão nossa, é o que tem”, conta Airton. A explicação está no contexto regional: regiões onde as marcenarias e indústrias disputam a força braçal masculina, enquanto na BRQ, cada vez mais, as mulheres têm assumido o espaço que está disponível, e que precisa ser adaptado. “A gente teve que ampliar o vestiário feminino e ajustar linhas de produção para tornar o trabalho mais acessível e confortável para elas”.

Mesmo com os desafios, a empresa não cruza os braços. Criou um programa de incentivo com cestas de alimentos para quem não falta nem atrasa, e viu a adesão multiplicar. Implantou também um auxílio para as mensalidades de quem estuda e deseja crescer na carreira, e o resultado aparece no dia a dia: boa parte da liderança atual começou na produção e foi subindo. “A pessoa entra, se dedica, e a gente ajuda a crescer. Isso segura muita gente aqui”.

Para Airton, oferecer oportunidade de crescimento faz toda a diferença. “Quando a pessoa enxerga que ela pode crescer, se desenvolver, melhorar de vida, isso é um facilitador com certeza”. Ele acredita que esse sentimento de pertencimento e possibilidade real de evolução dentro da empresa ajuda a manter os colaboradores motivados e engajados com o trabalho.

Mas Airton não ignora o outro lado da equação. Fala abertamente sobre os programas sociais que, embora importantes, acabam afastando uma parcela da população do trabalho formal. “Muitos evitam empregos com carteira assinada para não perder o benefício, e isso complica para nós”.

Mesmo diante dos desafios, a BRQ se mantém destaque no mercado. Pelo quarto ano consecutivo, a empresa conquistou o selo “Great Place to Work”, uma certificação internacional que atesta a excelência do ambiente de trabalho, baseada na avaliação dos próprios colaboradores sobre aspectos como clima organizacional, tratamento justo e inclusão. Esse reconhecimento tem sido um importante diferencial, atraindo novos talentos que muitas vezes já conhecem o selo e o veem como um sinal de um bom ambiente para se estar.

 

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