Castra Bus esteve em Cedro e região

Através de uma parceria com a ONG Cedro Animal, o Castra Bus, que é uma clínica itinerante, esteve em São José do Cedro para realizar castração em cães e gatos. O ônibus existe há um ano, mas o projeto de mutirão de castração acontece há mais de 10 anos. Conforme a veterinária Bruna Florindo, geralmente o contato com o projeto é realizado por ONGs ou protetores independentes, mas o poder público atua como parceiro em alguns municípios.
“As ONGs e os protetores independentes realizam um trabalho fantástico em muitos municípios, trabalho esse que deveria ser feito pelo poder público. Em muitos casos, a mobilização dessas pessoas é mais efetiva do que a gestão do local, embora o poder público tenha um papel importante”, afirma Bruna.
O ônibus é adaptado com uma estrutura de centro cirúrgico, com local para anestesia e o preparo do animal, contando com três mesas para realizar as operações e todo o equipamento de emergência, como oxigênio e medicamentos necessários. Além disso, conta ainda com equipamentos e medicação para o pós operatório. “É um centro cirúrgico móvel e completo”, afirma Bruna.
Conforme a veterinária, trabalha-se com o objetivo de diminuir a população de animais, fazer o controle de natalidade das cidades por onde passam, e dessa forma diminuir o número de crias indesejadas que resultam em animais abandonados. “Conseguimos trabalhar com um valor mais acessível justamente pelo volume de operações realizados. Dessa forma, tudo o que conseguimos comprar em grandes quantidades contribui para diminuir custos. Como atuamos a nível de mutirão, realizando de 80 a 100 castrações por dia, o valor torna-se mais acessível, variando de R$ 100 a R$ 200, conforme o animal e os medicamentos utilizados”, explica.
O ônibus esteve em Cedro e Campo Erê. Quando conversamos com os tutores dos animais, a maioria diz que não havia realizado antes o procedimento de castração ou pelo valor que é muito mais caro em clínicas, ou mesmo pela dificuldade de encontrar veterinários e clínicas que façam o procedimento. Já os animais abandonados que foram castrados, ficaram sob a responsabilidade dos cuidadores. “Aqui em Cedro, a maior parte dos animais que passaram pelo procedimento são aqueles acolhidos pelas voluntárias da ONG Cedro Animal, que se comprometem com a causa e encontram um lar temporário para eles, ou elas mesmo ficam responsáveis por eles no pós operatório”, detalha Bruna.
Bruna destaca a importância dessa ação para os municípios, uma vez que com o passar do tempo, e se o mutirão for realizado uma ou duas vezes no ano, é notável a diferença no número de procriações indesejadas. “Com o tempo é notável a redução real que se tem no número de animais pelas ruas”, enfatiza.
A equipe é formada por quatro veterinários, sendo anestesista e cirurgiões, que atuam na clínica móvel. Mas a equipe conta ainda com uma clínica física em Florianópolis, onde também é realizada a castração como forma de trabalho social, com valores acessíveis.
Em Cedro, um dos animais castrados foi a pequena Luna, de apenas um ano. Sua tutora, Eli Bariviera, conta que levou a Luna para a castração para que o animal tenha uma vida mais tranquila, com menos riscos de doença e para que não procrie de forma indesejada. “Fiz isso pela Luna e para contribuir com a cidade em si, que não precisa de mais animais abandonados. Minha Luna é dócil, parceira e amiga, e agora sei que estou contribuindo com sua saúde e oferendo a ela mais qualidade de vida”, enfatiza.