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14/11/2019 às 14h04min - Atualizada em 14/11/2019 às 14h04min

Venda direta ao consumidor está diminuindo

Na última semana a equipe do Sentinela esteve conversando com o agricultor Clenocir Pagnoncelli - popular Leco. Ele tem 43 anos e reside na Linha Paraíso, interior de Palma Sola. Sua família entrega leite in natura na cidade há mais de 40 anos, atividade que iniciou com o pai de Clenocir, Darci Clemente Pagnoncelli, (em memória). Na propriedade da família Pagnoncelli, trabalham somente os membros que compõem a família, Clenocir, sua esposa Jaqueline, seu filho Eduardo e a avó Dorvalina e em breve a pequena Duda, de apenas 1,5 anos.
Da renda da família, 65% vem da comercialização do leite, 30% da engorda de suínos e 5% da criação e venda de frango. Atualmente a família do Leco conta com 40 vacas de leite, 29 em lactação.
Leco conta que passou a infância e juventude ajudando os pais. “Antigamente o forte era a produção de porco. A gente tinha umas vaquinhas e também plantava milho, feijão e fumo” revela explicando que com o passar do tempo a atividade leiteira se tornou o carro chefe dos ganhos da família.
O trabalho de vender e entregar leite direto aos consumidores da cidade de Palma Sola é herança do pai de Clenocir. “O pai começou isto, lembro de quando eu era bem pequeno e ajudava o pai a entregar leite na cidade. Carregava uma mala com 10 litros, pegava o ônibus aqui no estradão e ia até a cidade. Quando não tinha ônibus ia a pé mesmo, principalmente nas férias escolares” lembra.
Há 17 anos Clenocir e a esposa Jaqueline Bregalda começaram a tocar a propriedade e investiram todas as economias em vacas de leite. No começo o dinheiro era curto e foi necessário uma sociedade com o irmão Panocha, Claudiomiro. “Meu irmão lidava com compra e venda de carros, num brique acabou comprando 20 vacas de leite, eu paguei metade. Depois de um tempo eu e a Jaque compramos os outros 50% dele” revela.
No início Leco e Jaque entregavam pouco menos de 100 litros de leite por semana na cidade. Sempre com muito capricho, zelando pela qualidade do leite e higiene no manejo das vacas as coisas melhoraram. As vendas aumentaram e o casal chegou a entregar 1.200 litros por semana.
“A época que a gente mais vendeu leite na cidade foi entre 2010 e 2012. A gente fazia as entregas numa Brasília, enchia ela e ia para a cidade” conta Leco lembrando com saudade do tempo que o único veículo da família era uma Brasília. Nesta época compraram uma caminhonete ano 2007. Mas foi em 2014 que o leite possibilitou a compra de uma caminhonete Chevrolet S10 zero quilometro.
A entrega deste leite é feita através de garrafa PET de dois litros. O valor varia entre R$ 2,25 a R$ 2,50, dependendo da forma de pagamento. O acréscimo vale a pena em relação ao leite que segue para as empresas de laticínio, que pagam em torno de R$ 1,20 por litro.
De 2014 até os dias atuais a venda de leite na cidade vem diminuindo. Dos 1.200 litros por semana, a família está entregando não mais que 600 litros por semana. Todo o restante da produção dos 12.000 litros/mês são entregues para a Cooper Palma Sola.
A situação do casal de agricultores da linha Paraíso é a mesma de centenas de pequenos produtores de leite de Santa Catarina e Paraná. Por quase duas décadas o leite foi a principal atividade de sustento do pequeno agricultor, no entanto é comum escutar queijas sobre o valor pago, custos de produção e as constantes exigências de melhora na qualidade da produção do leite.
O preço do litro do leite está estagnado há 5 anos. Segundo informações da Conseleite o valor do leite padrão está em R$ 1,1479 para este mês de novembro.
 
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