Nada mais racional que utilizar o vento, um recurso natural, gratuito, renovável e saudável, para melhorar o conforto térmico de nossos projetos. O tema é altamente complexo e abrangente, mas abordaremos sinteticamente alguns conceitos, exemplificando-os com projetos construídos. Uma série de sistemas de ventilação pode auxiliar nos projetos: ventilação natural cruzada, ventilação natural induzida, efeito chaminé e resfriamento evaporativo, que combinados à correta utilização de elementos construtivos possibilita melhoria no conforto térmico e diminuição no consumo de energia.
A ventilação natural cruzada é aquela cujas aberturas em um determinado ambiente ou construção são dispostos em paredes opostas ou adjacentes, permitindo a entrada e saída do ar. Já a ventilação natural induzida diz respeito àquela em que sistemas de indução térmica são utilizados na condução do resfriamento do ar.
O ar quente é mais leve que o ar frio, fazendo com que no ambiente externo ou interno, o ar quente suba e o ar frio, desça – coberturas sheds ou lanternins. Em edifícios verticais, é recorrente a utilização de fluxos verticais de ventilação pelo efeito chaminé, no qual o ar frio exerce pressão sob o ar quente forçando-o a subir, assim como na ventilação induzida. O resfriamento evaporativo, muito difundido na obra de Le Corbusier em Chandigarh e Oscar Niemeyer em Brasília, usa extensos espelhos d’água ou lagos, estrategicamente posicionados na direção das correntes de ar predominantes, frente aos edifícios com aberturas.
Isso permite que ao passar pela água o vento siga com certa porcentagem de umidade, garantindo frescor a climas áridos. Ainda aos fatores, considerar os tipos de aberturas é imprescindível. De acordo com o tipo de janela, vedação ou porta escolhida, influenciará diretamente na direção dos ventos (vertical, horizontal ou inclinado) e porcentagem da massa de ar adentrada.