31/03/2020 às 14h20min - Atualizada em 31/03/2020 às 14h20min

Indicatto pode demitir 33 na próxima segunda

Camisaria de Palma Sola deu uma semana de folga aos 45 funcionários, na segunda dia 30 trabalhou com quadro reduzido e anunciou férias coletivas até a próxima segunda, dia 6

Em entrevista ao jornal Sentinela do Oeste o empresário Alexandre Dias, proprietário da Indicatto Camisaria, afirma que a crise é eminente e que se até a próxima segunda-feira, dia 6 de abril, o comércio não voltar a funcionar será obrigado a demitir 70% do seu quadro de funcionários no município de Palma Sola.
Alexandre se instalou em Palma Sola no ano de 2008, inicialmente para empregar 20 pessoas, contudo sempre manteve o quadro em torno de 40 pessoas, chegando a empregar 60. Atualmente o quadro é de 45 funcionários na unidade de Palma Sola e mais 27 na unidade de Salgado Filho.
Ano passado a Indicatto fechou boas parcerias a nível nacional, produzir para grandes empresas a longo prazo. “Até a chegada do Covid-19 eu estava muito otimista. O ano de 2020 tinha tudo para ser muito bom. Agora, com o coronavírus temos é uma grande preocupação”.
O temor de Alexandre é o de muitos proprietários de indústrias de facção. “Parar o comércio nos preocupa muito, isto trava a engrenagem da economia. A indústria vive do faturamento, se o comércio não trabalha o nosso produto não sai. A indústria acaba parando por falta de demanda” explica o empresário que entre as unidades de Palma Sola e Salgado Filho contabiliza uma folha de R$ 150 mil.
Além do cancelamento de pedidos, a Indicatto também já enfrenta problema em receber mercadoria já entregue. “Tenho cliente que já não me paga, suas lojas estão fechadas e ele não fatura” explica.
 
Possibilidade real de demissão
Sobre a mesa de Alexandre já estavam prontos 33 avisos prévios, decisão válida até a manhã de segunda-feira, dia 30. Contudo em conversa com familiares e contador ainda no dia 30, Alexandre resolveu dar férias para todos os funcionários por mais uma semana, na esperança que o comércio volte a trabalhar e a economia a girar.
Todo empresário quer ampliar os negócios, expandir, vender mais e para isto sempre precisa de mais mão de obra. “Jamais pensei em fazer estas demissões. Mas se for necessário eu farei, temporariamente. Preciso manter a empresa de pé, inclusive para manter os outros empregos. “Não vamos desistir. Às vezes é preciso dar um passo para trás para poder dar dois para frente”.
As demissões significam um custo alto, não apenas do ponto de vista financeiro, mas também de treinamento da equipe. Alexandre afirma que tem muitas pessoas boas trabalhando com ele há tempo, algumas há mais de 10 anos.
Em cumprimento ao decreto do governo do Estado, na semana passada a Indicatto propôs sistema de banco de horas para os seus funcionários. Todos ficaram em casa sem prejuízo no salário. Nesta segunda a Indicatto comunicou férias coletivas por mais uma semana.
“Até hoje nunca tive nenhum problema trabalhista, nenhum boleto atrasado, sempre honramos nossos compromissos. Nesta hora o coração está apertado pela necessidade da demissão para manter a empresa viva. Estou rezando para não demitir ninguém, mas vejo que vai ser difícil”.
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