19/12/2020 às 11h24min - Atualizada em 19/12/2020 às 11h24min

Arte como distração

O início da quarentena foi intenso para Silmara da Silva, que além de professora de Artes, passou a empreender no ramo de artesanato

Da redação
A pandemia e o necessário isolamento social trouxeram incertezas e angústias. É uma realidade. Afinal, as mudanças foram repentinas e inesperadas. Mas o momento também foi oportuno para novas possibilidades, realizações e execuções, podendo ser usado para refazer planos, repensar rumos e buscar soluções criativas para aquelas questões que vinham sendo arrastadas no piloto automático do dia a dia.
Como articulou uma mensagem circulada na internet e nos grupos de WhatsApp: ninguém imaginava que estaríamos dando banho em um pacote de amendoim em 2020 – os planos para o ano viraram de cabeça para baixo. Muitos, porém, estão aproveitando o período de reclusão para repensar sobre aspectos de suas vidas individuais e estabelecendo novas metas para quando isso acabar, encarando o confinamento como um novo começo e até uma oportunidade para mudar de carreira ou usufruir da profissão para se reconectar.
O início da quarentena foi um período intenso para a palmassolense Silmara da Silva, de 45 anos, que além de professora de Artes, passou a empreender no ramo de artesanato. "Com a pandemia, a falta das aulas presenciais, dos meus alunos e a mudança na minha rotina, fez com que eu sofresse com a síndrome do ninho vazio. Para me distrair, recorri a confecção de biscuit, como ponto de fuga. Já tinha feito algumas pecinhas uma vez, mas, agora, foi minhas filhas que deram a ideia de voltar a praticar. O planejamento dela era que eu fizesse para presentes, mas pensei em vender e se não desse certo, ai eu ia presentear”, esclarece.
  Formada em Educação Artística e habilitação em Artes Plástica, Silmara está concluindo mais uma pós-graduação, agora em Ensino Lúdico. “Neste ano, realizei um curso de aperfeiçoamento para confeccionar os biscuit, que requerem muito cuidado, dedicação e tempo. Não se confecciona assistindo televisão ou cozinhando, precisa sentar, com tempo, e começar”, explica acrescentando que em decorrência da grande demanda, montou uma parceria com outra colega, que a auxilia na conclusão das peças.
 
Novidades e comercialização
Segundo a palmassolense, nos próximos dias haverá muitas novidades na sua linha de biscuit, intitulada Sil Enfeites de Cuia, visando o Natal e Ano Novo. “Estou preparando muitas coisinhas, para aqueles que gostam de enfeitar o chimarrão, até mesmo colecionar. Estou comercializando avulso e em kits, que custam entre R$ 10 a 25. Todas as encomendas podem ser feitas nas minhas redes sociais. Além disso, possuo uma logo específica, que tem o objetivo de abrir a mente ao empreendedorismo”, relembra.
 
Em meio a pandemia
 “A ausência das crianças em sala me castigou, mexeu muito comigo. Ter que se adaptar a um ensino híbrido e remoto, foi quase impossível. Gosto muito de trabalhar o eu, o sentimento, a arte e ter um contato assim tão distante, sem poder tocar, sentir e estar pertinho ajudando cada um, dói, sinto muita falta”, ressalta a orientadora, que atua na área há 14 anos. “Minhas aulas sempre foram alegres, costumava colocar músicas”, completa.
Para ela, o mais importante de ser professora, é conhecer e entender seus alunos. “Conheço cada gosto, cada expressão, cada personalidade, pois consigo acompanhar eles desde a primeira série até o quinto ano. O desenvolvimento de cada criança nesse momento ficou uma incógnita, não sabemos até que ponto ela entendeu, de como ela desenvolveu cada atividade, dos seus sentimentos, se gostou ou não de realizar. Acho que isso é o mais triste disso tudo!”, exemplifica.
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