Sentinela do Oeste Publicidade 1200x90
10/02/2021 às 08h24min - Atualizada em 10/02/2021 às 08h24min

Estoques ainda não estão normalizados

A afirmação é da sócia proprietária da Metalúrgica Wapel, Silvana Mazotti, que falou ao Sentinela sobre as dificuldades enfrentadas pelo setor durante a pandemia

Da redação
Apontado como um dos setores que mais sofreria com as medidas de isolamento social, o segmento de construção conseguiu recuperar rapidamente o movimento. Mas se a demanda cresceu nos últimos meses, embalada pela injeção de renda e uma mudança no perfil de cliente, a queda no valor das compras e a falta de matéria-prima tornaram o processo de retomada mais lento (e caro) para esse mercado.
Mesmo diante da crise imposta pela pandemia, mais de 54% dos lojistas de materiais de construção registraram aumento nas vendas, na comparação do mesmo período em anos anteriores. Os dados são do Termômetro Anamaco, levantamento feito pela associação do varejo de construção em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). De acordo com os lojistas, a demanda está voltada para reformas e obras pesadas, e não mais para pequenos reparos, jardinagem e decoração, como acontecia no início da pandemia.
Foi o que contou a proprietária da Metalúrgica e Materiais de Construção Wapel, de Palma Sola, Silvana Mazotti, em entrevista ao Sentinela. "Nosso setor não estava esperando esse crescimento. O que tem nos surpreendido nos últimos meses foi uma procura muito grande por materiais básicos para construção e reforma. Há, inclusive, falta de cimento, ferro, cerâmicas e forros no mercado, o que tem trazido um desafio para nós e para as construtoras e clientes no geral", disse.
 
Demanda e preços nas alturas
A loja palmassolense continua enfrentando as mesmas dificuldades do ano passado. Seja no quesito vendas ou construções. O atraso na produção é ainda um fato recorrente. Segundo Silvana, para receber o pedido feito ao fornecedor, é preciso sorte e paciência, já que ambos estoques estão praticamente vazios.
“Enviamos ao nosso fornecedor tudo que necessitamos na loja. A partir daí, eles veem o que podem nos enviar, de imediato. Há produtos, como cerâmicas e bitolas, que não estão sendo produzidos”, explica acrescentando que, antes da pandemia, as cerâmicas eram vendidas conforme desejo do cliente. Agora, são comercializadas conforme há no estoque.
“As empresas estão nos enviando o que possuem disponíveis, e na quantidade que tem em estoque. Os produtos vêm no escuro, você não sabe o que vai chegar, porque tem que pegar aquilo que eles estão produzindo e não o que você quer. Alguns produtos levam cerca de 10 dias para chegar, outros, meses”, enfatiza Silvana.
A empresária também fala sobre a dificuldade em adquirir tintas e tijolos, que são enviados conforme a produção das empresas. “Um dia chegam latas de uma cor, noutro, de outra. As empresas não deixam os representantes sem mercadorias, mesmo sendo ao contrário do que foi solicitado”, esclarece.
 
Segundas opções
Para conseguir dar conta da alta demanda, Silvana declara que está recorrendo a novos fornecedores, de todo Oeste catarinense, além do Paraná e Rio Grande do Sul. Ela cita que houve um aumento estrondoso no custo das mercadorias, usando como exemplo uma barra de ferro, que era vendida a R$ 32 e agora, está por R$ 52. Para ela, o motivo das dificuldades está nas exportações, que “deveriam estar paralisadas”.
“O governo deveria trancar a exportação do ferro e do aço, pois está faltando no comércio interno. Muitas empresas estão pensando em fechar, por não ter o produto para trabalhar. Estamos tentando substituí-los, o que se torna mais caro, mas desta forma conseguimos finalizar o pedido feito pelo cliente”, apela enfatizando que na Wapel, há cerca de 20 funcionários. Felizmente, nos últimos dias, houve contratações, e não demissões.
“Há bastante trabalho na metalúrgica e nos barracões, e muitos serviços que eram para o ano passado estão sendo feitos neste ano”, relata. A empresa prevê a expansão de seu espaço, para melhor atender seu público, e assim terá que aumentar seu quadro de funcionários.
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Sentinela do Oeste Publicidade 1200x90