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12/02/2021 às 08h09min - Atualizada em 12/02/2021 às 08h09min

Mais do que trabalho ou hobby

Lurdes Didomenico, de 43 anos, ao lado do filho Andrio, abriu sua empresa em Anchieta, para mostrar seus trabalhos com artesanato

Da redação
Quando ela deu o seu ponto inaugural? Como foi o primeiro alinhavo? Disso, a costureira de Anchieta, Lurdes Didomenico Baggio, de 43 anos, nem lembra. Mas tem bem vivo na memória o período em que as agulhas e linhas a salvaram do tédio - pela primeira vez. Em 2017, foi diagnosticada com melanoma, também conhecido como câncer de pele, precisando ficar em repouso absoluto. Sem poder sair de casa, o crochê foi o companheiro das horas solitárias e ociosas.
A velha técnica aprendida um pouco com as mulheres da família e outro pouco com as revistas de artesanato foi, para Lurdes, o que muitos outros tipos de artesanato são para tantas mulheres e homens. Um respiro de alegria e vida, capaz de alegrar uma rotina cinzenta e melhorar um humor alquebrado pelo peso dos problemas cotidianos. Foi em busca dessa inexplicável sensação de bem-estar e prazer que a anchietense partiu quando decidiu apostar em seu talento como artesã. Escolha difícil, mas que uma vez feita, só trouxe desafios e felicidades.
É claro que nem todo mundo precisa – ou quer – abandonar a profissão atual para tornar-se artesão. Para beneficiar-se do poder restaurador do artesanato basta praticá-lo, seja como for. Esporadicamente, todos os dias, toda a semana, com lucro, só para presentear amigos, não importa. Basta praticar e contemplar o resultado. Aí está um apoio terapêutico vitorioso em casos que vão desde a depressão até os transtornos de humor. Criar com as próprias mãos pode mudar a vida.
 
Mudança de hábito
Lurdes, em entrevista ao Sentinela, conta que trabalha ao lado do filho, Andrio Carlos Baggio, de 19 anos. Com o início da pandemia, a procura pelos serviços aumentaram, em favor da confecção de máscaras, que por meses, foi uma das principais fontes de renda. No início de seu trabalho, possuía apenas uma máquina reta, tendo que adquirir outra industrial, para conseguir dar conta dos pedidos, que são enviados a diversas regiões brasileiras, como São Paulo, Mato Grosso e Pará.
Ela cita que a abertura da empresa foi mais uma de suas conquistas, hoje intitulada, ALB Artes. “Não tivemos medo e nem dificuldades em abrir o negócio, pois o serviço prestado seria essencial à população”, frisa acrescentando que a produção é feita apenas pelos dois e todo suprimento necessário é adquirido em outras regiões, em empresas atacadistas, onde o preço é mais baixo. “Ganhei uma bordadeira do meu irmão, assim consegui iniciar a confecção de toalhas bordadas”, relembra.
Além da máquina industrial e da bordadeira, a empresa conta também com uma overloque e outra galoneira. Lurdes confecciona, além de toalhas bordadas, cuias, garrafas térmicas com pérolas, crochês, tricôs, chinelos bordados, máscaras, jogos de tapetes, entre outros. Tudo é produzido conforme o gosto do cliente, desde a cor da toalha ao modelo do bordado. As divulgações são inteiramente nas redes sociais, o que, para Lurdes, ajuda muito. A faixa de preço varia conforme o modelo, tamanho e a quantidade de peças escolhidas.
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