Sofia Bertolin: Os vereadores se reuniram na noite de sexta-feira e aprovaram o projeto de reajuste financeiro para conclusão da rua coberta. Na noite de ontem, todos os vereadores se reuniram na Câmara de Vereadores de Palma Sola, em uma Sessão Extraordinária votaram sobre abertura de crédito especial no valor de R$ 1 milhão e 700 mil, para a finalizar a rua coberta. Esse novo projeto se fez necessário devido a rescisão de contrato entre o município de Palma Sola e a empresa Eduardo César Kunh. Ganhadora da licitação e responsável pela construção da rua coberta. A empresa não suportou o aumento de 35% dos insumos (ferro e aço) embora tenha sido concedido o dinheiro que a empresa havia pedido para a conclusão da obra.
Histórico
O contrato para a construção da rua coberta foi assinado em 30 julho de 2020, quase um ano atrás. O orçamento inicial para a obra era de R$ 1 milhão 357 mil, valor orçado pela prefeitura. A empresa Eduardo César Kuhn, ganhou a licitação com R$ 1 milhão e 98 mil, valor bem abaixo do orçamento da prefeitura. A 2º empresa colocada, propôs R$ 1 milhão 257 mil.
A obra iniciou e iniciaram também os reajustes no orçamento, no total foram cinco reajustes. Os dois primeiros totalizaram R$ 264 mil e foram solicitados pela prefeitura por conta de problemas na parte elétrica. Após isso a empresa contratada pediu mais R$ 360 mil, devido a pandemia e o aumento nos preços do ferro e aço. O valor total da entrega da obra passou de R$ 1 milhão 357 mil para R$ 1 milhão 458 mil, e a empresa não consegui finalizar a obra.
Com os R$ 200 mil já repassado para a empresa, o orçamento ficou R$ 1 milhão e 930 mil. 40% a mais do que no orçamento inicial, isso significa que seria possível terminar a obra mesmo com os preços do aço e ferro 35% mais altos.
“É um projeto importante, a população vinha cobrando um desfecho para a obra da rua coberta. Tivemos algumas indagações do motivo dessa Sessão Extraordinária, mas somente essa semana foi feito acordo e assinado o termo de rescisão de contrato. A partir desse momento, o poder executivo, os vereadores e a população tem pressa. Então o projeto teve que ser votado o mais rápido possível. É um projeto de muita valia para o município, que parou devido a pandemia e depois de vários problemas a obra continua causando um transtorno para a sociedade” explica o presidente da Câmara, Clair Munaro (PDT).
Votação
Rosalino Siqueira (MDB) votou a favor do projeto, em seu parecer ele afirmou que a “culpa” da obra estar como está é quase 100% da empresa que desistiu. “É difícil em momentos de pandemia investir um valor tão alto, mas é hora do projeto ser executado. Para a empresa que vencer a nova licitação, peço que leve a sério e tenha comprometimento com o município e o dinheiro público” diz Rosalino.
O vereador Antônio Schauren (MDB) também votou a favor do projeto. “Faz um ano que a obra está parada com a desculpa da pandemia. A empresa baixou seu preço para ganhar a licitação e no outro dia pediu reajuste. Tenho algumas colocações a fazer, primeiro o valor da multa, ele é muito insignificante apenas R$ 20 mil. Deveria ser uma multa mais alta para penalizar a empresa por não cumprir o acordo. Segundo, o pouco tempo que a contratada pode ficar fora de licitações, somente nove meses, deveria ser mais tempo” diz Schauren.
Claudinei Schein (PP) votou favorável ao novo projeto, segundo ele é preciso dar fim a essa novela. “Sé o processo iniciasse novamente, eu seria contrário, pois o investimento é muito auto. É feio uma obra pública ficar parada, então devemos dar continuidade a ela, encerrá-la e dar fim a essa novela. Muito dinheiro da população foi perdido, deveríamos encerrar essa rua em R$ 1 milhão e 300 mil, hoje são quase R$ 2 milhões. Essa é a 5º vez que votamos um reajuste financeiro para esta obra. Quantas outras coisas poderiam ser feitas com esse dinheiro, melhoria na infraestrutura, na saúde e na educação” explica Claudinei.
Elio Pereira dos Santos (PDT) votou contra o projeto. “No início eram pouco mais de R$ 52 mil, quando tivemos a emenda do deputado junto da contrapartida da prefeitura, para dar início ao projeto. Depois tivemos um reajuste, mais R$ 200 mil para dar andamento na obra. Por conta dos problemas com instalação elétrica aprovamos mais um reajuste de R$ 64 mil. Quando votamos mais um reajuste, de R$ 360 mil fui contrário, agora sou contrário novamente. Esse R$ 1 milhão e 700 poderia ser investido no parque industrial, gerando emprego e renda para o os munícipes. Meu voto é contrário pois essa obra deveria estar concluída bem antes. Não sei quem é o culpado, mas aqueles que iniciam a obra deve levar a sério” diz Elio. Ele ainda questionou sobre o reajuste de R$ 360 mil. “Talvez se esse valor fosse de R$ 600 mil, a empresa não teria desistido”.
“O dono da empresa assumiu o compromisso que com esse valor ele terminaria a obra. Ele foi questionado se realmente conseguiria concluir a obra com R$ 360 mil e ele disse que sim e suportaria até 20% de aumento. Foi falha da empresa que não cumpriu com seu compromisso” explica o Clair Munaro.
O vereador Rafael Marques Battisti (PP) também votou contra a abertura do crédito especial. “Respeito o voto de cada um, mas hoje voto contra, contra a forma que a obra foi conduzida. Me entristece pensar que esses quase R$ 2 milhões irão para outro município, somente em impostos, Palma Sola ganharia R$ 60 mil. Não acho que devemos apontar culpados, trabalho na construção civil, sei o quanto os insumos aumentaram. Quando o vereador Schein fala que é a 5º vez que votamos o projeto, posso dizer que faltou condução. Se nos seis meses, que está no contrato, a empresa não deu conta, recinge o contrato e chama segunda empresa colocada. Gostaria de estar aqui votado um incentivo ao comércio e indústria, um programa de enfrentamento aos reflexos da pandemia, como aconteceu no município de Belmonte, um município com pouco mais de 2 mil habitantes” finaliza o vereador.
Odair Celeste Pauletti (PT) votou a favor ao projeto. “Sou favorável, mas não estou contente em dizer sim e ver mais recursos indo para uma obra que parece não ter fim. Damos a empresa vencedora os recursos que ela pediu, então é difícil de entender a desistência. Nossos votos são sempre pensando no bem do município. Espero que isso sirva de lição para as próximas obras públicas, que os contratos multas sejam mais duros” diz o vereador.
O vereador Carlos Antônio Rodrigues (PP), votou a favor, pelo bem do município. “Ficamos indignados com a obra parada e não concordo com isso ficando desse jeito. Pessoas já pediram para ‘derrubar aquilo de uma vez’, ficamos até com vergonha. Para as próximas licitações espero mais rigidez” diz o vereador.
O vice-presidente, Elber Pereira dos Santos (MDB) votou favorável aos projeto. “Voto sim ao projeto, mas estou chateado com o andamento da obra. Como o Rafael falou, não estamos aqui para apontar culpados, mas a população deve ficar ciente do que está acontecendo, estou bastante chateado com a empresa. Tanto se fala de pegar uma empresa do município para manter o dinheiro aqui, quando fizemos um negócio desses olha o que aconteceu. Iremos perder muito mais do que ganhar. Acho uma grande irresponsabilidade da empresa que poderia ter feito ou desistido logo” finaliza o vice-presidente Elber.
Com 2 votos contrários 6 a favor, o projeto foi aprovado. O próximo passo é abrir nova licitação, já que, existe um prazo para a utilização do recurso, caso contrário ele volta para os cofres públicos e não poderá ser utilizado.
Receba as notícias do Portal Sentinela do Oeste no seu telefone celular! Faça parte do nosso grupo de WhatsApp através do link: https://chat.whatsapp.com/Bzw88xzR5FYAnE8QTacBc0