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21/06/2022 às 14h33min - Atualizada em 21/06/2022 às 14h33min

Própolis: o que é, para que serve e como usar

Laércio fala sobre a própolis, suas variedades e usos. Ele conta ainda sobre um tipo de própolis, o azul

Anchieta
Da redação
Divulgação
 
Você sabe o que é o própolis, quais seus benefícios, como usar e quais tipos de própolis existem? Quem fala sobre o assunto é Laércio de Macedo, que trabalha no Viveiro Municipal de Anchieta e está viabilizando a produção de mel através de abelhas sem ferrão no município.
Neste ano, Laércio fez no viveiro municipal, a captura de enxames de abelhas, após isso, fez a doação dos mesmos há produtores rurais e pessoas interessadas em cultivar colmeias de abelhas sem ferrão. Atualmente há quase 30 produtores de abelhas em Anchieta. “Junto com isso, incentivo o reflorestamento, pois o pessoal vem aqui no viveiro buscar as colmeias e acaba levando mudas de árvores nativas e frutíferas, que servem de alimento para as abelhas. Eu já direciono o plantio dessas árvores para áreas com água”, ressalta ele.
 
Própolis
A própolis é uma resina coletada pelas abelhas de várias plantas. Ela é usada para proteger as colmeias da entrada de fungos e bactérias. Sua composição depende da época, vegetação e local de coleta. Seu aroma depende da origem botânica e a cor varia desde a vermelha, até amarela, verde e preta.
A resina é indicada para combater microrganismos como bactérias e vírus, além de ser usada para fortalecer o sistema imunológico. Por ter propriedades antibacterianas, antivirais, antifúngicas e anti-inflamatórias, a própolis é utilizada para tratar diversas doenças e síndromes respiratórias, proteger os dentes, combater a acne, também é recomendado para cicatrização da pele.
Existem mais de dez subtipos, incluindo a própolis verde, própolis vermelha, própolis marrom, própolis amarela, própolis preta e geoprópolis. Esses são diferenciados pela cor, pelo odor e pela consistência. As propriedades da própolis mudam de acordo com a sua cor, mas a maioria deles é antioxidante, anti-inflamatória
A própolis mais comum é a marrom, que possui atividade antimicrobiana e antioxidante. Possui ainda, ação cicatrizante, anti-inflamatória, antioxidante e antibiótico. É a mais utilizada e facilmente encontrada devido à sua origem – é coletada pelas abelhas de diversos tipos de vegetação.
Uma própolis muito interessante e que possui características é a vermelha. Para sua fabricação as abelhas coletam resina de uma planta conhecida popularmente como rabo de bugio, que tem secreções de cor vermelha. Seus constituintes têm propriedades antitumorais.
Outra própolis que vale a pena citar é a verde, que vem da planta vassourinha do campo. Têm propriedades antimicrobianas, imunomodulatórias, cicatrizantes, anestésicas, anticâncer e anti cariogênicas.
Tanto a própolis vermelha quanto a verde foram descobertas no Brasil pelos japoneses. Elas são produzidas no Brasil, mas patenteadas por eles.
 
Como consumir
A própolis pura é a resina desidratada e moída em flocos, essa forma é mais difícil de ser encontrada, mas é comercializada em lojas de produtos naturais ou diretamente com os produtores e pode ser consumida adicionada a sucos ou iogurte. O extrato de própolis é o mais comum, ele é concentrado e diluído em álcool ou água. É facilmente encontrado em farmácias.
Ele pode ser consumido de diferentes formas, na água para fazer inalações com o vapor, no gargarejo, puro ou diluído.
 
 
Um novo tipo de própolis
A própolis azul foi descoberta por um meliponicultor catarinense. Ramon Viana de Souza e Daiane Ziemer são proprietários do Meliponário Airetama, que fica na Ilha de São Francisco do Sul, próximo a Joinville. Eles identificaram a própolis azul em suas colmeias. 
Hoje os japoneses possuem a patente da própolis verde, mesmo ela sendo produzida no Brasil. “Para evitar que algo assim acontecesse, nós entramos em contato com universidades brasileiras, são quatro, e elas estão conduzindo uma pesquisa sobre a própolis azul, suas propriedades, origem botânica, região onde ocorre. Não estou autorizado a divulgar mais que isso, mas sim, fomos nós que descobrimos a própolis azul”, afirma Ramon.
O principal objetivo do sigilo na pesquisa é manter a patente da própolis azul no Brasil, o contrário do que foi feito com a própolis verde e também a própolis vermelha. Segundo Ramon, quando as universidades terminarem a pesquisa, um artigo científico será divulgado.
“Ramon não divulgou nem mesmo o nome da planta que dá origem à própolis azul. Ele conversou conosco e mostrou a própolis azul no curso de meliponicultura, que eu faço através de UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina”, afirma Laércio.
Mesmo sem saber como é feito a própolis azul, Laércio propôs ensinar como fazer o pólen azul, que é usado para fazer a geleia real. Ele vem de duas plantas muito comuns, que a maioria das pessoas tem na horta de casa: salsinha e coentro. “Você plantar salsinha e coentro, um ao lado do outro, e deixá-los florescer. A reação química da mistura do pólen das duas plantas resulta em um pólen azul. Como as abelhas irão utilizá-lo para fazer geleia real, ela será azul”, explica Laércio.
 
Laércio
Laércio trabalha no Viveiro de Anchieta há quatro anos. Nesse tempo estabeleceu a política de trocas. “Além de mudas de árvores nativas, temos mudas de flores, suculentas, folhagens e chás. Muitas pessoas vêm atrás dessas plantas, para não ficarmos desfalcados e também incentivar o pessoal a trazer mudas diferentes para o viveiro, estabelecemos a política de trocas. Eles levam uma muda e trazem outra”, destaca ele.
Laércio é formado em artes gráficas e faz licenciatura em artes visuais. Ele é natural da Bahia e se mudou para Anchieta com seus filhos e esposa, que é natural do município. “Meu pai era geógrafo e após algumas dificuldades na Bahia nos mudamos para São Paulo nos anos 80. Meu pai trabalhou na Companhia Brasileira do Aço. Meus tios também viviam lá, eles queriam cursar farmácia, para pagar a faculdade eles começaram a trabalhar com ervas medicinais e produtos naturais que eles já conheciam, eles eram raizeiros. E eu criança ajudava a plantar as mudas e conforme fui crescendo eu os acompanhava em cursos. Assim fui aprendendo sobre plantas, cultivos, ervas medicinais”, relata Laércio.
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