Palma Sola no 11º Fórum Catarinense de Gestores Municipais de Cultura

Entre os dias 10, 11 e 12, ocorreu em Lages o 11º Fórum Catarinense de Gestores Municipais de Cultura. Estiveram presentes no evento, a presidente da Fundação Cultural de Palma Sola, Daiane Benetti e o responsável pelo Museu, Rosalino Siqueira. Eles foram ao Fórum juntamente com a comitiva da região da AMEOSC - Associação dos Municípios do Extremo Oeste de Santa Catarina.
O evento contou com palestras e oficinas. A solenidade de abertura, que reuniu mais de 300 pessoas, contou com a presença de um representante do Ministério da Cultura – que deixou de existir por alguns anos. “Foi algo bem significativo, até porque, sem Ministério nós não temos orçamento federal para a cultura. Com a volta do Ministério temos para os próximos quatro anos, milhões de reais orçados para a cultura em todo o país”, ressalta a presidente da Fundação Cultural, Daiane Benetti.
Ela adianta que a cultura não é prioridade para a maioria dos governos, mas que, neste ano, com o lançamento oficial da lei Paulo Gustavo (195/2022), as perspectivas são melhores. A lei vem para auxiliar os chamados fazedores de cultura, nos mesmos moldes da lei Aldir Blanc. A diferença é que a Aldir Blanc veio para auxiliar as pessoas que tiveram algum tipo de prejuízo, a exemplo de precisar fechar seus espaços culturais, de onde tiravam o sustento da família durante a pandemia. A lei Paulo Gustavo é mais abrangente em alguns pontos, mas foca bastante na produção audiovisual. Essa característica gerou muitas dúvidas, principalmente para os gestores de cultura dos pequenos municípios.
“Foi algo muito questionado pelos gestores de cultura durante o Fórum. Muitas vezes as leis vêm pensando na realidade de grandes centros, mas os municípios pequenos sofrem muito para gerir estes recursos. Nós não temos produtores de audiovisual em Palma Sola, então ainda estamos estudando o que pode e como será feito. Essa é uma realizada não apenas de Palma Sola, mas de todos os municípios pequenos”, enfatiza Daiane.
Segundo ela, o primeiro passo agora é manifestar formalmente o interesse nos recursos disponibilizados através da Lei Paulo Gustavo. Após isso, o município irá propor projetos voltados à cultura e lançar editais, quem produz cultura poderá se inscrever.
“Precisamos de pessoas que façam cultura, que queiram se inscrever e executar o projeto da melhor forma. Logo mais teremos uma conversa com os produtores de cultura do nosso município, mas primeiro temos que sinalizar ao Ministério da Cultura que temos interesse nestes recursos”, enfatiza a presidente, que detalha o orçamento federal para de Palma Sola.
“Palma Sola terá um orçamento de R$ 78.182,00 mil. Desse montante, R$ 41 mil são para apoio a produções audiovisuais, R$ 9,4 mil para apoio a salas de cinema, R$ 4,5 mil para capacitação e formação no audiovisual e para apoio às demais áreas da cultura ficam R$ 22 mil. Com esses R$ 22 mil, nossa ideia é abrir uma nova oficina para as crianças e adolescentes”, explica a presidente Daiane.
A maior preocupação da Fundação Cultural é a produção audiovisual. “De que forma será feito, considerando que os pequenos municípios são os que menos têm acesso ao audiovisual. Vamos estudar qual a melhor forma de gerir esses recursos e procurar fazer algo que realmente tenha um significado para o município”, destaca.
Mesmo sendo um processo burocrático, Daiane afirma que os municípios, com foco nos gestores culturais, estão felizes. “Agora sim estamos tendo recursos para a cultura, e na expectativa de que venham mais recursos. O objetivo é desenvolver a cultura nos municípios, com qualidade”, finaliza a presidente.
Hoje a Fundação Cultural de Palma Sola é mantida com recursos municipais. Muitos municípios nem possuem uma pasta específica para a Cultura, Palma Sola está à frente se tratando disso.

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