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18/08/2023 às 10h10min - Atualizada em 18/08/2023 às 10h10min

Dificuldades, amamentação e maternidade

10 meses após o nascimento de Felipe, Débora Pagno e Rafael Santin recordam com carinho dos desafios que enfrentaram para ter o filho, que nasceu prematuro

São José do Cedro
Da redação
Divulgação
O nascimento de um bebê é um momento de mudança de vida, que está ligado ao amor, esperança e emoção. Mesmo quando a gravidez é planejada e muito desejada, pode vir acompanhada de muitos desafios, principalmente para os pais e mães de primeira viagem. Hoje, 10 meses após o nascimento do primeiro filho, Débora Pagno e Rafael Santin recordam com carinho dos desafios que enfrentaram para ter Felipe forte e cheio de saúde nos braços.
Débora e Rafael estão juntos desde 2012. Do município de Princesa, eles se mudaram para São José do Cedro em 2020. Como a maioria dos casais, eles tinham tudo planejado: construir a casa própria e depois ter filhos. Eles se mudaram para a casa própria em 2020, mas o Covid-19 acabou atrasando o plano de ter filhos. Com toda a insegurança trazida pela pandemia, eles optaram por esperar e aproveitar a vida de casados na casa nova.
No final de 2021, toda a questão da pandemia já estava mais controlada e o casal decidiu que era hora de ter o tão sonhado bebê. Dois meses após parar de tomar o anticoncepcional, em fevereiro de 2022, Débora descobriu que estava grávida. “Inicialmente minha gestação era para o final de outubro e início de novembro, mas o Felipe resolveu vir no tempo dele. Tínhamos muitos familiares fazendo aniversário em outubro, então ele resolveu vir em setembro, no dia 19”, brinca ela.
Felipe nasceu prematuro, com 34 semanas no Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, de São Miguel do Oeste. Débora teve uma pré-eclâmpsia, quando há alteração na pressão. Quando os medicamentos não conseguiram controlar a pressão, ela entrou em uma cesárea de emergência. Perceberam que Felipe já estava em estado de sofrimento fetal. Além disso, ele nasceu com o que os médicos chamam de PIG (Pequeno para a Idade Gestacional), ele pesou 1 quilo e 435 gramas. Ele não conseguia respirar sozinho, fazia muito esforço, o que ocasionava queda na saturação.
Sem leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal em São Miguel, a família foi transferida para o Hospital Regional de Chapecó no dia 20, onde ficaram até o dia 14 de outubro. “Quando ele ganhou alta da UTI fomos transferidos para o Hospital da Criança, ficamos lá até o dia 19, quando pedimos transferência para o Hospital São Miguel onde estava a pediatra e ginecologista que iriam nos acompanhar. Além deles, tinha a consultora em amamentação que contratei”, relata Débora.
Ao todo, foram 34 dias no hospital, nesse tempo, Débora teve que ensinar o corpo a produzir leite. “Como o Felipe nasceu prematuro e de cesárea, o meu corpo não entendia que eu precisava produzir leite. Tive muita sorte de ter uma grande rede de apoio me auxiliando nesse processo e essa consultoria em amamentação”, afirma. A mãe ainda relata que, enquanto Felipe estava no leito de UTI, ela se ordenhava com a máquina, para estimular a produção de leite. “Ele não tinha força para sugar o leite, já que estava com o aparelho de respiração então todo o alimento ele recebeu por sonda. Mesmo recebendo alta da UTI ele ainda estava com sonda. Ficou com ela até 23 de outubro, quando fomos para casa”.
Em casa, Débora e Rafael tiveram o desafio de ensinar o filho a se alimentar. Era tudo cronometrado, a cada duas horas Felipe precisava mamar, eram quatro minutos em cada peito, após isso, Débora precisava tirar o leite e fazer um processo chamado de translactação. “Colocávamos o leite em uma seringa, nela ficava conectada uma sonda. A gente colocava essa sonda na boquinha dele e ia soltando o leite enquanto dava o dedinho pra ele chupar. Dessa forma ele fazia menos esforço e ganhava peso mais rápido para se fortalecer e conseguir mamar sozinho. Esse processo do dedinho era para ocorrer até o dia 17 de novembro, mas parou no dia 13, por escolha dele. Começamos a dar só o peito, ele teve força pra mamar tempo suficiente para ganhar peso e estamos nessa de amamentar até hoje”, conta a mãe.
Débora lembra da importância de ter uma rede de apoio nesse período: “Quando saímos do hospital eu tinha que dar leite de duas em duas horas então era tudo cronometrado. Quando ele acabava de mamar já começava o cronômetro de novo pois dali duas horas ele tinha que mamar de novo, só que nesse meio tempo eu precisava dormir, comer, tomar banho, tomar água. Hoje muitas mães desistem da amamentação por dor, cansaço, falta de apoio, é algo cansativo, exaustivo. Se não há uma rede de apoio você acaba cansando, se estressando e pro leite secar por conta do estresse é fácil”.
Sobre o puerpério, ela relata não ter sentido tanto. A rotina com Felipe no hospital e a preocupação com a saúde dele eram seu foco e chegando em casa, a amamentação se tornou prioridade. 
“Algo que me ajudou muito nesse processo de amamentar foi uma consultoria em amamentação. A profissional que contratei é de São Miguel do Oeste. Ela tem vários pacotes, eu contratei o pacote que incluía uma consulta prévia para saber o que precisava comprar, quais itens eram essenciais. Como era o meu primeiro filho a gente não sabia, às vezes achamos que tal coisa é necessária, mas no final nem ocupa. Após o parto, incluía a visita dela, para ela me ensinar a colocar ele no peito da maneira certa e incluíam os testes da linguinha e da orelhinha e assessoramento via WhatsApp. Contratamos a consultora como um seguro de vida, se eu não precisasse, melhor, mas se precisasse teria a quem recorrer. Esse foi um acerto na minha gestação”, afirma Débora.
O teste de linguinha é muito importante, pois identifica se o bebê tem a língua presa, o que dificulta a amamentação. O bebê faz muito força para sugar o leite, o que pode machucar o peito da mãe. Felipe nasceu com a língua presa e foi necessário fazer a frenectomia (corte do freio lingual). “Isso foi identificado no hospital, onde eles realizaram a pequena cirurgia. A consultora avaliou e concluiu que eles cortaram pouco. Quando ele estava mais fortinho foi realizado novamente o procedimento e deu uma diferença enorme. Antes de ele mamava 20 minutos no peito e após, passou a mamar por 10 minutos”, conta a mãe.
Débora relata que não viveu o ônus da amamentação, leite não empedrou, o peito não rachou. Hoje, se puder dar algum conselho para quem está sendo mãe, principalmente mãe de primeira viagem, ela indica a consultoria em amamentação.
“Ela colabora para levar a amamentação de uma forma mais leve, aí a gente consegue amamentar, que é a melhor coisa da maternidade, aquele contato pele a pele, aqueles olhinhos te olhando, o momento mãe e filho. Isso não tem preço. A consultoria tem preço, mas isso não. Acredito que consegui aproveitar a parte boa da amamentação ao máximo porque a consultora sempre alerta do que pode acontecer, a exemplo de o leite empedrar, e o que fazer em cada situação. É tudo novo para o bebê e para a mãe e poder ter esse tira dúvidas é algo que traz mais segurança. Outro diferencial é que ela também foi mãe de prematuro, então tudo que eu estava passando ela já tinha passado, então também foi uma rede de apoio pra mim”, enfatiza.
Além disso, a consultora mostrou as várias possibilidades de amamentação, a exemplo da já citada translactação, por Felipe ser prematuro, a pediatra optou por complementar sua alimentação também com fórmula. “Sou muito abençoada e muito grata por não ter tido problemas durante a amamentação. O que eu posso aconselhar outras mães, é que elas busquem conhecimento, busquem atender essa parte da amamentação é difícil, a maternidade é difícil, mas elas devem tentar, no final dá tudo certo e é muito gratificante poder alimentar e nutrir os nossos filhos. Saber que ele é saudável pelo nosso leite, que é um dos alimentos mais completos do mundo, mesmo que seja cansativo e exaustivo, a gente não está sozinha, há muitas pessoas no mundo, com quem podemos contar para dar apoio, para insistir e tentar de novo”.
Débora voltou ao trabalho, então Felipe tem uma tata, por ter nascido prematuro ele só deve ir para creche após completar dois anos de idade. Felipe já come alimentos sólidos, mas ainda mama nos horários em que a mãe está em casa, de manhã, ao meio dia e à noite. 
Segundo Débora, os desafios e as dificuldades enfrentadas nos primeiros meses de vida de Felipe não fizeram o casal desistir de ter outro filho. “Felipe é muito forte e corajoso. Desde o início nossa ideia era ter dois, então o que a gente passou era o que a gente tinha que passar para evoluir e aprender. Numa próxima, já estaremos preparados, vamos saber o que fazer e o que não fazer”, finaliza Débora.


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