Divulgação A Austrália é um dos destinos mais procurados por intercambistas em todo o mundo. As belezas naturais, as diversas opções de lazer, as oportunidades de trabalho e carreira, a segurança e o custo de vida mais baixo atraem centenas de brasileiros anualmente. Um destes brasileiros é o palmassolense Josué Perin, de 27 anos. Na Austrália há 10 meses, ele se prepara para comemorar seu primeiro Natal na terra dos cangurus. A dois oceanos de distância da família, Josué passará o Natal com os amigos, ou como ele chama, sua família temporária.
Formado em Teologia e História da Religião, ele trancou a faculdade de Gestão Comercial para viver o sonho de morar fora do Brasil. “Decidi que queria vir para a Austrália há quatro anos, então comecei me planejar financeiramente. Pagava parcelas mensais para a agência de intercâmbio e nesse tempo mudei de planos muitas vezes, inclusive cancelando por duas vezes a vinda para a Austrália” relata Josu, como é mais conhecido.
No fim, o sonho de morar fora do Brasil prevaleceu frente às dificuldades e agora Josu completa 10 meses na Austrália. Ele se estabeleceu em Brisbane, no estado de Queensland, com visto vigente até agosto de 2024, ele tem objetivo de permanecer no país por mais tempo. “Quero seguir alguma profissão que a Austrália esteja com demanda alta e tentar pegar uma residência permanente”, conta. Caso não seja possível permanecer na Austrália permanentemente, Josu voltará ao Brasil com a experiência de ter vivido do outro lado do mundo e com inglês fluente.
“Eu falo espanhol, mas quando cheguei na Austrália, com zero inglês, meu maior desafio foi a comunicação, pois poucas pessoas falam espanhol aqui. Desde então procurei estudar, conviver e viver com pessoas que falam Inglês. Fazer amizades com australianos ajudou muito, eles são muito amigáveis, como aqui é literalmente um país de imigrantes você não vê xenofobia como vê em outros países e isso faz você se sentir bem vindo. Todo mundo aqui é de algum lugar do mundo e acaba se tornando um mix cultural”, relata Josué.
Conforme Josu, a comunicação sempre foi seu forte e ficar sem se comunicar nas primeiras semanas, por conta da língua, e lidar com a saudade de casa foi assustador. “Não tinha network como eu tinha no Brasil. Quando estava no Brasil nunca tive dificuldade em encontrar trabalho e quando cheguei aqui não tinha o que fazer, estava fazendo trabalhos de emergência. Pensei muito em voltar, mas se eu falasse para os meus pais eles diriam para eu voltar, quando falei para amigos muitos disseram: ‘Para de choramingar você está na Austrália’. Sentia que não poderia falar sobre isso com ninguém. Optei por me fechar e entender que realmente eu estava sozinho, era eu por eu”, descreve.
Em razão do clima, a Austrália é um país tropical, muito parecido com o Brasil, mas a cultura, justamente por esse mix cultural, é totalmente diferente da nossa. Tanto as comidas, quanto as formas de se relacionar e fazer amizades são distintas. Essa distinção se dá ainda pela forma de comemorar o Natal. “Aqui eles não têm o costume de enfeitar árvores e colocar luzes, estão longe de todo esse espírito natalino que vemos no Brasil, onde há até mesmo incentivo da prefeitura para que as pessoas enfeitam suas casas, através do concurso da casa mais decorada. Aqui isso não acontece. Eles têm uma cultura de celebração em família, geralmente pegam quatro dias de feriado e fazem uma viagem em família, ou se reúnem para celebrar juntos”, descreve Josu.
Josu relata que no Brasil sua família sempre celebrou o Natal, mas de uma forma simples. “Como não celebramos tanto o Natal, não senti muita diferença, mas como aqui é uma época de reunir a família tive muita vontade de voltar para celebrar essa data junto com as pessoas que amo, mas além de caro é bem cansativo, afinal, são dois oceanos de distância, o que resulta em uma viagem com quase 30 horas de voo”, relata Josué.
Por sorte, a comunidade brasileira na Austrália é muito forte, Josu foi bem recebido e hoje tem bons amigos, segundo ele, as coisas estão fluindo. “Começo a colher os frutos dos perrengues que passei aqui no começo, consigo visualizar o quanto valeu a pena vir pra cá. Acabei fazendo minha família por aqui também, é uma família temporária, porque no final todo mundo está aqui de passagem, mas se torna normal, as pessoas irem e virem, cada um segue o caminho que sente ser mais confortável e eu sigo a minha jornada”, enfatiza.
Para celebrar o Natal, Josu contará com a companhia da sua família temporária: “Como estou longe da minha família, me juntei com alguns amigos que também estão na estrada e vamos celebrar o Natal juntos”, finaliza.