06/01/2024 às 09h40min - Atualizada em 06/01/2024 às 10h00min
Porque devemos brincar com nossos filhos?
Segundo a psicóloga, Silvana Ongarato, é através do brincar que as crianças se desenvolvem, aprendem e criam laços afetivos com seus pais e familiares
Da redação
Reprodução Web “O brincar, na vida da criança, é a base do desenvolvimento e do aprendizado”, quem explica é a psicóloga Silvana Ongarato. Conforme ela, quando brincamos com nossos filhos estamos ensinando e aprendendo, criando vínculos afetivos e emocionais, além disso, é através da brincadeira que a criança aprende a ver o outro, dividir e conviver em sociedade.
Silvana ainda pontua que é nas brincadeiras que as crianças reproduzem tudo aquilo que vivem, por isso as crianças brincam de escolinha, de casinha, de dono de casa, brincam de dirigir, de fazendinha, elas acabam repetindo aquilo que vivenciam no dia a dia. “Levando isso para a clínica, é através da brincadeira que criança e psicólogo conseguem, a partir de um certo tempo, criar um vínculo, então a criança passa a trazer falas da sua casa, da sua escola, da vida em comunidade, ela vai trazer questões de violência ou não, vai mostrar as suas dificuldades e as suas limitações através da brincadeira. Então, pai, mãe, ou responsáveis tirem esse tempo para estar com a criança, mas um tempo de qualidade”, enfatiza Silvana.
Com tempo de qualidade, Silvana se refere ao tempo de estar presente de corpo, alma e coração. Não basta dizer: “O papai vai brincar com você”, mas estar com o celular na mão. Ainda de acordo com a psicóloga, devemos nos permitir entrar no mundo de imaginação da criança e criar uma conexão com ela. “Dessa forma aprendemos quais os conhecimentos dessa criança e podemos ensinar valores. Através da brincadeira os pais vão ensinando e percebendo muita coisa que acontece com a criança fora do seio familiar. Então tirem um tempo de qualidade com essa criança, pode ser 15 minutos, mas faça que esses minutos valham a pena”, destaca.
A inserção da tecnologia na vida das crianças é algo normal, mas se não usada com moderação pode se tornar algo prejudicial. “Vemos com muita frequência crianças com seus celulares, quando não há limites e a criança fica muito atrelada apenas a isso, acaba se tornando um adulto mais tímido e retraído, que tem dificuldades em se relacionar e se comunicar com as pessoas. Às vezes a gente acha que brincar é tão banal, mas não, é de extrema importância na construção do indivíduo”, relata a psicóloga.
Pode parecer óbvio orientar os pais a brincarem com os filhos, mas Silvana afirma que não é óbvio para todo mundo: “Brinquem, corram, se sujem com os seus filhos, afinal, o tempo passa voando e eles crescem muito rápido. Daqui a pouco essa fase de brincar passou e você não pode aproveitar junto com ele a infância, que é tão importante para o desenvolvimento de um ser humano completo. Não significa que a criança que brincar vai ser melhor, mas ela terá mais facilidade para desenvolver novas habilidades ao longo da vida. Por isso, cabe aos adultos limitarem o uso do celular e se permitirem ter esse tempo de qualidade com os filhos, para que seja possível, acima de tudo, criar boas memórias de infância”, conclui.