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23/02/2024 às 15h00min - Atualizada em 23/02/2024 às 15h00min

Um homem dedicado ao trabalho e à família

Nesta edição, o Sentinela traz a história de Primázio Feix. Primázio, que dedicou mais de 60 anos de sua vida trabalhando na Palmasola S/A, foi dedicado acima de tudo à sua família, sendo o responsável por manter irmãos, filhos, enteados, netos e bisnetos unidos

Redação
Primázio faleceu em 8 de fevereiro e deixou muita saudade. (Foto: Igor Vissotto)
Primázio Antônio Feix nasceu em Cerro Largo, na época São Luiz Gonzaga, Rio Grande do Sul. Filho de João e Francisca Feix, durante a juventude trabalhou como agricultor e como ajudante de seu pai, João, que era marceneiro. Aos 19 anos entrou para o exército e logo depois começou a trabalhar como ajudante de agrimensor. Nessa época veio para a região de Palma Sola e junto com o agrimensor, abriu estradas em Dionísio Cerqueira, Guarujá do Sul, Guaraciaba, entre outros.
Quando chegou em Palma Sola, Primázio ainda foi professor na comunidade do Cerro Azul. Em 1958, seu Feix iniciou o trabalho na serraria da Palmasola S/A. Quando a empresa começou a montar o beneficiamento, passou para o setor de montagem e carpintaria. Primázio trabalhou na Palmasola por mais de 60 anos, nesse tempo, ajudou a montar as filiais da empresa no Mato Grosso. Outro momento marcante, foi quando ajudou a construir a hidrelétrica em 1964.
Na época, o Manin [Nilson Crestani] era subordinado de Primázio, quando tinha 12 anos. Os irmãos Crestani reconheciam seu trabalho e o tratavam com muito respeito. Manin foi diretor presidente da Palmasola por quase 20 anos, no ano de 2020 faleceu vítima do coronavírus.
Em Palma Sola Primázio casou, teve sete filhos, cinco homens e duas mulheres. Após o falecimento da primeira esposa, Primázio casou-se novamente. Em 22 de agosto, Primázio e a segunda esposa, Clelia Dapper, completariam 23 anos de casados.
Primázio deixou o trabalho compulsoriamente, já que no auge dos seus 70 e poucos anos quebrou uma das pernas e precisou ficar acamado por várias semanas. A aposentadoria já havia sido conquistada há muitos anos, mas o amor pela empresa o fez permanecer até que pôde. “Ele só saiu de vez quando o Manin saiu, lembro que os dois sentaram na área conversaram, o Manin falou: ‘Vamos ver se alguém vai fazer o que nós dois fizemos’”, relata Clelia.
Enquanto tinha saúde, Primázio aproveitou a aposentadoria para passear, foi para o Rio Grande do Sul, para o Mato Grosso, conheceu Brusque, Aparecida do Norte, a Madre Paulina, entre outros lugares. Quando estava em casa, seu Feix não conseguia ficar parado, foi quando, seguindo os passos do pai, montou uma pequena marcenaria. Era na marcenaria que Primázio passava suas tardes e algumas das suas manhãs. Ele fazia mesas, bancos e cachepôs para flores, uma das coisas que mais gostava de fazer eram brinquedos para os netinhos e para as crianças da vizinhança. Outros passatempos de Primázio eram jogar pontinho e baralho. 
“Depois do almoço ele dizia: ‘Tenho que trabalhar que meus peões tão me esperando, se não ninguém faz nada’. O peão era ele. Eu e a Liziane [filha de Primázio], ficávamos pensando em coisas pra ele fazer, chegou um ponto que todos tinham em casa, alguma peça que ele fez em madeira. Um de seus últimos trabalhos foi um cachepô, que ele começou, mas ficou pela metade, ele estava doente e mesmo assim, pensava que tinha que começar o serviço”, relata Clelia. O cachepô foi terminado pelos filhos de Primázio Egídio e Romildo.
Clelia relata que ela e Primázio viveram bem juntos, ela afirma que ele foi um homem muito bom, era quem mantinha a família unida.
Aos 87 anos, Primázio faleceu em casa, no dia 8 de fevereiro, cercado pela família. “O rim dele parou, a gente o levou para o hospital. Ele internou, mas estava nervoso, queria ir para casa. Quando eu chegava perto dele ele dizia: ‘Vamos fugir daqui’, então optamos por cuidar dele em casa. Duas vezes por dia o Silvio [médico Silvio Neugebauer] vinha ver como ele estava, dava remédios e o que precisasse. Foram cerca de 15 dias que ele ficou em casa antes de falecer, nesse tempo ele quis ver todos juntos. Os netos deram um dos últimos banhos dele, foi uma festa, todos riram muito. Ele gostava muito de crianças, então abençoou todos os bisnetinhos biológicos e não biológicos – os meus netinhos. Meus irmãos vieram para ajudar a cuidar dele. Ele conseguiu unir todos, acho que quando ele adoeceu, nos unimos ainda mais”, lembra Clelia.
Egídio, filho de Primázio, completa, afirmando que o pai tinha o dom de unir a família. “A gente vê muitas famílias por aí, onde os irmãos brigam, primo com primo briga, primo com tio briga e aqui não, graças a Deus ele conseguiu deixar todo mundo muito bem unido”. 
“Geralmente a brincadeira é que quando entra uma madrasta está feito o rolo, bem pelo contrário entrei na família e me dei bem com todo mundo. O Primázio me ensinou muita coisa, ele tinha uma calma, quando meus filhos e netos saíram de casa ele me dizia: “Clelia, se não fosse assim, como seria o mundo se todo mundo ficasse junto. Eles têm que fazer a vida deles’. Outra coisa que ele falava muito é que o que não tem remédio, remediado está. Sempre buscava resolver os problemas. Ele deixou muita saudade”, conclui Clelia.


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