Conforme relatos, há dois anos as estradas não recebem a atenção devida por parte do setor de obras e infraestrutura. (Foto: Sofia Bertolin) Moradores da comunidade São Vicente, localizada no interior de Palma Sola, próximo da divisa com o município de Anchieta, reivindicam melhorias nas estradas vicinais. Conforme relatos, há dois anos as estradas não recebem a atenção devida por parte do setor de obras e infraestrutura.
Moradores
O agricultor Mauro de Rossi mora na comunidade há 25 anos, segundo ele, a estrada começou a ser um problema há alguns anos. “Tenho uma menina de três anos e 11 meses, ela vai de kombi para a escola, a estrada está muito ruim, então a gente se preocupa com a segurança das crianças transitando pela estrada. Precisamos da estrada boa para tudo, até para uma emergência médica”, destaca.
Valdecir de Conto mora na comunidade há 10 anos, atualmente trabalha com pecuária leiteira, e depende do caminhão do leite para escoar sua produção. “Já ocorreram várias vezes de o caminhão atrasar, mudar o dia da coleta, por conta das condições da estrada. A última vez que passaram aqui foi em maio de 2022”, informa o agricultor.
Valdecir ainda relata, que quando ocorre alguma emergência, de um carro, máquina ou caminhão não conseguir passar, por conta de atoleiros ou pedras soltas, são os vizinhos que prestam socorro, e fazem, inclusive, pequenos reparos nos pontos mais críticos da estrada.
“Acredito que temos os vereadores para fiscalizar, então eles também deveriam andar pelo interior do município”, conclui.
Maurício Seibel cresceu em São Vicente, ele e seu pai são produtores rurais. Ele lembra que a família precisou jogar fora, mais de 1000 litros de leite, porque o leiteiro não conseguia descer até a propriedade. “A empresa cobra de nós uma estrada boa, se não eles não conseguem trabalhar. A nossa parte de imposto a gente faz todos os meses, mas não é nosso trabalho arrumar a estrada”, ressalta.
Maurício, que reside com o sobrinho de 16 anos, que faz uso do transporte escolar, relata que há poucos dias a kombi estragou. “Estragou a barra de direção, e é por conta das condições da estrada, o motorista deu um ultimato de 30 dias, que se a coisa não melhorar, ele vai parar de passar”.
Outro agricultor, Marcio Andre Sandri é morador da linha São Vicente há quatro anos, possui um fristal com 30 vacas leiteiras. “Estamos crescendo devagar, mas está difícil, pois sem estradas não conseguimos escoar a produção. Os insumos que precisamos para produzir o leite não conseguem chegar”, relata.
Marcio afirma que já procurou a prefeitura várias vezes, mas o problema das estradas não foi efetivamente resolvido. “Temos produtores de fumo, de leite, de gado de corte, de grãos e todos têm a mesma dificuldade de escoar a produção. Se chover, por exemplo, o leiteiro não vem. Além da dificuldade para que a gente possa se locomover, ir para a cidade, fazer rancho, ir ao médico, à farmácia, ou até mesmo para ter momentos de lazer. Só neste ano cortei dois pneus do carro, por conta das pedras soltas e estamos apenas no início do ano. Tentamos ir o mínimo possível para a cidade, acumular as coisas para ir apenas uma vez e evitar o transtorno de passar pelas estradas”.
O agricultor reforça que os moradores querem estradas rurais com qualidade, inclusive, coloca à disposição da administração, a cascalheira que possui em sua terra. “O morador anterior forneceu cascalho por mais de 20 anos. Podem pegar o cascalho que precisar, quero apenas que arrumem a estrada, que está há dois anos sem manutenção”, finaliza Marcio.
O que diz a prefeitura
Em razão das reivindicações dos moradores da São Vicente, o secretário de obras e infraestrutura, Moacir Sansigolo, informa que a Secretaria de Obras retornou ao trabalho no dia 3 de janeiro e iniciou a manutenção pelas estradas das linhas Paraíso, passando pela Esperança e alguns pontos na linha Brasil, também pelas linhas Formosa, Triches, São Luiz, Santa Lúcia, Beira Rio, Nova União, São Paulo. Fez uma parte da estrada geral que liga Palma Sola à Esquina Melo, a estrada que dá acesso à usina e as estradas das lavouras.
“Concluímos a São Pedro e estamos na linha Gaúcha, em direção à São Vicente. Sabemos que as pessoas comentam, mas temos mais de 1200 quilômetros de estradas, mais de 60% dessas estradas estão prontas e estamos apenas em fevereiro.
Existe sim reclamação do pessoal da São Vicente, eu conheço a São Vicente, por isso tenho que me deslocar pra lá com todas as máquinas, não adianta pegar uma carga de cascalho, ir lá tapar um buraco e ir embora. Realmente fazem dois anos que não passamos a patrola em São Vicente, mas com o caminhão de cascalho e com a retro fazer 90 dias que passei por lá. Queremos fazer um trabalho bem feito e atender todos, esse é meu objetivo. A nossa demanda de trabalho é grande, é demorado, mas é bem feito. Seguimos um roteiro, então estamos nas regiões da Barra Grande e da Gaúcha, em seguida, vamos à São Vicente com todas as máquinas. Temos que fazer o trabalho de cortar todo o mato que está indo pra dentro da estrada, abrir a estrada, cascalhar e patrolar”, destaca o secretário.
Moacir conclui, agradecendo toda equipe pelo trabalho realizado até agora.
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