Apresentação do Boi de Mamão na Festa Julina no Cerro Azul. (Foto: Divulgação)
Boi de Mamão, tradicional brincadeira folclórica do litoral catarinense, reencontrou novas raízes na região oeste do estado, especialmente no Cerro Azul, interior de Palma Sola, graças ao empenho de uma comunidade determinada a preservar suas tradições. Há cerca de 40 anos, o diretor Jaime Souza introduziu essa festividade na Escola Catharina Seger, marcando o início de uma jornada cultural que atravessaria décadas. Desde o princípio, figuras como Aldair Gheno, em memória, lideraram o grupo de entusiastas que, junto aos colegas da escola, confeccionaram os primeiros “bichos” e entoaram os versos característicos. As apresentações tornaram-se um marco nas festas juninas e julinas da comunidade, com incursões bem recebidas em outras localidades, levando o Boi de Mamão além das fronteiras municipais. O Boi de Mamão, conhecido por seus cantos que narram a morte e ressurreição do boi, foi adaptado para refletir as nuances culturais da região oeste, preservando ao mesmo tempo a essência do folclore original do litoral. Sob a regência de Andi Cavanhol, o coral local desempenhou um papel crucial ao resgatar antigos versos, apoiado por registros e memórias compartilhadas pela comunidade. Para Jaqueline Gheno, idealizadora do projeto recentemente financiado pela Lei Paulo Gustavo, esta iniciativa vai além do resgate cultural, é também uma homenagem à memória de seu pai e um compromisso com a preservação da identidade local. A primeira apresentação após anos de dedicação foi um triunfo na festa junina da Escola Catarina Seger, celebrando não apenas a acultura, mas também a colaboração de diversos envolvidos. Jaqueline expressa profunda gratidão a escola, aos marceneiros, à costureira, ao regente do coral e a todos os participantes que, mesmo em diante de desafios como o clima adverso, contribuíram para o sucesso do evento. Com planos para futuras apresentações, incluindo uma na cidade com data a ser anunciada, o projeto visa manter a chama do Boi de Mamão acesa, reforçando a importância da interculturalidade e da memória comunitária em Cerro Azul.