13/12/2024 às 14h00min - Atualizada em 13/12/2024 às 14h00min
Capacitação de profissionais aborda proteção às mulheres
A formação promovida pela Secretaria de Assistência Social de Anchieta, destinada aos profis-sionais, abordou a prevenção e proteção às mulheres vítimas de violência
Ruthe kezia
Anchieta
A Secretaria de Assistência Social de Anchieta promoveu na câmara de vereadores uma formação que abordou temas sobre a prevenção, atenção, acolhida e proteção às mulheres vítimas de violência. A formação teve como objetivo qualificar o acolhimento e os atendimentos prestados pelos profissionais que trabalham na Secretaria.
O evento contou com a presença de 15 profissionais, a palestrante, Jacinta Imig, apresentou dados e compartilhou dicas para qualificar o trabalho desses profissionais. A Psicóloga, Juliana Chenet da JJS Desenvolvimento Humano, relata que esses momentos são importantes para trazer clareza sobre o assunto:
“É necessário que faça parte das políticas públicas, tanto para combater a violência, quanto para prevenção da violência contra a mulher. Além de preparar os profissionais e assim promover uma escuta ativa e efetiva, pois este assunto é delicado e exige cuidado dos profissionais que estão presentes nos contextos onde essas violências acontecem, principalmente nos lares”. Na última sexta-feira, dia 6, foi comemorado o dia nacional de mobilização dos homens pelo fim da violência contra as mulheres, Juliana relata que neste ano a Secretaria trabalhou o tema:
“Quebrar o Ciclo da Violência Doméstica é Coisa de Homem”. A campanha visa mostrar aos homens que a luta das mulheres é uma luta de todos.
De acordo com Juliana, o Brasil está em 5º lugar no ranking mundial de feminicídio.
“Em 2023, a cada 6h uma mulher foi morta no Brasil vítima de feminicídio. Nove a cada 10 casos, a mulher é morta por um companheiro ou ex-companheiro, 68% das mulheres assassinadas no Brasil são negras”, apresenta Juliana.
Ela ainda acrescenta que uma mulher é vítima de estupro a cada nove minutos e que a cada 15 minutos, uma menina de 13 anos é violentada, sendo que 75,9% dos agressores são conhecidos das vítimas, em sua maioria padrastos, pais, tios, primos, vizinhos e amigos da família.
A psicóloga apresenta outros dados como: a cada um minuto, uma mulher registra agressão sob a Lei Maria da Penha. A cada dois minutos, uma mulher sofre violência doméstica. A cada três dias, uma mulher trans é assassinada; 97% das mulheres já sofreram assédio em meios de transporte. Foram requeridas 22.731 Medidas Protetivas em Santa Catarina, entre janeiro e setembro de 2024. Em média, 5 mulheres são vítimas de feminicídio por mês no estado.
Juliana informa que em Santa Catarina, o crime de ameaça foi o mais frequente, representando 48% dos casos. Além disso, nos primeiros seis meses deste ano, foram registrados em média 215 casos de violência doméstica, por dia.
“A luta contra a violência a mulher é um dever de todos, e a campanha do Laço Branco visa a conscientizar e engajar os homens para um novo olhar nas relações de gênero. Use a sua voz para quebrar esse ciclo. Diga não a violência e ao machismo”, conclui Juliana Chenet.