Longe dos mitos de palco, a hipnose clínica é uma poderosa ferramenta para a saúde mental. A psicóloga Juliana Chenet explica que a técnica é um "estado amplificado da consciência”, no qual o paciente permanece totalmente presente e no controle. Não se trata de sono, mas de um processo colaborativo e seguro onde a pessoa pode interagir e se comunicar.
A velocidade dos resultados é a principal qualidade desta terapia. Segundo Chenet, o método acessa conteúdos de forma direta, tratando a ansiedade, por exemplo, em poucos meses, não em anos. Ela destaca que os avanços no tratamento são rápidos e, mais importante, permanentes e sem risco de regressão futura. "O que você trabalhou em uma sessão, você já resolve. Não precisa mais voltar", afirma a psicóloga sobre a eficácia do processo.
A experiência é descrita como libertadora, com pacientes relatando uma grande sensação de alívio e leveza logo após o transe hipnótico. A segurança do processo é garantida pelo método ericksoniano, no qual o próprio paciente conduz a sessão. Nessa abordagem, a pessoa "só acessa aquilo que é confortável para ele naquele momento", como explica Chenet, o que torna a terapia mais acolhedora.
É crucial diferenciar a hipnose clínica da sua versão de palco, que gera medo e desinformação. Enquanto a de palco é uma brincadeira combinada, na psicoterapia a autonomia do paciente é soberana. A pessoa nunca fará algo contra a sua vontade, pois está consciente e pode recusar qualquer sugestão desconfortável, garantindo um processo respeitoso.
O sucesso da técnica, contudo, depende diretamente da habilidade do profissional que a conduz. Juliana Chenet usa uma analogia para ilustrar o ponto: "Fazer injeção todo mundo sabe, mas fazer a injeção corretamente não é qualquer um que faça ". Uma condução inadequada pode ser contraproducente, principalmente em quadros mentais complexos como a esquizofrenia. Por isso, a escolha de um terapeuta de confiança é fundamental.