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Alunos do 6º1 do Claudino Crestani emocionam com curta sobre respeito e empatia

O curta-metragem do 6º1 do Claudino Crestani destacou a importância do respeito às diferenças, estimulou a empatia entre os alunos e envolveu famílias, professores e a comunidade na reflexão sobre bullying

Arthur Nunes - Palma Sola
02/09/2025 17h30 - Atualizado há 17 horas
Alunos do 6º1 do Claudino Crestani emocionam com curta sobre respeito e empatia
Alunos do 6º1 do Claudino Crestani produziram um curta na Semana da Deficiência Intelectual e Múltipla, abordando bullying, empatia e respeito, emocionando famílias e comunidade (Foto: Divulgação)

Os alunos do 6º1 da Escola de Educação Básica Claudino Crestani protagonizaram um projeto inédito durante a Semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. A turma produziu um curta-metragem que emocionou familiares, professores e autoridades, trazendo para o centro do debate temas como bullying, empatia e respeito às diferenças. A iniciativa mobilizou toda a comunidade escolar e deixou um marco de aprendizado.

A assessora de direção e coordenadora da Educação Especial, Francieli Zamboni Holz, explicou que a ideia nasceu em uma formação de professores. “No início pensamos em um teatro, mas logo percebemos que seria melhor gravar e transformar em filme. Assim, todos poderiam assistir e refletir sobre o tema”, destacou. A decisão deu novo fôlego ao projeto, que cresceu e envolveu diversas áreas da escola.

O curta foi inspirado nos livros O Garoto Estranho, de Aristeo Foloni Junior e Diferenças, de Rodrigo Munari, mas ganhou vida própria com a criatividade dos alunos. “Eles se motivaram tanto que assumiram todos os papéis e ainda sugeriram personagens novos. A partir dali percebemos que seria uma verdadeira obra coletiva”, contou Francieli. O processo uniu leitura, interpretação, improviso e produção artística.

O professor Maicon Miorandi Leão, responsável pela filmagem e edição no Laboratório Maker, ressaltou o aprendizado dos estudantes. “O bom do sexto ano é que eles adoram tudo que é diferente. Eles criavam personagens, sugeriam falas, acompanhavam a edição. Foi um processo leve e divertido”, relatou. Ele também destacou que, em apenas um mês, os alunos conseguiram entregar um resultado digno de orgulho.

Para Maicon, a experiência foi enriquecedora em várias dimensões. “Esse tipo de projeto trabalha interpretação de texto, oratória, criatividade e até convivência em grupo. Eles perdem a timidez e aprendem a se ver de outro modo. É muito importante e necessário que os alunos participem de algo assim”, avaliou. O envolvimento intenso tornou o processo mais rápido e gratificante.

O lançamento do curta aconteceu em uma noite especial, no restaurante Carniel, com direito a jantar e a primeira exibição oficial do filme. “Eu queria que eles se sentissem estrelas de cinema, que tivessem sua noite de glamour. E foi emocionante ver o brilho nos olhos deles e a alegria dos pais”, lembrou Francieli. O momento contou com a presença de autoridades, professores e familiares que apoiaram a ideia.

Silvane Prestes de Oliveira, Supervisora Regional de Educação da CRE de Dionísio Cerqueira, elogiou o projeto e destacou o envolvimento da comunidade. “Foi um projeto muito bacana, uma iniciativa louvável da direção da escola e dos professores, que envolveu os estudantes e as famílias. Fiquei impressionada com a quantidade de pais que participaram do lançamento desse curta, que trabalhou temáticas importantíssimas, valores essenciais não somente para a escola, mas para a sociedade”, comentou.

Ela ainda ressaltou o brilho nos olhos das crianças durante o evento e parabenizou todos os envolvidos, afirmando que “este trabalho com certeza vai marcar a vida dessas crianças e também dos estudantes da escola e da comunidade de Palma Sola”.

Para os alunos, a experiência foi única e transformadora. “Aprendemos que temos que respeitar as diferenças. Se alguém faz bullying, a gente precisa falar e não deixar isso acontecer”, disse Júlia Bartolomei Pimentel, que atuou como professora no filme. Outro colega, Davi Cirino, que representou Miguelão, ressaltou a diversão durante as gravações: “Foi bem tranquilo, a gente decorava as falas e se ajudava. Até nas partes engraçadas, todo mundo ria junto”.

O impacto foi imediato. A turma, que já havia registrado conflitos internos, passou a demonstrar mais união e cumplicidade. “Ali a gente já conseguiu ver a mudança de postura deles. A convivência com a Maria Leticia, que é uma colega cadeirante, ficou ainda mais natural, sem diferenças entre eles”, observou Francieli. A reflexão ultrapassou os muros da escola, alcançando também famílias e a comunidade.

A professora Cristiane Schein, que acompanha Maria Letícia como segunda professora, destacou a importância do projeto. “Foi uma experiência muito boa, muito enriquecedora, que pode servir de exemplo e inspiração para todos os alunos. Lidamos diariamente com situações de bullying e apelidos, então iniciativas assim são fundamentais. Acho que mais pessoas deveriam se engajar e participar, para diminuir essas experiências negativas na escola”, afirmou.

Os pais se emocionaram ao ver os filhos em cena. “Foi emocionante tanto pelo tema quanto pela dedicação dos alunos e professores. O projeto os colocou como protagonistas e conscientizadores”, disse Daniel Santolin, pai de Lucas Santolin, que representou o pai de Blau, um menino azul, representado por Luiz Guilherme Zanata. Já Rubia Cristina Carniel, mãe de Maria Letícia Possebon, que representou Eugênia, afirmou ter sentido “orgulho ao ver a filha atuando e transmitindo uma mensagem tão importante para a vida em sociedade”.

O curta foi exibido para todas as turmas no dia seguinte ao lançamento, servindo de base para discussões em sala de aula. Os professores trabalharam temas como bullying, preconceito e empatia, conectando a experiência artística à formação cidadã. O filme também chamou atenção de alunos mais velhos, que pediram para participar de projetos semelhantes.

Diante do sucesso, os próprios alunos já sugerem uma continuação. “Dire, vamos gravar a parte 2?”, pediram, imaginando até um novo personagem, o “Menino Verde”. Para a direção, a ideia mostra o quanto o projeto foi bem recebido e motivador. “Eles se sentiram pertencentes, e isso é o mais importante: perceber que todos têm valor e podem contribuir”, reforçou Francieli.

Mais do que um produto audiovisual, o curta do 6º1 revelou-se uma ferramenta pedagógica poderosa. “Foi divertido, mas também muito importante. Eu acho que esses projetos ajudam a formar cidadãos conscientes”, comentou o aluno Álvaro Costa, narrador da história. No Claudino Crestani, ficou evidente que quando a escola dá voz aos estudantes, a aprendizagem ganha sentido e deixa marcas para toda a vida.

 

 

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