Uma planta de nome incomum, chamada crotalária é a nova alternativa de combate ao mosquito Aedes Aegypti. Segundo explica o professor de conservação de solo e água e de culturas anuais do Colégio Agrícola – Cedup de Campo Erê, Nelson Rintzel, a crotalária atrai libélulas e estas fazem a postura de suas larvas na água. Nesta mesma água podem estar depositadas larvas do mosquito Aedes Aegypti, ou de qualquer outro tipo de mosquito e mosca. As larvas da libélula são predadoras e irão se alimentar das demais larvas do local para poderem crescer, incluindo o Aedes.
O professor Nelson comenta que a crotalária pode ser uma alternativa ao combate ao Aedes, mas não a solução. “Sou professor e vejo na educação a solução para o Aedes e todas as doenças que ele transmite. As pessoas têm que se conscientizar e colocar em prática pequenos cuidados e não deixar água parada, que é onde o mosquito se reproduz. O Aedes é para mim uma doença urbana causada pelas sucessivas agressões ao meio ambiente”, enfatiza Nelson afirmando que numa cadeia ecológica equilibrada o controle do Aedes seria feito pela natureza.
“A libélula é um dos animais desvalorizados, assim como o louva deus, vespas e pequenos sapos, como as pererecas. As pessoas se assustam pela aparência e por lendas, como o do louva deus, mas na verdade estes animais não fazem nada demais, só tem um aspecto diferente”, exemplifica o professor afirmando que todos esses animais são predadores de mosquitos, e que em alguma fase de sua vida, larva ou mosquito, irão contribuir para seu controle.
A crotalária possui mais de 300 espécies descritas, sendo no Cedup utilizada e cultivada com fins didáticos. “Sempre temos sementes e plantas de crotalária disponíveis para as aulas, no entanto quando sobram fazemos doações. Os interessados devem apenas nos procurar”, explica Nelson enfatizando que as plantas de maneira geral são atrativas ou repelentes, pois contêm substâncias que desempenham papéis diferentes. “Resumindo a crotalária atraí a libélula e sua larva pode matar a larva do Aedes”, conclui.
Nas aulas os alunos do Cedup aprendem que a planta é utilizada na região como cobertura de solo, adubação verde e matéria orgânica para áreas de cultura. Segundo o professor seu sistema radicular é profundo e por isso causa boa fixação de nitrogênio do ar. A planta é anual de verão, não resistindo ao frio e a geada do inverno. É preciso replanta-la todo ano.
ALERTA MUNDIAL – Dia 1º de fevereiro a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que a zika vírus é uma emergência global. O Aedes transmite além da zika, que causa microcefalia, a febre chikungunya e dengue. A decisão do alerta mundial foi tomada por peritos em epidemiologia, saúde pública e doenças infecciosas das Américas, Europa, Ásia e África. A estimativa da OMS é de que a zika vírus possa infectar até 4 milhões de pessoas nas Américas.
PLANTIO – Dia 5 aconteceu em Palma Sola, após doação do Cedup, um plantio de crotalária realizado pela Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente. O plantio foi realizado no loteamento Zanotto, numa área de 300m². A estimativa é que as flores devam florescer dentro de 60 dias. Interessados em adquirir a planta podem procurar a Secretaria.
CASOS – Segundo o último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde de Santa Catarina, no período de 1º a 23 de janeiro, foram notificados 559 casos de dengue no Estado, sendo que alguns ainda estão em análise laboratorial. Em 2015, foram notificados 11.332 casos de dengue, dos quais 3.616 casos foram confirmados.
No mesmo período de 1º a 23 de janeiro foram notificados oito casos suspeitos de febre de chikungunya em Santa Catarina, todos permanecendo em investigação e 31 casos suspeitos de febre do zika vírus no Estado. Destes, quatro foram confirmados, três descartados e 24 permanecem em investigação. Todos os casos confirmados são importados, ou seja, foram infectados em outros estados.
APP – Uma nova arma contra o mosquito Aedes aegypti foi lançado dia 5, em Florianópolis: o aplicativo Dengue SC para reforçar o combate ao mosquito transmissor da dengue, zika vírus e febre da chikungunya. O aplicativo, inédito no país, está disponível gratuitamente nos sistemas Android e, a partir da semana que vem, em iOS. Desenvolvido pelo Ciasc, o Dengue SC permitirá que a população denuncie eventuais criadouros de Aedes Aegypti aos órgãos de controle por meio de fotos e localização por georeferenciamento.
Orientações para evitar a proliferação
Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;
Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
Mantenha lixeiras tampadas;
Deixe os depósitos para guardar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
Trate a água da piscina com cloro e limpe uma vez por semana;
Mantenha ralos fechados e desentupidos;
Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
Retire a água acumulada em lajes;
Dê descarga no mínimo uma vez por semana em banheiros pouco usados;
Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
Evite acumular entulho, pois podem se tornar locais de foco do mosquito da dengue.
Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;