Luiz Henrique Crestani e Leonardo Link participaram da manifestação contra Lula em São Miguel do Oeste no domingo, dia 25. Junto a eles pelo menos mais 200 pessoas repudiavam a vinda do ex-presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, em pré-campanha a presidência da república.
Dia 24 de janeiro Lula foi condenado por unanimidade pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) a 12 anos e 1 mês de prisão, com início em regime fechado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex em Guarujá-SP. Numa decisão vista como arbitrária por muitos juristas, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal decidiu, dia 22 de março, julgar o habeas corpus preventivo da defesa de Lula com o objetivo de evitar a prisão do ex-presidente.
Em São Miguel do Oeste dezenas de pessoas atiraram ovos nos veículos da comitiva, ônibus e carros. Algumas pedras também foram arremessadas chegando a trincar os vidros de dois dos três ônibus utilizados. Assim como em São Miguel do Oeste Lula e a sua comitiva foram recepcionados com vaias, ovos e xingamentos em diversas cidades do Sul brasileiro, a exemplo de Chapecó-SC, Passo Fundo-RS, Baje-RS, Florianópolis-SC, São Borja-RS e Francisco Beltrão-PR. Em algumas cidades sequer conseguiram entrar.
No final da tarde de domingo, o deputado Paulo Roberto Severo Pimenta (PT-RS), líder do PT na Câmara, leu e discursou, para dezenas de correligionários, que haviam registrado um boletim de ocorrência contra os organizadores da “ação criminosa” e que “os bandidos haviam sido identificados” lendo o nome dos palmassolenses: Luiz Crestani, Rafael Link e Leonardo Link afirmando que eles estavam entre os “criminosos” que atacaram a comitiva do presidente Lula. Rafael Link sequer foi a São Miguel do Oeste.
Na segunda-feira Luiz Henrique bloqueou o acesso as suas redes sociais devido ao alto número de ameaças de todos os tipos, desde boicote as suas empresas até tirar a sua vida.
Sentinela: Luiz Henrique e Leonardo, como vocês se organizaram para participar desta manifestação contra Lula?
Luiz Henrique e Leonardo: No domingo estava um dia nublado, não deu colheita e ao meio dia conversamos pelo Whatsapp e resolvemos ir até São Miguel pra deixar claro que tem muita gente que não gosta e não compactua com o Lula e o que o PT vem fazendo para a nossa região. Trabalhamos na agricultura e não dá para admitir o Lula discursar falando que agricultores no governo dele tinham duas alegrias: pegar dinheiro emprestado e dar calote. Nós somos cidadãos de bem e ficamos indignados com tanta mentira, os agricultores são os principais responsáveis pela exportação e aumento do PIB. O cidadão de bem deve se manifestar.
Sentinela: Vocês conheciam os demais manifestantes que estavam em São Miguel do Oeste?
Luiz Henrique e Leonardo: Conhecemos aquelas pessoas na hora da manifestação. Nunca havíamos tido contato com qualquer uma delas, mas estávamos ali com o mesmo propósito, nos manifestar contra Lula. Não fazemos parte de organização alguma, o que fizemos foi levar uma faixa, pegamos ovos nas nossas chácaras, produzidos pelas nossas galinhas e fomos para São Miguel. Tinha mais de 200 pessoas lá no trevo de São Miguel, quando o Lula passou foi uma chuva de ovos pra cima dos veículos. Estávamos em cinco palmassolenses e em momento algum, um de nós jogou pedra ou pau. Curioso é como só nós fomos responsabilizados!
Luiz Henrique: Não dá para admitir o Lula e um ex-deputado, Paulo Pimenta, nos chamar de bandidos, falar que somos os organizadores de uma ação criminosa, dizer que estávamos fugindo e incitar os correligionários a nos procurar aqui em Palma Sola. O Rafael nem estava junto conosco, ele não participou da manifestação.
Sentinela: O que vocês pretendem fazer diante da acusação do deputado Paulo Pimenta, que leu o nome de vocês três (Luiz Crestani, Rafael Link e Leonardo Link) os responsabilizando pela manifestação em São Miguel?
Luiz Henrique e Leonardo: Ele não nos responsabilizou pela manifestação, ele nos acusou de sermos bandidos, criminosos. Falou a todos os correligionários que era fácil nos encontrar, que tínhamos fugido para Palma Sola, agora tem um monte de gente nos ameaçando. Estamos buscando e reunindo provas para entrarmos com diversos processos contra aqueles que nos ofendem e ameaçam. Queremos é garantir o nosso direito democrático de manifestação.
Luiz Henrique: Meus filhos viram em redes sociais um cara do lado do Lula me chamando de bandido, de criminoso, o quê eu falo pra ele? Em palanque o Lula nos chama de bandidos históricos, fala que temos terra no Mato Grosso e Acre. Nem eu nem o Leonardo temos um palmo de terra nestes Estados. Ele sugere que roubamos e que não sabe como compramos e pagamos nossas propriedades. Não é possível admitir um ex-presidente da república ser tão populista e nos acusar de maneira tão baixa, sem prova alguma. Não é ele que neste momento está falando que é preciso ter prova para acusar e julgar alguém? As terras que temos aqui na região não são de hoje, foram compradas geração após geração, com trabalho e suor lá dos nossos avós e dos nossos pais.
