Robson e Juliane aguardam a chegada do filho adotivo para completar a família e poder dedicar seu amor
Juntos há mais de 13 anos, o casal Robson Favaretto e Juliane Pimentel Favaretto tem um desejo: tornar-se pai e mãe. O Casal, que vivencia o amor desde a adolescência, conta que a vontade de tornar-se pai e mãe surgiu há pelo menos três anos. Foi pelo menos um ano buscando a concepção de um filho até que procuraram ajuda médica e descobriram que Robson tem menos de 1% de chances de ser pai pelo método convencional.
A notícia foi um baque, afinal o casal sempre sonhou com um filho. O emocional pesou mais para Robson, afinal a impossibilidade de gerar um filho era algo dele. Passado o choque inicial, surgiu a possibilidade de fazer um tratamento de fertilização in vitro, no entanto, por não considerar esse um método tão natural, o casal começou a pensar na adoção. “Foi algo que surgiu em uma conversa, a vontade de adotar, fazer uma gestação de coração”, comenta o casal.
Quando a possibilidade se tornou real, o casal fez uma visita ao Fórum buscando informações e iniciaram o processo de adoção. “Fizemos um curso sobre o assunto, para entender como funciona, e conhecermos quais seriam as barreiras que teríamos que enfrentar”, explicam. Um dos primeiros passos é compreender como o processo funciona, conhecer os aspectos jurídicos, legais, psicológicos e sociais envolvidos em um processo de adoção.
Então, no fim de 2017, participaram de mais um curso, no Fórum em Marmeleiro. O processo de capacitação foi rápido, e em dezembro do mesmo ano o casal já estava apto para adotar. Iniciou então mais uma fase, a espera de uma criança. Faz 1 ano e 7 meses que estão na fila de adoção. Eles explicam que o cadastro é nacional, porém é subdividido em regiões. O primeiro contato para eles é na comarca de Marmeleiro, em segundo lugar casos de todo o Estado do Paraná e por último a nível nacional.
Juliana conta que não tem como imaginar como vai ser a criança, é uma gestação vinda do coração. “Você está ali ansioso mas não sabe como vai vir, como vai ser. Embora precisamos preencher um cadastro, que é bem completo, ainda assim não temos como saber quem será nosso filho. O que sabemos é que a criança que está na fila de adoção já passou por frustações, violações de direitos, e situações muito difíceis. Ela só precisa de amor”, comentam.
Robson conta que durante a capacitação aprenderam que independente do desejo dos pais, o que prevalece será sempre o que é melhor para a criança. “Nós só queremos nosso filho, ou filha. No dia em que chegar será nosso filho. Por isso falamos que é uma gestação do coração, já somos pais, estamos gestando, só ainda não temos nosso filho conosco”, enfatizam.
Quando perguntados sobre o que esperam oferecer a um filho, o casal foi enfático. “Tudo. Mas o mais importante é o amor que temos guardado. Queremos nosso filho para amar, ensinar, educar. A palavra adotado é forte, não será nosso filho adotivo, será nosso filho, apenas isso”, afirmam.
Conforme o casal, a maior dificuldade para quem está em um processo de adoção é a espera. “Tem dias que você se pega ansioso, é uma espera angustiante. Às vezes vemos algumas notícias na TV que nos revoltam, nos deixam indignados. Mas tem algumas coisas que nos confortam. Lembro que teve uma amiga nossa que nos disse assim ‘talvez vocês não tiveram filhos antes porque tem alguma criança no mundo que já é seu filho, vocês só precisam se encontrar, ela está esperando por vocês’. Essas palavras me deram conforto”, afirma Robson.
Conforme o casal, existe muitos tabus dentro da adoção. “Por isso é importante participar do curso, para aprender. Se é burocrático e demorado é porque precisa ser assim. Pra gente é demorado, mas para a criança é mais ainda. O processo para as crianças vai de dois a três anos até que eles estarem aptos para serem adotados por que antes disso é feito um trabalho para tentar manter essa criança na família de origem. Essa espera é algo necessária, você precisa passar pela gestação, assim como um filho biológico. Imagina ser uma criança que sofreu violação de direitos, passar por um processo de adoção, chegar a uma nova família e ter que retornar, ‘ser devolvido’, isso acontece, mas o processo é lento para tentar impedir que aconteça”, diz Robson.
A verdade que sustenta a espera e ajuda a aplacar a angústia é que a adoção é um processo de amor. “Tornar-se pai e mãe é um processo de adoção. Você gesta a criança por nove meses e quando ela nasce precisa adotar ela, aprender a amá-la. Todos são adotados, até mesmo os filhos de sangue, pois se você não adotar como irá ama-lo?”, questiona Juliana.
Conforme ela, a maternidade é um pouco idealizada demais, como se desde o primeiro minuto os pais já tivessem que amar a criança de forma incondicional. “Vemos que às vezes não é assim. Muitas mães contam que começaram a amar o filho depois que ele nasceu, depois que pegou nos braços, amamentou. O amor é algo construído, que vai crescendo com o tempo, e nós estamos esperando nosso filho com amor no coração”, finalizam.