Em São José do Cedro são mais de 10 jovens com idade inferior a 16 anos grávidas em acompanhamento pelas unidade de saúde. O médico da Secretaria, Juarez De Oliveira Pinto, estima que as pacientes menores de 18 anos representem mais de 20 por cento das gestantes que ele acompanha em quatro municípios.
Ele considera o percentual alto e aponta a necessidade de programas de prevenção nas escolas, em grupos do Cras e auxílio aos pais. O profissional considera que o diálogo aberto com meninos e meninas, a partir de 12 anos, é importante para evitar problemas que vão além de uma gravidez indesejada. O médico revela que tem atendido vários casos que crescem ano após ano. A sugestão é que sejam feitas rodas de conversas com ginecologistas, psicólogas e enfermeiros visando esclarecer as dúvidas que nem sempre são sanadas em casa. Juarez menciona ainda certo machismo quanto à responsabilização das meninas. Ele enfatiza que as dicas e ações de prevenção valem da mesma forma para os rapazes. Atualmente são 11 jovens em SJCedro grávidas em acompanhamento pré-natal
O problema, segundo Juarez, é que a descoberta e confirmação da gravidez na adolescência costumam ser tardias, a partir do quarto ou do quinto mês o que gera um atraso no acompanhamento e exames feitos para monitorar a saúde da mãe e do bebê.
Conforme o médico, o risco físico para as adolescentes que engravidam não é tão grande quanto o psicológico. Ele percebe que a cultura atual ainda prevê julgamentos da sociedade, em caso de mães solteiras e até mesmo aquelas em que o pai assume a responsabilidade. Juarez menciona ainda que no consultório predomina o acompanhamento das avós maternas junto às pacientes, mas nunca o pai delas, a avó paterna ou o próprio pai do bebê, que deveriam dar o suporte. Para o médico, esse fator também contribui para o desgaste e exaustão das mulheres que desde cedo assumem uma grande responsabilidade.
Fonte: Rede Peperi