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03/03/2020 às 16h01min - Atualizada em 03/03/2020 às 16h01min

Maior rodeio crioulo da região completa 40 anos

Rodeio de Campo Erê foi realizado no último final de semana, reunindo mais de mil laçadores do Sul do Brasil

Sentinela
O Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Estância do Oeste de Campo Erê realizou no fim de semana, dias 28 e 29 de fevereiro e 1º de março a 40º edição do rodeio crioulo interestadual, ele que foi o primeiro a realizar um rodeio em SC. Segundo o patrão, Nivion Bernart, o rodeio surpreendeu, pois reuniu mais de mil laçadores. “Com a colaboração do tempo, o rodeio teve a presença maciça de CTGs e piquetes do Paraná, Santa Catarina e até do Rio Grande do Sul”, destaca o patrão.
Os rodeios interestaduais de Campo Erê, tem sido a maior festa da região, marcando encontro de tradicionalistas e de amigos e a 40ª edição não poderia ser diferente. Atrações especiais como a oração da Ave Maria, gineteada, o laço apache e algumas brincadeiras promovidas pelos locutores, fizeram o público delirar. Além desses, um baile animado pelo Trio da Terra e uma homenagem a algumas pessoas que fizeram a história dos 40 anos de rodeio. Milhares de pessoas passaram pelo parque durante os dias, tendo sua maior concentração no momento da oração, quando foi feita a cerimônia e na sequência a gineteada.
No domingo aconteceu a abertura oficial, com a presença de autoridades tradicionalistas. O patrão, antes de pronunciar oficialmente aberto o rodeio, agradeceu aos colaboradores e também os patrocinadores, que sem eles o rodeio não seria um sucesso como foi. Contou com as laçadas oficiais das categorias: patrão de piquete, patrão de CTG, guri, prenda, piá, prendinha, veterano, vaqueano, coordenador, ex-coordenador, pai e filho/filha/irmão e laço dupla.
Conforme o patrão as laçadas foram a grande atração do rodeio. “Tivemos boas participações e todos saíram satisfeitos com a organização e a grande participação de equipes e público”, comentou concluindo que entre os laçadores, estavam 108 quartetos, 400 duplas, 511 pelo individual, 340 pela copa do laço e 60 por cortesias.
Nivion é patrão da campeira há 12 anos e patrão do CTG Estância do Oeste há dois, ele ressaltou que durante o ano anterior, esteve presente em outros rodeios convidando laçadores e organizadores para que estivessem presentes no fim de semana. “Gostaria de agradecer a todos os visitantes, não só por essa edição, mas por todas. Agradeço as patronagens anteriores que complementaram e foram necessárias para que esse evento ficasse conhecido e fizesse história”, destaca o patrão.
 
Pioneiro do tradicional rodeio
Waldemar Antônio Daneluz, popular Marzinho, foi o primeiro patrão do CTG e um dos idealizadores deste rodeio. Marzinho esteve presente em todos os dias dessa edição. Ele é natural de Caxias do Sul-RS, mas reside em Campo Erê há mais de 50 anos. “Quando cheguei nessa cidade não havia nenhum CTG, nem nada parecido. As pessoas não sabiam o que era gineteada e nem o que significava laçar em armada. Sempre fui apaixonado por isso e essa foi minha inspiração para construir um CTG aqui”, destaca.
Há 40 anos o CTG foi construído e Waldemar foi o responsável por essa incrível obra. “Não lembro muito de como foi, mas alguns pioneiros, saíram a cavalo de Caxias em busca de terra para comprar, quando chegaram em Pato Branco foram informados que aqui tinha campo e pinhal. Quando chegaram, eu resolvi fazer uma festa e convidei todos, fiz um discurso, mais o menos assim: ‘senhores pioneiros, desbravadores dessa terra, vocês que quando chegaram só ouviram os pássaros a cantar, e hoje eles cantam diferente. Pioneiros do Rio Grande do Sul, construam um CTG aqui nesse município e tragam para cá essa emoção’. Eu lembro que todos se emocionaram”, conta.
“Poucos dias depois começamos a construir, arrumei dez bois para vender e poder pagar o telhado. Meu pai, Pedro Daneluz, que nunca morou nessa cidade, disponibilizou toda a madeiras. Com o tempo houve muitas modificações, mas na época, tínhamos feito desse CTG o mais bonito da região”, continua Waldemar.
De acordo com ele, na época, não havia ninguém na cidade que soubesse acompanha-lo em uma laçada, por esse motivo, os primeiros rodeios eram compostos apenas por laçadores específicos e conhecidos pelo pioneiro. Ele que trouxe todos os bichos da sua propriedade natal, apenas para que as pessoas interessadas pudessem aprender a laçar. “Não existia esses laços finos de hoje, eram maiores e pesados, acredito que se coloca-se para testar com essa piazada não conseguiriam laçar nem cinco armadas”, enfatiza com boas risadas ressaltando que a 40ª edição tem sido emocionante e festiva.
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