25/03/2020 às 10h37min - Atualizada em 25/03/2020 às 10h37min

Médica infectologista fala sobre o Coronavírus

Priscila Garrido Bratkowski é médica infectologista de São Miguel do Oeste e traz informações importantes sobre a novo vírus que tem preocupado muitas pessoas

WH3
Na última quarta-feira (18) foi confirmado o primeiro caso de Coronavírus no Brasil, em um homem de 61 anos, que voltou de viagem da Itália e essa situação trouxe ainda mais apreensão à população. Dra. Priscila Garrido Bratkowski, explica que o coronavírus é um vírus muito semelhante ao da gripe - o influenza - com transmissão respiratória. “Ele não é de agora, porém está se apresentando de forma diferente, um novo subtipo, assim como temos o Influenza A, com os subtipos H1N1 e H3N2, e a Influenza B, este é o Coronavírus - COVID-19”, explica.
O período de incubação do Coronavírus é de 5 a 12 dias, que seria do contágio até os sintomas, porém a médica destaca que este prazo está se modificando conforme se conhece mais sobre ele. Os sintomas são bem semelhantes aos da gripe: febre, tosse, falta de ar, obstrução nasal, e, menos frequente, diarreia e náuseas. “A mortalidade tende a diminuir. É maior que a da Influenza, mas já se viu que não é uma mortalidade tão alta quanto de outros Coronas”, comenta Priscila. 
Os números apresentados até o momento mostram que a mortalidade foi maior nos grupos de risco: pacientes com problemas de saúde, baixa imunidade, idosos, da mesma forma que ocorre com a gripe. “A vacina da gripe não protege contra o corona vírus, mas é muito importante que a pessoa faça a vacina contra a Influenza. Ainda não foi encontrado a cura para o coronavírus, existem medicamentos promissores, mas nada confirmado”, salienta.
A transmissão do Coronavírus é respiratória e pode ocorrer por meio da saliva, assim como em várias outras doenças, por isso é necessário cuidado ao compartilhar utensílios como: copos, talheres, canudos, bombas do chimarrão ou tererê. “Não estamos livres do Coronavírus, mas não há necessidade de alarme. A região está preparada para atender a algum caso suspeito. Muitas pessoas daqui viajam para a Europa e podem retornar com o vírus. A princípio a atenção está voltada a estas pessoas, mas não é impossível que o vírus venha pra cá também”, finaliza a médica.
 
Protocolo utilizado em SMO
Conforme ela, o protocolo utilizado é o mesmo do Ministério da Saúde, basicamente, onde os pacientes são divididos entre casos leves, moderados e graves. “Os casos leves não devem nem procurar as unidades básicas, sendo eles pacientes com febre baixa, tosse e outros. Deve-se procurar a unidade quando a febre dura mais de 24 horas e acompanhada de tosse. O hospital deve ser procurado também quando se tem principalmente falta de ar ou queda da pressão, ou outro sintoma mais grave”, esclarece complementando que o exame é feito através da coleta da secreção respiratória. “A coleta é encaminhado para Florianópolis para a pesquisa direta do vírus”, explica.
Ainda conforme ela, está para chegar um teste rápido – teste de sangue – na região.  “Em breve é possível que tenhamos esse exame a disposição. Ambos pelo SUS. Nas redes particulares está difícil de encontrar esse exame”, ressalta enfatizando que em São Miguel do Oeste e outras cidades da região, como em Palma Sola, ainda não se tem nenhum caso confirmado do novo coronavírus. “Estamos organizando os leitos da regional de São Miguel do Oeste e estamos arrumando a estrutura. As Secretarias de Saúde da região também estão se mobilizando; todos estão tentando fazer o máximo para poder atender da melhor forma os pacientes, mas precisamos bastante do apoio da população”, continua.  
“Muitos tem dúvidas perante as viagens, principalmente aqueles que possuem viagens programadas. Esses devem ficar atentos na atualização do Ministério da Saúde, da Anvisa, pois estão todos os dias atualizando a lista de países em que ocorrem a transmissão local. Nesses lugares, é melhor não viajar ou mudar o destino, porque é uma situação ainda incerta. “É bom ficar atentos mas não se tem motivos para que todos fiquem assustados”, finaliza.
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