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31/03/2020 às 17h44min - Atualizada em 31/03/2020 às 17h44min

Fibroplast demite 14

Dos 130 colaboradores 14 foram demitidos no final da tarde de terça-feira, dia 31, e outros 20 estão em férias ou afastados

A Fibroplast do Brasil é mais uma das indústrias que chega no limite daquilo que é possível se fazer no combate a proliferação do Covid-19, sem ter que demitir. Desde o primeiro dia do decreto do governo do Estado de Santa Catarina, dia 18 de março, a Fibroplast adotou medidas de precaução, como afastamento de 2 metros entre os funcionários, uso de máscara, álcool em gel distribuídos em vários pontos da indústria, além de medidas de segurança que restringiam a entrada e saída de fornecedores e clientes.

“Nenhum empresário quer demitir. A gente quer crescer, faturar, vender e pra isto precisamos de pessoas. Infelizmente me vejo obrigado a demitir. Alguns fornecedores tem dificuldade para nos entregar matéria prima, mas o problema é o cancelamento dos pedidos feitos meses atrás e o pior de tudo é que nos últimos 15 dias vendemos 20% do esperado” explica Luiz Henrique Crestani lamentando a situação que o país está passando e discordando das meditas tão restritivas, que segundo ele, irão causar a pior crise que o Brasil já viveu.

Até a data de 31 de março a Fibroplast estava empregando 130 funcionários diretos, todos registrados, tudo como manda a lei. No ano de 2018 e 2019 a Fibroplast teve o seu maior crescimento da história, cresceu mais de 400% em dois anos e a expectativa para este ano era excepcional, até a chegada do novo coronavírus.

Mesmo vendo o cenário ficar ruim, na semana passada, a empresa resolveu parar o setor da metalúrgica para fabricar mesas de refeição, suporte para soro, escadas e camas para serem doados a hospitais da região. Através de divulgação em redes sociais Luiz Henrique conseguiu ajuda de várias outras empresas que doaram outros suprimentos para a fabricação destes itens.

“Naquele momento foi a maneira que encontrei de fazer a minha parte. Discordo de quase tudo que o Governo está impondo e a mídia noticiando. Mas ao mesmo tempo tenho a certeza que vão faltar leitos” desabafa Luiz Henrique fazendo uma analogia: “O Governo está fazendo quimioterapia em paciente suspeito de câncer” com isto ele quer dizer que as medidas de contenção ao novo coronavírus são exageradas, especialmente sob o aspecto econômico.

“É fato que pessoas vão morrer, é fato que precisamos primeiro salvar vidas, mas também é fato que miséria também mata. Neste momento eu preciso manter a minha empresa viva. Manter o número possível de funcionários, torcer para que meus clientes continuem comprando e que o mais rápido possível a economia volte a girar.

A Fibroplast do Brasil rescindiu na tarde de terça-feira, dia 31, o contrato de trabalho com 14 funcionários, sendo que outros 20 ou estão afastados ou em férias. O cenário não é bom, especialmente em Santa Catarina com os decretos e a postura do governador Carlos Moisés. “Infelizmente estão previstas mais demissões. Se nada mudar, a cada semana parado terei que demitir pelo menos 10 funcionários” lamenta o jovem de 30 anos.

“Gosto de contratar, construir, crescer, comprar, vender; fazer negócio! Ter que mandar uma enxurrada de funcionários pra rua, é como perder um filho” diz Luiz Henrique Crestani, que é mais um empresário estraçalhado pelos impactos da Covid-19.
 
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