16/04/2020 às 10h17min - Atualizada em 16/04/2020 às 10h17min

Palmasola S/A trabalha normalmente

Em entrevista ao jornal Sentinela, o CEO Mário Mendes explica que as vendas do mercado interno caíram bruscamente, entretanto a variação cambial favorece as exportações da companhia

Em meio a pandemia de coronavírus, muitas empresas precisaram fechar suas portas e demitir parte do seu quadro de funcionários, enquanto outras, aproveitaram a situação para reforçar o trabalho interno e melhorar o quadro de funcionários. O que é o exemplo indústria de madeiras de compensado Palmasola S/A no município de Palma Sola.
Em entrevista ao jornal Sentinela, o CEO da empresa, Mário Mendes, explica que as vendas do mercado interno caíram bruscamente, entretanto a variação cambial favorecem as exportações da companhia. “O volume de produção em metros cúbicos caiu – pelo motivo das paralizações e também por uma questão energética, pois estamos sem chuva há muito tempo, e como a nossa fábrica é abastecida por uma hidroelétrica que está praticamente sem fornecer energia em função da falta de água as operações estão caindo”, destaca Mário.
“Anterior a pandemia, o mercado interno correspondia 40% do faturamento mensal da empresa, enquanto o mercado externo correspondia 60%. Em fevereiro deste ano, com o início da redução das construtoras e fechamento das grandes fabricantes de carretas, o orçamento correspondia 70% para o mercado externo e 30% para o interno. Agora, neste último mês, com a parada total dos fabricantes de carrocerias, a produção externo foi a 100%, enquanto o interno ficou em 0%”, conta Mário.
Segundo o direto, por terem compensado a produção em decorrência das paralizações, a média de faturamento da empresa reduziu cerca de 10%. Obviamente a empresa é uma das beneficiadas atualmente com a alta do dólar. A valorização do dólar - que permite ao exportador receber mais, em reais, pelos produtos vendidos ao exterior - levou a rentabilidade das exportações. “Neste momento de enfrentamento da pandemia do coronavírus a saúde financeira da Palmasola S/A está indo muito bem. Estamos aproveitando a oportunidade para tirar os atrasos de entregas que haviam sendo acumulados nos últimos meses. Até agora as importações não foram interrompidas”, esclarece.
 
Novas contratações
A empresa palmassolense está aproveitando para trabalhar com carga máxima, e melhorando o quadro de funcionários, que até o momento atua com 650 empregados diretos. “Estamos contratando alguns executivos na área de logística, de manutenção e também precisamos de um funcionário para fazer o acompanhamento dos processos dentro da unidade. Além desses, temos algumas vagas operacionais. Não temos previsão alguma de demissão”, destaca o diretor.
Segundo ele, foram feitas algumas substituições de pessoas que saíram e também de novos cargos que surgiram. “Estamos repondo o quadro em alguns casos e em outros estamos fazendo modificações no processo de produção – contratando pessoas especializadas. Até o momento, contratamos um gerente de manutenção em função dos nossos equipamentos estarem muito antigos. Trouxemos ele para fazer manutenções preventivas e precisas para evitar paradas pela questão da pandemia”, explica.
 
Segurança em época de vírus
“Segundo o decreto do governador Carlos Moíses, por sermos uma agroindústria temos autorização de trabalhar com 100% dos funcionários. Desde que cumprimos algumas medidas de prevenção, principalmente o afastamento social. Como no nosso processo de produção as pessoas ficam a 2 metros de distância uma da outra, já vínhamos praticando essa ação. Pedimos para os clientes que vem de outras cidades ou outros países para que deixassem de vim por um tempo – pelo menos por três meses”, continua Mário.
“Os fornecedores que precisam fazer entrega de insumos precisam estar usando luvas e máscaras para poderem entrar. Os funcionários que trabalham com caminhões/carretas e vão para outros estados, quando voltam são medidas a temperatura e visto se está tudo bem e nisso ele vai para casa sem ter contato com ninguém e o caminhão é deixado no pátio. Quando a próxima carga está pronta é carregado o caminhão e o motorista é chamado novamente. Essa é a rotina que estamos fazendo nos últimos dias”, destaca o diretor.
 
“Se pararmos teremos problema”
“Não podemos prever até quando vai essa pandemia, segundo o Ministro da Saúde, a cursa da doença está em ascendência. Não podemos prever também as medidas que o governo venha a tomar referente a isso. No nosso entendimento está sendo tratado todos os municípios de igual maneira e não deveria ser assim. Na minha opinião, um município como o de Palma Sola, com 7 mil habitantes deveria ter um atendimento diferenciado referente a grande Florianópolis com mais de 1 milhão”, explica Mário.
Segundo ele, no município palmassolense e em outros municípios pequenos os comércios e os negócios deveriam tomar as medidas necessárias e continuar trabalhando normalmente. “A Palmasola S/A tem musculatura financeira para evitar a pandemia, porque ainda não parou. Mas qualquer indústria que pare por 30 dias irá enfrentar dificuldades significativas. Diria que a maioria delas que não tenha patrimônio, capital de giro ou reserva de capital de giro vão quebrar com essa situação”, enfatiza o diretor.
“A empresa é forte e com um bom patrimônio e tem 0% de inadimplência – não deve nada para ninguém. Então, se continuarmos operando a pandemia não nos afetará, mas se vir um decreto solicitando a paralização teremos problemas, como qualquer outra empresa”, finaliza Mário.
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