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09/06/2020 às 13h55min - Atualizada em 09/06/2020 às 13h55min

Como funciona o diagnóstico de coronavírus

Enfermeira Edite Cirino, responsável pelo setor de Vigilância Epidemiológica de Palma Sola explica as três maneiras de se diagnosticar o coronavírus

O diagnóstico é feito com a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro). Na suspeita de coronavírus, é necessária a coleta de uma amostra, que é encaminhada com urgência para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Para confirmar a doença, é necessário realizar exames de biologia molecular que detecte o RNA viral. Os casos graves devem ser encaminhados a um Hospital de Referência para isolamento e tratamento – no caso de Palma Sola, o Hospital Regional Teresinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste.
Segundo a enfermeira responsável pelo setor de epidemiologia de Palma Sola, Edite Cirino, existiram mudanças na notificação de casos. “Conforme a última nota técnica e a dos critérios que seguimos, é válido o exame do Lacen e este é o que mais usamos, tanto para os internados, quanto para os que passam pela Unidade de Saúde. Neste momento não há falta deste exame no município e o laboratório garantiu que estará suprindo os kits”, destaca lembrando que ninguém assintomático é testado. “Há uma equipe que é capacitada para ver se há necessidade de coleta ou não”, continua.
 
Sintomas e transmissão
Os sinais e sintomas são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado. Podem, também, causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. As formas de transmissão ainda estão em processo de investigação, mas já se sabe que acontece de pessoa para pessoa – o contato próximo [cerca de 1 metro] com um infectado o coloca em risco. O período médio de incubação é de cinco dias, com intervalos que chegam a 12, período em que os primeiros sintomas levam para aparecer desde a infecção.
A transmissibilidade dos pacientes infectados é, em média, de sete dias após o início dos sintomas. No entanto, dados preliminares sugerem que a transmissão possa ocorrer mesmo sem o aparecimento de sintomas. Até o momento, não há informações suficientes de quantos dias anteriores ao início dos sinais uma pessoa infectada passa a transmitir o vírus.
 
Mais dois casos em Palma Sola
Nos últimos dias, foram notificados mais dois casos no município – um casal, ambos de 30 anos. Segundo a enfermeira, na esposa o exame foi coletado, já no esposo, a confirmação veio a partir do critério clínico ou epidemiológico. “Um dos motivos por ele ter sido confirmado, mesmo sem o exame do Lacen, é por ter tido contato direto e imediato com a confirmada e ter apresentado os mesmos sintomas. Pelo critério clínico ou epidemiológico ele é dado como positivo também”, esclarece Edite.
 
Critérios e nova plataforma
Conforme ela, há três critérios que podem ser usados para notificar um caso positivo: resultado do exame enviado ao Lacen; por meio do teste rápido (através de farmácias ou laboratórios cadastrados no e-SUS) e pelo critério clínico [médico] ou epidemiológico. Além disso, ela consta que o Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS), disponibilizou no final do mês passado, uma nova plataforma, intitulada “e-SUS VE”, que além de contar com recursos de alto desempenho, poderá otimizar os registros da doença em todo o país, por meio da notificação de casos suspeitos.
“Para fazer os testes rápidos, tanto os que vem do Ministério, quanto os que compramos, precisamos seguir o que está na nota técnica – precisa-se cadastrar neste sistema. A partir do momento que chegam pessoas para coletar o exame, o responsável precisa coletar também todas as informações necessárias para o cadastro. Antes disso é conferido se ele está cadastrado no sistema do SUS; se ele estiver, será feito o teste, e se der positivo ou simplesmente for testado, o cadastro feito será enviado a responsável pelo sistema no município, que dará continuidade aos protocolos que devem ser seguidos”, explica.
“Se o laboratório não estiver cadastrado, ele vai começar a fazer testes, emitir laudos e liberar pacientes que as vezes não foram testados ou foram, mas no momento errado; pode-se haver também falsos negativos sendo liberados. E ainda, toda a equipe que está fazendo a quebra da cadeia de transmissão, monitoramento, não estará sabendo desses detalhes. Por isso que para fazer o uso dos testes, precisa-se primeiramente do cadastro, para se ter um controle”, esclarece Edite complementando que na Unidade Básica está seguido todos os critérios.
“Assim que chega um paciente com sinais e sintomas gripais, ele já é cadastrado. A partir disso, seguimos acompanhando, dependendo da evolução desses sintomas fizemos a testagem. Com isso, podemos ter um controle de quantas pessoas estamos atendendo e se temos que testar as pessoas próximas”, finaliza a responsável pelo setor de epidemiologia.
 
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