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16/07/2020 às 14h41min - Atualizada em 16/07/2020 às 14h41min

Ovos representam 60% da renda familiar

Após alterações na lei do Serviço de Inspeção Municipal, a família Della Vechia, é a primeira a receber o SIM. O aviário em nome de Lorena Della Vechia produz 28 dúzias por dia

Neste mês de julho o aviário da família Della Vechia, da esquina Mello, interior de Palma Sola, recebeu oficialmente o SIM (Serviço de Inspeção Municipal). Isto significa que a partir de agora a o aviário em nome de Lorena Della Vechia pode vender ovos para mercados, padarias e confeitarias de Palma Sola sem nenhuma restrição fiscal.
O decreto 238/2019 alterou a Lei 1281 de 2000 e após esta regulamentação este é o primeiro SIM de Palma Sola. A dona Lorena se orgulha em mostrar o rótulo da embalagem, onde aparece o número da solicitação. A família inteira trabalha junto, o patriarca Luiz é o responsável pela venda, transporte e entrega das dezenas de ovos produzidos diariamente. Já os filhos fazem a cata dos ovos e não deixam faltar ração e água para as 497 galinhas de postura.
Luiz e Lorena são de Palma Sola, porém trabalharam de caseiros no litoral paulista por muitos anos. Cansaram da vida e do perigo em cidade grande e retornaram para o interior com a certeza que aqui criariam melhor os seus filhos. Até 2017 a renda da família vinha praticamente toda do leite. Contudo com a chegada do SIM a família afirma que 60% do dinheiro que entra na propriedade é proveniente do aviário .
Há três anos a família já vinha vendendo ovos na cidade, mas de forma informal, apenas para conhecidos e amigos que solicitavam. “A gente percebeu que tinha procura e fomos caprichando cada vez mais e mais. O pessoal elogiava e cada pouco alguém ligava ou vinha aqui para pegar ovos” lembra Lorena.
O exemplo da dona Lorena é o de muitos agricultores de Palma Sola e região. Muita gente produz algum alimento, mas quando sai vender na cidade enfrenta os rigores da lei, da fiscalização e acaba desanimando. A família Della Vechia não desanimou e procurou ajuda.
 
Parcerias: Prefeitura, Epagri e Sebrae
Desde 2019 a prefeitura de Palma Sola implantou o Projeto Cidade Empreendedora, numa parceria com o Sebrae. Através desta parceria a prefeitura contratou uma funcionária para ser a agente de desenvolvimento local, e o Sebrae de SC disponibiliza técnicos que vem até o município atender demandas diversas.
Em agosto de 2019 a agente Tamara entrou em contato com a agricultura Lorena Della Vechia disponibilizando algumas horas de consultoria com uma profissional do Sebrae que incentivou a formalização de uma empresa.
Com o empurrãozinho do Sebrae a família se animou e então foi atrás da Epagri, ali eles conhecem de longa data a extensionista Vanessa Ramos, que já desenvolveu outros projetos com a família. Em outubro de 2019 Vanessa buscou a legislação que regulamenta a atividade em Palma Sola e percebeu que tudo era muito genérico e não estava alinhado com o SIE (Serviço de Inspeção Estadual). “A primeira coisa que tivemos que fazer foi adequar a lei, com aprovação dos vereadores e sanção do prefeito”. Durante este tempo Vanessa e o então secretário de Agricultura, Elber Pereira, levaram a família Della Vechia conhecer aviários de galinhas poedeiras em cidades do Oeste catarinense.
Em dezembro de 2019 a lei estava adequada e aprovada, então foi necessário construir o aviário e a sala de preparo e manejo dos ovos. O investimento total foi de aproximadamente R$ 60 mil, deste valor metade foi das economias da família e a outra metade através do programa FDR (Fundo de Desenvolvimento Rural) para agroindústria familiar com recursos do governo do Estado a juro zero e parcelamento em 5 anos.
Vanessa destaca que a construção foi pensando em futuramente ter o SIE. “Com o SIM a limitação é de 999 galinhas poedeiras, quando passar disto significa mais investimento na estrutura já existente e a busca pela certificação estadual” esclarece a extensionista.
Cabe a secretaria de Agricultura do município fiscalizar e outorgar o SIM ao produtor rural. A médica veterinária do município Dandara Schneider acompanhou todo o processo de construção do aviário e faz visitas rotineiras à propriedade para verificar os relatórios de produção, bem como os cuidados de higiene e sanidade animal.
As dúzias de ovos são vendias entre R$ 5 e R$ 6 e a produção já está toda comprometida. “Todos nós somos consumidores de ovos e aqui nós nos preocupamos em fornecer um produto bom, de qualidade. Aqui o pessoal vai saber a data de fabricação, a data de validade destes ovos” afirma Lorena.
 

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