09/06/2021 às 10h04min - Atualizada em 09/06/2021 às 10h04min

Atendendo pela janela

A Panificadora Guarujá atende mais de 100 clientes por dia sem abrir as portas

Da redação
Fernando Wasen: Os proprietários escolheram atender pela janela para diminuir o fluxo de pessoas entrando na padaria, assim eles acreditam estar preservando suas vidas.
A Panificadora Guarujá existe desde 1986. Cláudio e Leonice Herpich são proprietários da padaria há 35 anos, nesse tempo eles geraram empregos, trouxeram produtos caseiros e serviram muitos cafés. Agora em meio a pandemia, seus produtos são os mesmos, mas o atendimento está diferente. É pela janela.
Leonice e Cláudio encararam a pandemia a sério desde o início, ao perceberem que o vírus se aproximava eles ficaram muito preocupados. “Eu, meu marido e meu filho temos comorbidades. Olhamos para a padaria cheia de gente, pessoas de fora que vem para tomar café ou fazer um lanche, percebemos que o risco de pegar a doença era enorme. Por conta disso, decidimos fechar” conta Leonice. A padaria ficou fechada por 15 dias, após isso, o capital de giro acabou, afinal as contas vem. Para reverter a situação, foi preciso criar uma estratégia para trabalhar com segurança.
A padaria tem duas janelas grandes e um toldo. “Colocamos algumas mesas do lado de fora para evitar aglomeração e decidimos atender pela janela”. Leonice conta que os seis primeiros meses foram difíceis. As pessoas não entendiam o motivo do atendimento ser dessa forma. “Faziam chacota. Perdemos clientes, se cobrávamos o uso de máscara ou álcool em gel as pessoas se ofendiam e iam embora. Contudo, a gente precisava trabalhar sem ser vítima do vírus” explica Leonice.
 
Cuidados
A equipe foi reduzida pra cinco funcionárias. “Compramos máscaras para todas, orientamos sobre os cuidados, pedimos para que evitem aglomerações, se tiverem qualquer sintoma ficam isoladas em casa. Desde o início da pandemia não tivemos nenhum caso aqui dentro” conta Leonice.
Outra medida tomada é em relação a entrada e saída de entregadores. “Todas as mercadorias que chegam são higienizadas com álcool, exigimos que os entregadores tirem o calçado para entrar”.
As janelas são constantemente limpas com álcool e água sanitária. Dessa maneira é possível atender mais de 100 clientes por dia de forma segura “Muitas pessoas subestimam o vírus, mas eu tenho conhecimento sobre a gravidade da doença, então é minha obrigação me posicionar, preservar a mim mesma e a minha família” conclui Leonice.
 
Queda no movimento
Mesmo com as medidas restritivas sendo flexibilizadas, o movimento continuava caindo, de acordo com Leonice o processo de retomadas dos clientes foi lento. Inicialmente 30% da clientela voltou, agora, esse número subiu para 80%. “Nós entendemos que atender pela janela e obrigar o cliente a sentar lá fora no vento é desconfortável. Para nós também não é fácil, antes cada cliente podia se servir, agora é uma correria para atender todos” explica Leonice.
 
Um dia feliz
Leonice conta que quando o primeiro brasileiro foi vacinado contra a Covid-19 foi um dia feliz. “Eu tomei a primeira dose da vacina, estou contente. A ciência fez a parte dela, mas como sociedade, nós falhamos muito. É lastimável que Guarujá do Sul tenha tantos casos, uma comunidade que não está se cuidando. Antes 20% das pessoas vinham na padaria com máscara, agora o número subiu para 80%. Ainda não é o suficiente, mas é uma evolução. Se eu não me cuidar serei cúmplice da morte de alguém” finaliza Leonice.
 

Receba as notícias do Portal Sentinela do Oeste no seu telefone celular! Faça parte do nosso grupo de WhatsApp através do link: https://chat.whatsapp.com/Bzw88xzR5FYAnE8QTacBc0
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Sentinela do Oeste Publicidade 1200x90