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26/05/2022 às 11h07min - Atualizada em 26/05/2022 às 11h07min

Nova pesquisa arqueológica estuda pólens antigos em Campo Erê

O objetivo é descobrir sobre o clima e a vegetação da região nos últimos 20 mil anos

Campo Erê
Da redação
Divulgação
Pesquisadores estão novamente em Campo Erê. No ano passado, Mirian Carbonera doutora em arqueologia da Unochapecó esteve no município acompanhada do argentino Daniel Loponte, doutor em arqueologia que trabalha no Instituto Nacional de Antropología y Pensamiento Latinoamericano. Eles promoveram escavações arqueológicas no Muros em busca de vestígios dos antigos povos que viviam na região.
Desta vez, Mirian veio acompanhada pesquisadora do Curso de Geografia da UFFS – Chapecó Gisele Primam, da professora do curso de geografia e do Programa de Pós-graduação em Geografia da UNIOESTE – Francisco Beltrão Marga Elis Pontelli, e de Isael da que é mestrando em Ciências Ambientais pela Unochapecó.
A equipe busca mais informações sobre o clima e a vegetação da região nos últimos 20 mil anos, ou seja, sobre o paleoambiente. A pesquisa consiste em coletas de solo, conduzidas em um banhado que nunca foi drenado no Cedup Campo Erê. O local nunca foi mexido, então apresenta condições de preservação dos grãos de pólen antigos, buscados pelos pesquisadores.
A pesquisa tem o amparo da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina – FAPESC.
“Iremos detalhar o sedimento presente aqui e como se formou esse lugar, essa área de banhado. Bem como o clima, vegetação e as condições do ambiente. Mas não queremos nada de 100 anos atrás, e sim 10 mil, 15 mil, 20 mil anos pelo menos”, explica Mirian.
A equipe já conduziu estudos semelhantes em Chapecó e chegaram a sedimentos de 23 mil anos. “Estamos com outras duas pesquisas, em Caçador e em Mondaí, chegamos a idades de 15 mil e 7 mil, respectivamente. Então a gente imagina que aqui, pelo que vimos em termos de pólen, desses vestígios que as plantas deixam, acharemos algo antigo, de pelo menos 10 mil anos”, afirma a pesquisadora Gisele.
“Já trabalhamos aqui em Campo Erê, mas com outra técnica de identificação através da descrição de fitólitos que são biominerais produzidos por algumas espécies de plantas. Quando as folhas e galhos caem, esses biominerais não vão se deteriorar e ficam no que a gente chama de formações superficiais ou solo. A partir do momento que a gente identifica esses biominerais no solo, comparamos com o tipo de planta que produz esses biominerais, assim estabelecemos qual a cobertura florestal/vegetal que existiu em uma determinada época. Associamos isso a datação absoluta para obter uma idade numérica desses materiais e aí chegamos a uma condição de ambiente em determinada época passada. Desta vez, nossa pesquisa não é com fitólitos e sim através de pólens buscamos contar a história evolutiva de uma área”, esclarece a professora Marga, que trabalha com paleoambientes há mais de 10 anos.
Os pólens, assim como os fitólitos, podem ser relacionados a espécies de plantas que estiveram presentes na região há milhares de anos.
Através disso, também é possível encaixar estas informações com a chegada do homem, desde as primeiras ocupações humanas no município de Campo Erê. “Dessa forma, com o avanço das pesquisas, futuramente poderemos entender melhor quando o homem começou a influenciar e modificar a paisagem – o Muro, por exemplo –, pois o monumento é uma modificação na paisagem realizada pelos antigos homens que por aqui viveram”, finaliza Mirian.


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