26/05/2022 às 11h21min - Atualizada em 26/05/2022 às 11h21min

Piso salarial da enfermagem deve gerar impacto mensal de R$ 30 mil

Essa é a realidade do Hospital Filantrópico de Cedro, que não possui fonte de financiamento para suprir a demanda

São José do Cedro
Da redação
Sentinela
A Câmara dos Deputados aprovou no início deste mês a criação do piso salarial de enfermeiros, técnicos de enfermagem e parteiras (PL 2564/20). A proposta segue para sanção presidencial, mas ainda depende de acordo sobre fontes de financiamento para ser aprovada.
O projeto aprovado pelos deputados define como salário mínimo inicial para os enfermeiros o valor de R$ 4.750, a ser pago nacionalmente pelos serviços de saúde públicos e privados. Nos demais casos, haverá proporcionalidade: 70% do piso dos enfermeiros para os técnicos de enfermagem; e 50% para os auxiliares de enfermagem e as parteiras.
Segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Confen), são mais de 2,6 milhões de trabalhadores ativos no Brasil nos quatro segmentos da enfermagem, sendo 642 mil enfermeiros, 1,5 milhão de técnicos, 440 mil auxiliares e 440 parteiras. Todos comemoram a conquista e aguardam ansiosos pela sanção da lei pelo presidente Jair Bolsonaro. Enquanto gestores da saúde, especialmente dos hospitais filantrópicos, se mostram preocupados com a falta de uma fonte de financiamento para a cobertura dos gastos. Quem fala mais sobre o assunto é Mônica Canton, diretora da Sociedade Beneficente Hospitalar o de São José do Cedro.
Hoje, o hospital tem em seu quadro seis enfermeiros e 10 técnicos em enfermagem, que tem um custo mensal de R$ 60 mil. Segundo Mônica, o impacto financeiro da aprovação do piso será muito grande, somando mais de R$ 30 mil ao mês na folha de pagamento, sem contar outros encargos agregados. “A aprovação do piso é um marco importante pros enfermeiros e técnicos em enfermagem, algo esperado há mais de 20 anos, no entanto nos causa muita preocupação, pois o impacto financeiro será muito grande ao hospital, sendo que não se tem nenhuma posição de quem vai financiar esse aumento”, ressalta.
A principal fonte de receita do hospital, são os credenciamentos com municípios da região e contrato com Fundo Estadual de Saúde. “As receitas são abaixo de nossas despesas”, afirma Mônica.
Ela ainda afirma que a equipe está dimensionada para atender a demanda e não é possível reduzi-la – esta é a opção cogitada por vários hospitais particulares e filantrópicos. “Teremos que buscar novas fontes de recursos para suprir esse aumento”, finaliza Mônica.


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