Divulgação A cinomose é uma doença altamente contagiosa que afeta os cães. Causada pelo vírus
Canine Distemper Vírus (CDV), ela não é transmitida para humanos, mas pode levar o seu animal à morte. A cinomose a segunda principal causa de morte em cães, por razão infecciosa, ficando atrás somente do vírus da raiva
A médica veterinária Nina Rusch dá mais detalhes sobre a doença e alerta para um surto de cinomose em Palma Sola e região. “A enfermidade atinge animais não vacinados, e é mais frequente quando cessa a imunidade passiva, transmitida pela mãe via colostro, geralmente entre os 60 e 90 dias de vida, em filhotes não vacinados. Sabe-se, entretanto, que o vírus pode acometer animais em qualquer faixa etária e que não há predileção por raça ou sexo. Assim, a doença pode acometer animais de qualquer idade, raça e sexo”, afirma.
Sintomas Quando infectados, os animais apresentam sintomas respiratórios e oftálmicos. Segundo Nina, pode-se observar um quadro de pneumonia, tosse, secreção nasal, conjuntivite, dificuldade respiratória, febre, vômitos, diarreia e redução do apetite. Nas patas dos animais, percebe-se a hiperqueratose, que é um espessamento dos coxins (almofadas das patinhas). Outro sinal que pode ser visualizado inclui coloração amarronzada nos dentes, devido ao acometimento das células produtoras do esmalte.
“O vírus também afeta o Sistema Nervoso Central (SNC) e de acordo com a região afetada, os sinais neurológicos variam e incluem: mioclonias (espasmos musculares), convulsões, paralisia dos membros pélvicos, nistagmo (movimentos involuntários e incontroláveis nos olhos), ataxia (perda da coordenação motora), juntamente com tremores e hipermetria (dificuldade em se locomover). Como o vírus se multiplica em linfonodos e órgãos responsáveis pela imunidade, ocorre imunossupressão e a depender da taxa de replicação, os sintomas são mais ou menos graves”, explica a veterinária.
Ela ainda lembra que nenhum sinal clínico para a cinomose é classificado como específico, e os sinais podem ocorrer de maneira sequencial, simultânea ou isolada.
Transmissão A transmissão ocorre por gotículas infectantes, provenientes de excreções e secreções dos animais infectados. Isto é, urina, fezes, saliva, secreção ocular e nasal.
“Um ponto importante é que a taxa de infecção pelo vírus é maior do que o número de animais que manifestam a doença, pois há casos em que os animais não demonstram sinais clínicos, principalmente quando o protocolo vacinal foi realizado, mas não está completo. Mesmo sem sinais clínicos, animais portadores eliminam as partículas virais a partir do quinto dia, isso acontece por até 60/90 dias após a infecção”, enfatiza Nina.
Diagnóstico Animais com sinais clínicos compatíveis com cinomose são avaliados pelo médico veterinário e o diagnóstico pode ser feito pelo teste rápido, caso esteja no pico da doença, ou por exames laboratoriais. “O teste rápido negativo não descarta a possibilidade de infecção”, destaca a veterinária.
Tratamento “Aqui vale ressaltar que não existe tratamento para a doença. Por se tratar de um agente viral, utilizamos o que chamamos de tratamento sintomático ou de suporte. É uma doença imunossupressora que predispõe o animal a infecções secundárias, como pneumonia e gastroenterite bacteriana. Dessa forma, a depender do caso, o veterinário determina a utilização de antibióticos, vitaminas, inalação, fluidoterapia, vitaminas, protetores gástricos e às vezes são necessários anticonvulsivantes, devido ao quadro neurológico”, afirma.
De acordo com a veterinária, a melhor alternativa é a vacinação com vacinas de boa procedência. “São as vacinas que chamamos de ‘éticas’, aquelas que somente clínicas veterinárias possuem acesso. Visto a necessidade de controle do armazenamento e avaliação veterinária do animal antes da administração”, informa.
Os animais devem ser vacinados a partir dos 40/45 dias de vida, com três a quatro doses da vacina, reforços anuais devem ser feitos.
Aumento dos casos “Sabemos que nem todos os animais doentes chegam até a clínica, mas nossos atendimentos com suspeitas da doença aumentaram cerca de 40%. Sendo que um dos nossos pacientes recentes foi a óbito, mesmo com o suporte do tratamento. Sem a prevenção todos sofrem, os animais, os tutores e os veterinários”, reitera Nina.
“Os tutores dos animais devem se conscientizar da importância da vacinação anual e limitar o acesso dos seus animais à rua. Além disso, medidas de controle são necessárias para evitar o abandono de animais, pois estes podem também estar contribuindo para a disseminação do vírus”, finaliza a veterinária.
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