Igor Vissotto A Secretaria de Saúde de Palma Sola está sob nova gestão. No dia 15, Elizandra da Silva assumiu o comando da pasta de Saúde no lugar de Juliano Zandoná, que também no dia 15, assumiu como assessor de gestão da prefeitura municipal de Palma Sola.
Elizandra da Silva, 41 anos, é natural de Francisco Beltrão, cresceu no interior de Palma Sola até os 12 anos de idade, quando veio para a cidade. Seu primeiro emprego foi como estagiária do Besc, dos 15 aos 16 anos. Depois foi para o antigo Supermercado Frizzo, onde trabalhou por 4 anos. Saindo dali, foi para a Cooperalfa e logo transferida para Anchieta. Na Alfa trabalhou 4 anos.
No ano de 2009 começou a trabalhar na prefeitura de Anchieta, prestou concurso para o cargo de vigilante epidemiológica, foi aprovada e trabalhou na Secretaria de Saúde. Foi aí que iniciou sua carreira no setor de saúde. Pouco antes Elizandra teve uma experiência de 6 meses como professora na escola estadual Claudino Crestani, em Palma Sola.
Elizandra afirma que nunca escolheu o setor de saúde para a sua vida, mas que foi escolhida pela Saúde: “Fui professora por 6 meses, profissão da minha mãe, estava em sala de aula no Claudino quando a minha mãe me entregou um panfleto do ICEU (Instituto Catarinense de Educação). Fiquei curiosa e fui fazer a inscrição. As aulas eram em Campo Erê e comecei a estudar. No primeiro momento eu não entendia muito bem o que estava fazendo. Foi quando começaram os estágios que fiz o concurso em Anchieta e me apaixonei pela área que estou até hoje”, conta Elizandra, orgulhosa pelo trabalho técnico que faz na saúde.
Em Anchieta trabalhou no setor de TFD (Tratamento Fora do Domicílio), ou seja, era responsável por fazer o agendamento daquelas várias especialidades que não estão disponíveis no município. “Foi ali que eu me senti valorizada, percebi que muita gente se sentia grata a um trabalho, que entendo que é minha obrigação. Quando a pessoa chega desesperada pedindo uma ajuda – porque ninguém vem até o Posto Saúde se não estiver realmente precisando – e você pode dar uma palavra de orientação correta, uma palavra de conforto e ter efetividade para resolver o problema, seja o agendamento de um exame, consulta ou fazer a orientação correta de que profissional a pessoa precisa procurar ou que exame fazer”, afirma.
Em 2012 ela voltou para Palma Sola, participou do processo seletivo para trabalhar na Câmara de Vereadores e passou na vaga de serviços gerais. Ali trabalhou até o final de 2013. Em 2014 prestou outro concurso público, agora para a área da saúde e foi aprovada na vaga de atendente de saúde, uma função “coringa” nos postos de saúde. Em Palma Sola, prestou mais um concurso público, para a área de técnica administrativa. Também foi aprovada e abriu mão do cargo de atendente de saúde.
No posto de saúde de Palma Sola trabalhou entre março de 2014 e março de 2018, depois teve experiências nos setores Social e na Administração. Em 2019 foi convidada para ser secretária de Saúde de Campo Erê. Topou o desafio e lá ficou por dois anos.
Retornando de Campo Erê trabalhou poucos meses no RH do município e foi convidada por Juliano Zandoná a fazer dupla com ele à frente do Posto de Saúde de Palma Sola. Elizandra na retaguarda, comandando tudo aquilo que era mais técnico, burocrático e específico da área e o Juliano na gestão de pessoas.
Agora, com menos de dois anos na função, assume efetivamente como Secretária Municipal de Saúde de Palma Sola. Elizandra lembra da frase de um ex-chefe: “‘Se não for para fazer bem feito, nem assuma a responsabilidade’. Não tenho intenção em mudar nada drasticamente, mas sim aperfeiçoar serviços, dar mais agilidade a alguns atendimentos. Quero melhorar o acolhimento dos pacientes, para que a pessoa não se sinta abandonada quando chega aqui no Posto de Saúde. O palmassolense tem que ser sempre bem recebido pelos profissionais da saúde. Quero melhorar a efetividade daqueles procedimentos que são feitos fora do município, exemplo dos mutirões de consulta e exames para redução das filas”, explica Elizandra que foi a mentora da contratualização de diversas especialidades como o CONIMS (Consórcio Intermunicipal de Saúde) de Pato Branco.
Pelas experiências que teve em Campo Erê e em Palma Sola, acompanhando casos de pessoas que lutam contra o câncer, Elizandra quer pactuar recursos financeiros para que quem atualmente é atendido em Cascavel, passe a ser atendido em Pato Branco.
Hoje, por questões geográficas, palmassolenses com câncer deveriam ser atendidos exclusivamente em Chapecó e São Miguel do Oeste, mas há pelo menos 6 anos muitos palmassolenses conseguem, de maneira legal, ser atendidos em Cascavel.
“No Paraná o aporte financeiro que o Estado recebe para tratar pessoas com câncer é por produção, ou seja, atendeu 100, recebe por 100. Não há nenhum papel que me garanta que eles são obrigados a atender quem é de Palma Sola, ou seja de Santa Catarina. Agora buscamos o compromisso da Secretaria de Saúde do Paraná para que eles assumam legalmente a responsabilidade com os nossos pacientes. Quando tivermos a pactuação entre as Secretarias de Estado de Saúde de Santa Catarina e do Paraná, poderemos levar nossos pacientes a Pato Branco, município que exige esta pactuação, diferente de Cascavel”, relata.
Notadamente é mais prático, seguro e menos oneroso levar os pacientes a Pato Branco, menos de 90 quilômetros de Palma Sola, do que a Cascavel, pouco mais de 200 quilômetros. Agora Elizandra dará continuidade a este processo de pactuação com Pato Branco, que iniciou ainda em janeiro deste ano com o então secretário, Juliano Zandoná.
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