Eduardo chegou na cidade de Bilbao, na Espanha, em 11 de setembro e volta ao Brasil em 7 de dezembro, totalizando 87 dias de intercâmbio. (Foto: Divulgação) Estudar no exterior traz diversos benefícios pessoais e profissionais, como o aperfeiçoamento da comunicação em outro idioma, desenvolvimento de relacionamentos interpessoais, habilidades de interação e independência, ganho de conhecimento de novas culturas, entre outros. Nesta edição o Sentinela traz uma entrevista com Eduardo Flach Prevedello, de 17 anos, que fala sobre seu intercâmbio na Europa.
A oportunidade de fazer o intercâmbio surgiu através do IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina) - Campus São Miguel do Oeste, onde Eduardo cursa o ensino técnico em eletromecânica integrado ao ensino médio.
“Desde o primeiro ano do ensino médio somos informados da possibilidade de fazer o intercâmbio no segundo e terceiro ano. Ao ouvir isso, me interessei muito, pois sempre tive vontade de conhecer a Europa. Antes nunca tinha conhecido nenhum país europeu”, relata Eduardo.
Ao chegar no segundo ano do ensino médio, Eduardo aguardou a abertura do edital do Programa Intercâmbio Internacional para Estudantes do IFSC (Propicie 20), que é focado no apoio aos alunos do IFSC interessados na pesquisa científica e no desenvolvimento tecnológico no exterior. Eduardo participou do edital lançado no primeiro semestre de 2023, para fazer intercâmbio nas universidades de Portugal e da Espanha. Cada universidade propõe projetos diferentes, os alunos do IFSC escolhem a universidade e o projeto que mais convém, desde que seja na sua área de estudo. “Escolhi um projeto de Deposição de Metal a Laser. Escolhi porque sempre tive muito interesse nessa área. O projeto é desenvolvido nos moldes de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), onde você constrói um artigo sobre o que está estudando”, conta Eduardo.
Ser aprovado no edital envolve vários processos burocráticos, que levam em consideração desde a documentação, habilidades de se comunicar em outra língua, até notas e histórico escolar. É preciso de documento de emancipação, por exemplo, ter um professor orientador, um documento da escola que mostre que você nunca levou suspensão. Além das etapas que comprovam que você tem capacidade de se comunicar em outra língua. Após esse processo, ainda é realizado o sorteio da bolsa. Através do sorteio é formada a ordem de escolha da bolsa. Eduardo ficou em 9º lugar. “Tive sorte dos oito estudantes que estavam na minha frente não quiseram ou não conseguiram se classificar em algum dos quesitos e a bolsa sobrou pra mim, graça a Deus” brinca.
Eduardo chegou na cidade de Bilbao, na Espanha, em 11 de setembro e volta ao Brasil em 7 de dezembro, totalizando 87 dias de intercâmbio. Segundo ele, a experiência está sendo desafiadora: “Estar em um país que você não conhece, com uma cultura diferente onde as pessoas falam línguas diferentes, principalmente aqui, que é uma cidade onde tem muitos estrangeiros. Já conheci pessoas da Coreia, da Colômbia, da França, da Bélgica. Tem que falar inglês, espanhol e é bem diferente pra mim. Além disso, meu artigo é voltado
à engenharia, uma área em que os projetos costumam ser desenvolvidos em inglês. O meu não é diferente, desenvolvo em inglês. É desafiador, mas eu sabia que seria difícil antes mesmo de tentar me inscrever para o intercâmbio. Mas pra mim, o que é desafiador te transforma, então vale a pena”, enfatiza o estudante.
Enquanto produz seu projeto de pesquisa, Eduardo cursa o ensino médio no IFSC a distância. Conforme explica ele, a escola e professores já tiveram outros intercambistas, então o estudo de maneira on-line é algo bem organizado e estruturado.
Os benefícios e as portas que se abrem através do intercâmbio são muitas. Além de ter no currículo que desenvolveu um projeto de pesquisa na Espanha, Eduardo tem a chance de praticar o inglês, algo que ele estudava no Brasil. “A Deposição de Metal a Laser é uma área que não tem muitas pessoas que entendem, principalmente no Brasil, então ser uma pessoa que entende e pode futuramente trabalhar com isso é algo muito legal. Justamente pelo projeto ter esse formato de TCC é uma experiência, um preparo caso eu venha a construir um TCC numa futura graduação”, relata.
Ainda há vários outros benefícios, voltados ao crescimento pessoal de Eduardo: “Conhecer uma cultura, um país, a estrutura da Europa em geral é algo muito legal que abre os olhos. Sem falar da maturidade, quando voltar tenho certeza que vou ser outra pessoa, já não sou o mesmo de quando cheguei, porque ter que ficar aqui sozinho, se virar com tudo, aprender tanta coisa. É uma maturidade que eu nunca precisei ter antes, então desenvolve bastante nesse sentido”.
Eduardo relata que não pensa em morar fora do Brasil, por enquanto. Ele afirma que estar no Brasil, junto da família e das pessoas amadas, se comunicar na língua materna e comer comida brasileira – que segundo o estudante é melhor que a comida europeia – fazem falta, mas que a experiência de estar no intercâmbio é realmente de outro mundo. “Estar no Brasil é mais confortável, mas no futuro se tiver uma oportunidade boa de morar fora do Brasil eu vou, ainda mais depois dessa experiência, estou mais preparado e entendo mais o que é morar fora do Brasil. Já conversei com os professores daqui para saber como funciona uma graduação. Os alunos de graduação do Brasil podem vir pra cá, têm bolsas de estudo e pode ser uma oportunidade para o futuro”, conclui Eduardo.
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