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21/12/2023 às 13h20min - Atualizada em 21/12/2023 às 13h30min

Época do ano que adoça o paladar e o coração

Há cerca de 20 anos Salete entrega doces às crianças guarujaenses, uma tradição iniciada pelo seu pai, mas ela mantém por lhe trazer boas lembranças da infância

Da redação
ASO/Sofia Bertolin
Há aproximadamente de 20 anos, as crianças guarujaenses têm seu paladar adoçado devido à uma boa ação de Salete Eva Rossi Jahn, que entrega doces em datas comemorativas, como no Dia das Crianças e no Natal. Para ela, essa ação não adoça seu paladar, mas sim seu coração, já que lhe traz boas lembranças da infância em Irani, quando seu pai iniciou essa tradição. Salete entregue os doces sem visar fins lucrativos, a única coisa que espera em troca é saber que fez parte do sorriso de uma criança.
Salete nasceu no ano de 1962 em Ouro Verde, distrito de Abelardo Luz – SC, filha de Silvio Rossi (em memória) e Olivia de Rossi (em memória), o casal teve três filhos e Salete é a mais nova. Ela conta que sempre foi muito apegada ao pai, amava a mãe, mas tinha grande admiração pela forma como seu pai agia, sempre doando aos outros o melhor de si.
A família Rossi morou em Ouro Verde durante nove anos, segundo Salete nunca passaram necessidades, porém tinham apenas o essencial. Quanto aos presentes de Natal, ela recorda ter ganhado três em toda sua infância, uma cadeirinha e duas bonecas, as quais tem guardadas até hoje. Quanto aos doces, ela e seus irmãos ganhavam no dia 1º do ano quando iam às casas da vizinhança desejar um feliz ano novo.
Quando a família se mudou para Irani – SC, em 1971, começaram a ter um poder aquisitivo maior, foi então que Silvio começou essa linda tradição de Natal, de dar doces às crianças. Silvio sempre comentava da vontade que tinha de entregar doces para as crianças, mas dar apenas aquilo que ele gostava de comer. Ela relembra de uma frase muito usada por seu pai: “Tudo o que a gente gosta é o que devemos dar para o outro”.
 
O início da tradição
Como Silvio tinha o desejo de entregar doces às crianças e em sua casa havia um quarto sobrando, ele passou a ir comprando doces durante o ano e armazenando-os ali. Quando ele fazia suas viagens ou ia ao mercado sempre voltava para casa com os doces que.
Por volta de 1972, Silvio começou. Ele colocava os doces em sua camionete e ia até um posto de gasolina, juntamente com seus filhos: “Conforme as crianças iam chegando a gente distribuía os doces, era muito bonito ver o sorriso estampado nos rostos deles”, relembra ela. A partir dali todos sabiam que no Natal, Silvio Rossi estaria entregando os doces.
Silvio sempre contava aos seus filhos que quando criança morava no interior e lá quando uma mulher ganhava uma criança, as comadres davam de presente uma galinha para fazer sopa. Certo dia ele estava voltando da escola e a comadre de sua mãe lhe deu uma galinha, porém Silvio estava com muita vontade de comer doces, então foi até um comércio e trocou a galinha por doces. Chamou seu amigo e sentaram embaixo de uma árvore para comer todos aqueles doces, mas quando sua mãe descobriu foi ele castigado. Salete acredita que o fato dele ter passado vontade na infância foi o que levou ele a dar doces para crianças com necessidades.
Em torno de 30 anos Silvio foi o motivo do sorriso de muitas crianças. Depois que ele faleceu, o prefeito da época, Antônio Bavaresco, continuou essa boa ação em memória de Silvio.
 
Herdando a tradição
Quando Salete veio morar em Guarujá do Sul com seu marido, Claudio Jahn, ela tinha o desejo de fazer o mesmo que seu pai, mas ainda não tinha estabilidade para tal ação. Em 1998 ela abriu uma loja de roupas, Dallas, a qual tem até hoje e por volta de 2003, começou a ter uma estabilidade melhor, foi então quando começou a entregar doces.
A partir dali todos os anos ela entrega doces no Dia das Crianças e no Natal, mas ao contrário de seu pai, ela não entrega diretamente às crianças, prefere montar os pacotinhos com doces que gosta de comer e levar até as igrejas do município, para que eles façam a entrega.
“Optei em fazer assim para que não pensem que desejo algo em troca, faço porque me traz boas recordações da infância, minha família e principalmente do meu pai”, afirma Salete. Mesmo que não veja os sorrisos das crianças, ela se sente realizada e que além de doces deseja um dia entregar brinquedos também.
Emocionada, Salete que hoje está com 61 anos e três filhos, deseja que no futuro eles possam continuar esse lindo legado: “Desde que faça bem para eles”, relata ela.
 
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