Trabalhando como Papai Noel

 
Valdemar Rodrigues do Prado tem 60 anos, é casado com Dona Lúcia Rodrigues do Prado, ele é pai de oito filhos e avô de 12 netos. Ele mora em Palma Sola, no distrito Cerro Azul, há mais de 30 anos e há três anos trabalha como Papai Noel, prestando serviços a empresas de todo o Extremo Oeste de Santa Catarina, em entrevista ao Sentinela, ele conta um pouco sobre esse trabalho.
 
Como você começou a trabalhar como Papai Noel?
Esse trabalho surgiu de forma inesperada. Fui chamado pela agora Marisa Fotografias para fazer um trabalho de Papai Noel. Eu nunca tinha sequer sonhado com isso. Tinha deixado a barba por fazer há mais ou menos três meses, estava um pouco grande e com 80% branca, nisso fiz a barba e quando encontrei a Marisa novamente ela me cobrou de novo, porque o trabalho como personagem do Papai Noel era sério e era pro final do ano. Deixei a barba crescer novamente e fiz o trabalho de tirar fotos com as crianças. Outras empresas vieram através da Marisa, me procurando para prestar serviço como Papai Noel.
 
Como se prepara para a temporada de Natal?
A gente se prepara praticamente o ano todo. Como um Papai Noel que mantém a barba original, tem que manter essa barba o ano todo, para chegar ao final do ano e ela estar com uma boa aparência. As crianças percebem se a barba é original ou não.
 
O que acha mais desafiador no papel de Papai Noel?
No momento como Papai Noel as crianças muitas vezes pedem o presente que gostariam de ganhar de Natal. Às vezes a criança te pede algo que você sabe que a família não tem condições de dar. Como Papai Noel, a gente não pode dizer que a criança não vai ganhar o presente, então pode ser que essa criança saia com a esperança de ganhar algo que ela na realidade não vai ganhar. É algo que me marca muito.
 
Já teve alguma história engraçada ou inusitada vivida junto com as crianças?
Temos três anos de experiência trabalhando como Papai Noel, então a gente tem várias, mas a que mais me chamou a atenção foi no primeiro ano que trabalhei, onde duas crianças chegaram com a mãe. Elas tinham que achar o Papai Noel e, no momento que elas acharam fizeram a maior festa, foi um momento tão alegre que elas pulavam e gritavam. Foi algo que me marcou muito, pois era o início da minha carreira.
Outra é que o Papai Noel espera da criança, que ela peça um presente, um brinquedo, né? E eu fui surpreendido um dia, quando uma criança chegou até mim e me trouxe um presente, era um pequeno coração que ela entregou em minhas mãos.
 
Qual é a sua parte favorita do traje do Papai Noel?
Todo traje do Papai Noel é importante, mas para mim o favorito, que se torna muito importante, é a toca. Ela é a última peça que a gente veste, então sempre significa que o Papai Noel está completo e pronto para trabalhar.
 
Como lida com as expectativas das crianças durante as visitas?
Cada criança que passa pelo Papai Noel tem uma expectativa diferente. A gente procura sempre escutar, ver o que a criança veio buscar e através da conversa, deixar a criança alegre.
 
Como equilibrar o trabalho de Papai Noel com outras responsabilidades?
No momento que o personagem do Papai Noel está em ação, a gente esquece todos os outros momentos. Porque o carinho da criança, o carinho da pessoa que está ali, te tira todas essas outras responsabilidades da cabeça. Então, no momento que você sair do personagem, aí sim pode se preocupar com outras coisas.
 
Qual é a parte mais gratificante de ser o bom velhinho?
A parte mais gratificante que a gente sente no coração é o amor, o carinho de cada criança, de cada família que vem até nós. Aonde a gente estiver prestando nosso serviço a gente recebe esse carinho imenso das crianças.
 
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