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24/02/2024 às 09h30min - Atualizada em 24/02/2024 às 09h30min

Com 3 mil ovos por dia e tirando R$ 1.500 mensais

Essa é a realidade dos produtores de ovos que trabalham vinculados a empresas que distribuem e vendem ovos. Veja os pontos positivos e negativos desse formato de parceria entre produtor e empresa

Redação
Atualmente a família tem 3540 galinhas poedeiras, como é fim de lote, a produção fica em torno de 3150 ovos por dia. (Foto: Divulgação)
A produção de ovos de forma independente pode ser muito lucrativa, mas para os produtores vinculados à grandes empresas, a realidade é um pouco diferente e o lucro, do produtor, é muito menor. A família Bassanessi mora no interior de Flor da Serra do Sul, há 14 anos eles trabalham com produção de ovos e durante este tempo sempre trabalharam em parceria com empresas que fazem a distribuição e venda dos ovos para o mercado. Em entrevista, eles relatam os pontos positivos e negativos do trabalho com os ovos.
Atualmente a família Bassanessi tem em seu aviário 3.540 galinhas poedeiras. A rotina de trabalho com os animais inicia às 5h30, com o primeiro trato da manhã. Às 10h30 é hora de catar os ovos, às 11h tem outro trato. À tarde são catados os ovos restantes, ao final do dia são recolhidos, em média, 3.400 ovos, são separados os trincados, os muito grandes ou muito pequenos, o restante é classificado dentro da empresa. Por volta das 17h tem mais um trato. “Assim fecha o dia”, afirma o produtor Pedro Bassanessi. “Claro que quando não estamos no aviário temos a lida com as vacas e com o pasto”.
A renda principal da família vem do leite. Às 14 vacas ficam sob os cuidados da esposa de Pedro, Marlete Bassanessi. “A renda principal é das vacas. Mantemos a produção dos ovos porque dá pouco trabalho e porque rende um bom adubo, que usamos para adubar as pastagens para as vacas. O nosso maior lucro sai no adubo”, explica Marlete.
Pedro afirma que, em média, os ovos dão um lucro de R$ 1.500 mensais. “Isso contando que o começo de lote dá pouco [porque as galinhas são muito novas] e o fim de lote também dá pouco [porque as galinhas são muito velhas]. Rende mais no meio”, informa.
                                   
Parceria empresa e produtor
A empresa parceira de Pedro e Marlete renova o lote de galinhas a cada 90 semanas. Nesse meio tempo fornece ração, medicamentos, assistência técnica e veterinária semanal. “Esses valores de ração e medicamentos são descontados dos resultados dos ovos”, explica Pedro.
A empresa pega os ovos três vezes na semana. Enquanto isso, eles ficam armazenados em bandejas, na casinha dos ovos. Um dos pontos positivos, conforme a família, é que a empresa ajuda no custeio de reformas e melhorias. “Não são todas as empresas que fazem isso, mas essa que trabalha com a gente sim. Quando a obra é maior eles custeiam metade, mas tivemos uma situação onde foi necessário trocar os niples e como era pouca coisa eles pagaram tudo”.
A família tem metas de produção, de baixa mortalidade, de consumo de ração, entre outros. Quando essas metas são alcançadas, há bonificação.
Como foi adiantado por Pedro, a família lucra em média, R$ 1.500 mensais com os ovos. Ainda de acordo com ele, há 14 anos, quando a família começou a trabalhar com as galinhas poedeiras, tudo era mais rentável. “Dava para fazer muita coisa com o dinheiro dos ovos, já que as coisas eram mais baratas, pagávamos R$ 40 de luz, hoje pagamos entre R$ 200 e 300, por exemplo. Querendo ou não, o que recebemos não aumentou conforme as coisas aumentaram”.
 
A rentabilidade seria maior com a produção independente
A família informa que a rentabilidade seria maior se a produção fosse independente. “No mercado pagamos R$ 8 ou R$ 9 uma dúzia de ovos. Em épocas o preço era de R$ 12 a dúzia. É mais rentável fornecer diretamente para o mercado. Com cerca de 500 galinhas, a gente conseguiria um bom lucro, mas aí teríamos que arcar com os custos de ração, medicamento, com a renovação das galinhas, ia ter mais custos. Além disso, teríamos as exigências de comercialização para cumprir”, explica Marlete.
Enquanto a parceria com a empresa funciona, a família não pensa em mudar o sistema de produção. “Sabemos que uma hora as exigências vão aumentar ou o lucro diminuir, então pode ser que a gente mude de sistema, mas agora está funcionando assim”, conclui Pedro.


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